Capítulo 7

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Camilla Narrando:

Entro no banheiro para tomar banho, quando sinto a água caindo em meu corpo, me desabo no chão e fico ali embaixo do chuveiro com água caindo sobre mim chorando.
Começo a lembrar o que aconteceu ali naquele beco, se Theo não tivesse chegado na hora, não consigo nem imaginar.
Fico ali embaixo um tempo, quando ouço alguém bater na porta do banheiro.

-Camilla? Está tudo bem?- ouço a voz de Theo. Não consigo falar, apenas chorar ainda mais, estou me sentindo imunda, com nojo de mim.- Camilla? Me responda? Você está bem?- ouço ele falar mais uma vez.

-E..eu estou.- falo chorando, gaguejando, tentando engolir o choro.

-Eu estou aqui tá.- ele fala do outro lado da porta.

Continuo em baixo do chuveiro mais uns instantes. Então desligo o chuveiro e saio. Me olho no espelho e vem aquela imagem novamente, então me sento no chão com a mão na cabeça.

Ouço mais uma vez ele bater na porta. Então vejo a porta se abrir.

-Meu anjo, vem cá comigo.- realmente eu não estava bem. Ele me pegou ainda enrolada na toalha em seu colo.
Me levou até a cama, me deitou lá.

-Você tem certeza que não quer ir para o hospital? Tem alguém da sua família, uma amiga para vir aqui ajudar você? Você não está bem meu anjo, fala comigo?- eu apenas consigo chorar. Eu nego com a cabeça.

Eu queria poder falar com ele, conversar, mais não consigo fazer isso.
Ele me abraça, pega outra toalha e seca meu cabelo. Eu paro de chorar e fico apenas em soluços. Então ele pega uma blusa moletom do Diego e veste em mim.
Em nenhum momento eu percebi algum interesse em ver meu corpo, ele apenas vestiu a blusa comigo ainda deitada em baixo das cobertas. Eu somente ajudei ajeitando a blusa em meu corpo, ainda em coberta, eu puxo a toalha de meu corpo e solto no chão.
Ele deita-se ao meu lado e fica passando mão em meus cabelos até eu pegar no sono.

Theo Narrando:

Ela entra no banheiro para tomar um banho. Eu fico na sala esperando ela sair do banho. Se eu não tivesse levado Marcelo em casa, não estivesse passando ali naquela rua aquele momento. Que raiva. Aquele bandido tocar, e machucar um anjo tão lindo. Eu devia ter matado ele. Passo a mão no cabelo. Sinto uma fúria agora. Uma vontade de ir até lá e acabar com a vida daquele nada.

Tento me tirar desses pensamentos e vou para o quarto dela, ela demora muito lá. Quando chego no quarto, vou até a porta do banheiro, coloco meus ouvidos contra porta e ouço ela chorando insistentemente. Então decido bater, ela demora um pouco, então pergunto se ela está bem, ela demora para responder e apenas diz que está. Então eu vou até a cama dela e sento. Fico ali, olhando cada destalhe daquele lugar. Vejo portas retrato, vejo fotos dela vestida de noita abraçada com um homem, ambos estavam muito felizes. Ao lado mais uma foto dos dois. Parecem um casal muito apaixonado. Mais ao lado, uma foto dela gravida. Ela tem um filho, aonde está a criança, penso. Do outro lado da cama tem mais fotos. Então vejo uma foto de um bebe tão lindo, mais estava cheio de aparelhos nele. Lagrimas vem nos meus olhos, mais eu as limpo. Me sento na cama e fico imaginando onde estaria o filho e o marido dela, talvez ele a tenha deixado e levado a criança com ele. Balanço a cabeça tentando tirar esses pensamentos e me sento na cama novamente.

Me levanto preocupado com ela que está demorando para sair e vou até a porta do banheiro novamente, encosto o ouvido na porta e não ouço o barulho do chuveiro, apenas ouço ela solunçando lá. Não em mais nada, dou uma batida ela não responde, então eu entro já que ela não fechou na chave. Vejo ela toda indefesa sentada no chão, enrolada na toalha, eu a pego e levo até na cama. Tento conversar com ela, mais ela não quer falar. Então vou até o banheiro pego uma toalha enxugo seus cabelos, vou até o guarda-roupa e pego uma blusa moletom do marido dela. E a visto. Me deitei ao seu lado, apenas por cima das cobertas que separava o seu corpo do meu. Abraçei, até ela dormir. Fico olhando o seu rosto até pegar no sono.
Por algumas vezes ela se debateu enquanto dormia, eu a envolvia em meus braços. Sinto-me tão atraído por ela, acho que não é só isso, sinto vontade de protegê-la. Me dói imaginar ela passando por aqui ontem. Eu ajeito ela de novo e vejo que está tranquila, então volto a pegar no sono.

KATRINA (EM REVISÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora