Entrei no shopping vestindo um vestido curto e solto preto, vestido esse que tinha um decote coração e um cinto na cor prata acima da cintura. Usava um par de saltos pretos com solas vermelhas e uma bolsa LV. Em meus cabelos tinha uma travessa de flores (da qual estava na moda, geralmente eu não gosto de usar o que "está na moda", mas tenho que admitir: aquilo era uma moda que me agradava muito.) e o mesmo estava solto para o lado esquerdo, ainda estava perdida. Afinal, havia muito tempo que não ia a um shopping, mas não demonstrei muito.
—Olívia, você já escolheu o que comprará primeiro? — Minha mãe me perguntou me olhando.
—Bem, para ser sincera, não. —falei olhando ao redor — isso aqui parece tão novo para mim mesmo não sendo. Muitas pessoas aglomeradas ainda me espantam, é estranho e um pouco desconfortável para quem praticamente foi criada em um Hospício. As vozes das pessoas juntas formam um som incoerente e vazio, como ondas do mar totalmente desgovernadas, porém de forma que cada onda tivesse um som, causa uma confusão em mim.
—Eu juro que queria poder ter ajudado mas as professoras da escola chamavam você de "a nova Matilde" por você ser... mais adiantada do que seus amigos naquela idade que queriam brincar enquanto você preferia ficar enfurnada em um livro, e o tempo foi passando você foi se tornando antissocial e na época que os garotos começaram a te paquerar você os ignorava.
—Visar um futuro melhor, visar minha vida agora me faz louca, mamãe? — perguntei me virando para ela — Não tem justificativa. Não tente se explicar, já fez, não tem como voltar atrás e me colocar em meu quarto outra vez. Vocês me colocaram em um hospício e ponto, sem discussões. — falei voltando a andar — Decidi o que vou comprar primeiro — falei sorrindo e olhando para uma loja enorme com todos os tipos de roupas.
— Boa escolha — Ela me olhou dando-me permissão como se eu precisasse de uma para entrar lá e comprar o que quisesse.
mas ignorei esse gesto e entrei na loja. Ela tinha piso branco e papéis de parede sofisticados, eram marrons com algumas flores que se encontravam em cor bege, lustres espalhados, araras, vitrines chamativas e até um pequeno bar que havia todo tipo de bebida que imaginasse. As vendedoras estavam bem vestidas e eram diferentes umas das outras, o que era uma coisa que não costumávamos ver em lojas, haviam negras, gordas, magras, brancas, enfim... todo o tipo de mulher; Elas estavam vestindo calças pretas, blusas marrons do mesmo tom do papel de parede, crachás que identificavam cada uma, na maioria os cabelos estavam presos em rabos de cavalos e franjas, outras tinha cabelos cacheados negros ou tingidos nas pontas.
Assim que demos os primeiros passos uma garota com mais ou menos 1,57 de altura, pele negra e de cabelos lisos e super sorridente veio a nossa frente e se mostrou ser super simpática.
— Bom dia, precisam de ajuda? — ela perguntou nos fitando e logo sorriu para minha mãe —Dona Elizabeth, creio que chegaram peças que irão lhe agradar bastante, estão localizadas na Ala B, vou pedir para que sua vendedora venha e te atenda, certo? —Ela perguntou e ao que minha mãe assentiu ela se virou e foi.
—Você compra aqui? — perguntei a olhando.
—Acredito que sim, essa é a melhor loja que se pode encontrar no shopping. Atendentes capacitadas, peças confortáveis, responsabilidade em suas roupas. É definitivamente a melhor — Ela me respondeu sorrindo e então a vendedora que pelo que vi de seu crachá se chamava Maya veio com outra vendedora só um pouco menor que ela, de pele branca e cabelos loiros.
—Clara —disse minha mãe sorrindo para ela —que bom ver você — Logo após falar ela se virou para mim — Olívia, vou deixar que você fique com Maya e se terminar primeiro que eu pode ir passear e comprar algumas coisas —Ela disse me entregando o cartão —se eu terminar primeiro vou ao seu encontro —Ela disse e eu assenti pegando o cartão. —Boas compras
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Insana
Novela JuvenilNão tem absolutamente nada mais idiota do que ser taxada como "a louca" "a psicopata" é algo questionável, bastante questionável. Eu não toquei fogo em casa, não matei meu irmão nem namorados, nunca briguei na escola muito menos desrespeitei algum p...