Assim que cheguei ao hospital fui convocada para uma reunião na sala de meu pai, estranhei mas não disse nada, caminhei em passos lentos até a sala dele e ao chegar na mesma dei três batidas na porta:
— Pode entrar — Ouvi a voz de meu pai que me soava cansada. Eu tinha quase certeza que ele ia me demitir ou algo assim, no entanto, não entrei em pânico apenas entrei na sala e vi que ele não estava sozinho. Tinha ao seu lado um senhor de meia de idade de cabelos brancos e um terno preto com uma gravata azul marinho.
— Bom dia. — Disse olhando ora para um ora para outro— Me disseram que o senhor queria falar comigo, mas eu posso voltar outra hora — disse e me virei fazendo menção de sair da sala.
— Marina, fique aqui — ele falou não como uma ordem de pai ou chefe, mas como um pedido, era estranho ver esse seu jeito "não mandão" — Eu e o Senhor Robin — Que sobrenome horrível, na verdade, eu era a última pessoa que podia falar de sobrenomes horríveis, mas tudo bem — queremos conversar com você.
— tudo bem — falei fechando a porta e me sentando em uma cadeira ao lado do homem de sobrenome horrível e então sorri — O que querem falar comigo? — perguntei os olhando.
— Marina, como você sabe — Tenha medo de frases que começam: "como você sabe" "como nós sabemos" "sabemos" e por ai vai, as chances de depois de isso serem notícias boas são de 1em 1 milhão. Já viu alguém dizer "Fulana, como você sabe quero deixar isso mais claro: 'você é a melhor funcionária! Aêee!" Não, depois dessas frases só vem merda, merda atrás de merda, mas tudo bem — Eu já estou meio debilitado — Eu não falei? — Então eu quero fazer por onde antes de partir — Ele me entregou um envelope — Estava procurando uma pessoa que pudesse me suceder e depois de ontem percebi que essa pessoa era voc. Dentro desse envelope está toda a papelada do hospital, e... — Ele deu um sorriso de lado — Por lei você é a dona, Diretora e sócia majoritária.
— Hummm — falei digerindo aquilo — O hospital é meu? Tipo... — Ai jesus, calma. Não faz a desequilibrada, Marina. — é isso o que o senhor quer? Quer me ver na diretoria do hospital?
— é tudo o que eu mais quero — ele sorriu e eu sorri também. Sabíamos o tamanho daquilo tudo e ele estava confiando em mim para cuidar.
— Então eu quero também — sorri o olhando — Vou cuidar disso como se fosse minha casa, prometo. Eu tenho que assinar? — perguntei tirando o documento do envelope.
— Sim — ele me deu uma caneta e o senhor que estava ao meu lado me disse onde eu tinha que assinar, assim fiz. Logo após ele assinou e depois, meu pai.
— Então — levantei da cadeira — eu adorei isso tudo, mas eu tenho que verificar as câmeras de seguranças para tentar ver quem foi o último a entrar no quarto de Clarice. obrigada, pai
— Marina, as câmeras estão... paradas — ele disse se levantando — na última manutenção o Técnico disse que viria logo logo, pois já estava na hora de trocar as câmeras. Segundo o mesmo ele traria novas câmeras, mas não veio e eu não me preocupei muito com isso.
— O quê? — perguntei voltando a sentar na cadeira — Valei-me senhor Jesus Cristo — disse colocando a mão na cabeça — Olha, pai. Tá bem — tentei soar o mais calma possível — Eu vou procurar um novo técnico e ele logo virá instalar tudo, okay? Okay. — forcei um sorriso e logo pedi licença me retirando da sala com o documento em mãos.
Fui à procura de Dylan assim que sair da sala para que pudesse contar sobre a novidade e tentar ciar uma estratégia para fugirmos da pressão da imprensa ou de qualquer coisa que viesse a pairar sobre o hospital com a morte de Clarice. O encontrei, ele estava em consulta, assim a sua secretária me disse e eu esperei que ele terminasse. Passado uns trinta minutos quando a consulta acabou entrei na sala e sentei a sua frente dando o documento.
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Insana
Teen FictionNão tem absolutamente nada mais idiota do que ser taxada como "a louca" "a psicopata" é algo questionável, bastante questionável. Eu não toquei fogo em casa, não matei meu irmão nem namorados, nunca briguei na escola muito menos desrespeitei algum p...