A festa

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Meses depois

Faltavam apenas dois meses para o meu embarque e eu não sabia absolutamente nada sobre como seria minha vida lá. Em meu pacote de intercâmbio, eu não podia escolher nada: estado, colégio, família, nada! Eu já não ia mais para o colégio e estava me dedicando 24h ao meu nervosismo e expectativa
Quando só faltava um mês, recebi uma ligação da minha agencia, avisando para checar meu e-mail. Meu coração acelerou com medo de que algo tivesse dado errado.
Assim que abri o e-mail, gelei. Minha família havia chegado. Eu iria ficar em uma pequena cidade no estado de Michigan. Minha família era composta por apenas três pessoas: meu host dad se chama Phil, minha host mom se chama Ella e uma host sister chamada Hanna. O Phil e a Ella com cerca de 45 anos e a Hanna, que iria estudar na mesma escola que eu, tem a minha idade, 17 anos.
Depois de conhecer minha host family, uma vez a cada quinze dias– mais ou menos – a gente se falava por chamada de vídeo e todos eram bem simpáticos e acolhedores. Eu já tinha tratado de trocar todas as redes sociais com a Hanna, que quase todos os dias me mandava snap com fotos do seu dia a dia, me mostrando como seriam as coisas quando eu chegasse lá. Nós já éramos bem amigas.
Em uma de nossas conversas, ela me contou que fazia vôlei no colégio em algumas temporadas, então contei que meu sonho era ser cheerleader (líder de torcida). Ela me contou que o processo não era fácil, que precisava ser aprovada em um teste para isso, mas que conhecia muita gente e que poderia facilitar algumas coisas pra mim. Eu estava bem feliz em já ter uma amiga nos EUA e ela sempre me dizia que seus amigos estavam ansiosos para me conhecer e que ela ia me apresentar para a galera.

...

Eu embarcava em uma semana. Minhas malas estavam quase prontas e a saudade já batia na porta. Resolvi então que tinha que aproveitar esse tempo com minhas amigas e família. Mandei mensagem para minhas duas melhores amigas: Laura e Gabi.
Marquei uma tarde de filmes e fofocas, nos encontramos as 15h na casa da Laura para nossa "reuniãozinha".
Assistimos filmes e conversamos até as 19h quando decidimos pedir pizza para o jantar.
Quando a pizza chegou, o porteiro avisou que não poderia deixar o entregador entrar, então nós descemos para receber. Ao sair do elevador, percebi que estávamos em outro andar, no escuro. O salão de festas.
Ao ascenderem as luzes, levei um susto! Estavam todos lá! A galera do colégio, o pessoal que costumava sair com a gente para festas, vários amigos. Eu fiquei bem empolgada com a surpresa para minha despedida.
Dançamos, bebemos e comemos a noite toda e a cada hora que passava, mais gente chegava.
Até que enquanto estava dançando e me divertindo com alguns amigos, me virei e avistei um menino. Não "um" menino, mas "o" menino. Me virei pra Laura e comecei a falar nervosa.
–Você o convidou!?
–Lógico que não! Ele deve ter ficado sabendo – argumentou
–Nao acredito! – a empolgação foi grande em ver meu crush ali. Mas continuei dançando tentando ignorar a presença dele ali
Alguns minutos depois, senti alguém tocando em meu ombro para me chamar, virei em direção a pessoa e para minha surpresa, Caio estava. Na minha frente. Respirei fundo e fiz uma cara simpática.
–E aí!? – falou empolgado
–Oi, Caio! –sorri e o abracei, sentindo seus músculos
–Vim te desejar boa viagem e boa sorte, né? – falou enquanto me abraçava e sorria
–Ah, obrigada!
–Quer dançar? – falou já colocando a mão na minha cintura. Não respondi mais nada, apenas deixei que ele me conduzisse.
Alguns minutos se passaram até ele me soltar e me dar as costas. A princípio, não entendi nem escutei nada, pois o som estava alto. Logo em seguida, vi seu melhor amigo Matheus – que por sinal era meu melhor amigo também – lhe cumprimentando.
–Meu amor! Eu vou sentir tanto sua falta! – sorri enquanto Matheus me abraçava, ignorando que ele tinha acabado de estragar o meu momento
–Eu sei! Você não vive sem mim! Quem vai te dar conselhos enquanto eu estiver fora? – zoei com a cara dele
–Eu vou arrumar uma substituta – disse me esnobando. Dei um tapa no braço dele e nós dois rimos.
Matheus e Caio se afastaram de mim pra falar com o resto da galera e eu fui até o freezer pegar uma bebida.
A festa estava maravilhosa! Eu tive várias oportunidades de dançar e conversar com o Caio – que sempre tomava a iniciativa de me puxar para dançar com ele.
Ao fim da noite, pouca gente restava no salão de festas. Sentei em uma cadeira perdida em um dos cantos e terminei de tomar minha vodka enquanto observava todos ali.
Laura limpava toda a bagunça, Matheus checava o freezer para saber o quanto de bebida restava e Gabi desmontava o som. Como eu iria viver sem todos eles? As três pessoas mais importantes da minha vida – sem contar com a minha família. Não me perdi em meus pensamentos por muito tempo. Caio, já bêbado, parou ao meu lado, achou outra cadeira e sentou.
–Por que só ficamos próximos hoje? – disse pegando a minha mão. Eu apenas sorri e não respondi – Você é legal. Vai fazer falta aqui.
–Você nem me conhece! – gargalhei
–É verdade – ele riu comigo – Gostaria de ter tido mais tempo pra te conhecer – disse sério
– Eu ainda tenho uma semana... – disse em tom de brincadeira.
– Sai comigo esse semana então? – propôs me olhando nos olhos
– Se você sobreviver à ressaca de amanhã... A gente resolve – desviei da conversa desacreditada.
Antes que ele falasse mais alguma coisa, Matheus me chamou. Atravessei o salão até onde ele estava.
–Não esquece que nós te amamos, tá? Pode contar comigo. Qualquer coisa que acontecer lá, pode me dizer que eu dou um jeito de resolver daqui mesmo – terminou quebrando o gelo. Bem a cara dele
– Obrigada! Eu te amo! – abracei-o forte
–Preciso ir agora. Te vejo no aeroporto.
–Jura? Obrigada! Vai ser mais um para me fazer chorar – protestei e ele apenas sorriu se afastando para buscar o amigo e seguir até o elevador.
Dali, vi Matheus e Caio irem embora.

NOTAS: Passei um tempo sem escrever, pois estava desanimada, mas um sonho me fez voltar.
Não sei se tem alguém me acompanhando, mas se tiverem, me sigam, comentem, curtam e divulguem para os amigos e me ajudem a ficar motivada para escrever. Obrigada! Beijos

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