Capítulo 2

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Hope Jones, Londres

Abro os meus olhos a muito custo, encandarando o pálido teto do meu quarto. Após insultar tudo e todos os que me obrigam a levantar cedo acabo por retirar a grande e pesada manta branca de cima de mim, arrepiando-me com o clima que se encontrava no meu quarto, levanto-me e arrasto o meu corpo até à casa-de-banho, podendo assim realizar a minha higiene pessoal.

-Hope! - a voz da minha mãe sobressaísse ao som da água a escorrer e, logo, me apercebi do tempo que estava a demorar. Saí, apressadamente, da casa-de-banho e vesti algo prático, porém, quente devido ao clima frio que se encontrava em Londres. Desci as escadas e dirigi-me até à cozinha onde encontrei um prato com ovos e bacon acabados de fazer e um bilhete -obviamente da minha mãe- ao seu lado.

"Hope, deixei-lhe o pequeno almoço feito porque de certeza que, caso contrário, sairia sem comer. Tive que sair com urgência devido ao surgimento de um problema no trabalho.
Espero que tenha um bom dia!

-Mãe"

Gargalhei ao notar o quão bem a minha mãe me conhecia e deixei o bilhete em cima da mesa, desviando a minha atenção para a comida que se encontrava no prato. Tirei o jarro que continha sumo de laranja natural e joguei o líquido laranja para dentro de um copo, peguei também em um pouco de pão e sentei-me desfrutando da minha refeição matinal. Após terminar, coloco a loiça suja na máquina de lavar loiça e subo para o meu quarto. Penteio os meus longos cabelos loiros, coloco perfume, pego na minha mala e jogo para lá o meu telemóvel. Desço as escadas, indo para o hall, pego as minhas chaves e saio de casa.

O caminho até à escola não é longo, são, no máximo, uns 15 minutos a pé. Decido ouvir música durante o caminho, para que este não seja tão melancólico e demorado.

Quanto mais me aproximava do perímetro escolar, mais adolescentes eram avistados por mim. Supirei por descontentamento e entrei por entre os portões do inferno -ou como todos chamam: escola- cabisbaixa.

A minha posição de popularidade é, praticamente, no fundo da pirâmide. Sou indiferente ao olhar de mais de metade dos estudantes e o meu grupo de amigos é reduzido a apenas uma pessoa, eu. Digamos que não sou aquela anti-social cliché que normalmente aparece nos filmes e nos livros, eu falo e tento interagir o máximo com as pessoas à minha volta, porém, não considero nenhum deles meu amigo, simplesmente, não passam de colegas.

O som do sino a tocar acorda-me dos meus aleatórios pensamentos e ando o mais rápido possível para a sala onde a primeira aula iria decorrer. Antes de entrar na sala vejo, ao longe, a pessoa que eu menos quero ver...

Um lugar ao fundo da sala, ao lado da janela e com pessoas silenciosas ao meu lado, era tudo o que eu pedia. Em vez disso estou sentada numa das mesas ao centro da sala com uma cambada de adolescentes com as hormonas aos saltos e, mal o professor vira as costas, é uma guerra de bolas de papel. Eu só queria morrer e quando a aula, finalmente, acabasse renasceria das cinzas como Fénix.

Tento prestar atenção ao que o, incrivelmente velho, professor escrevia no quadro, quando cai uma folha de papel dobrada ao meio em cima da minha mesa. Confusa abro o pálido papel encontrando no seu centro, escrito com uma caligrafia perfeita, um "Olá!". Inevitavelmente abro um grande sorriso percebendo logo quem me havia enviado aquilo e gargalho com a infantilidade da situação, escrevo um "Olá :D" como resposta no papel e atiro-o de volta para o rapaz que me olhava sorridente. Segundos depois volto a receber o mesmo papel e apresso-me a ver o que Ethan tinha respondido, guardando a folha de seguida, pois acabara de dar o toque para a saída. Após arrumar as minhas coisas saio da sala e vou em direção ao bar, faço o pedido e espero sentada numa das mesas fornecidas pela mesa ao lado do mesmo.

"Posso?" A sua, incrivelmente, grave voz despertou a minha atenção afastando todos os meus pensamentos; acenti ao seu pedido. "Está tudo bem, Hope?"

"Sim, está tudo bem! Porquê a pergunta?"

"Bem, estás aqui sozinha..."

"Ethan, não é por estar sozinha que tenho que estar em baixo." involuntariamente revirei os olhos -um grande hábito meu-. Ethan não respondeu, simplesmente se levantou e virou as costas indo embora.

Tenho mesmo que me afastar dele.




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OLÁ, OLÁ!
Eu queria explicar algumas coisas sobre esta FIC, pois, temo que fiquem confusas.
Antes do mais eu não estou a escrever esta FIC sozinha!
Esta história passa-se em lugares diferentes, com pessoas diferentes; é, tipo, duas histórias dentro de uma história.
Por enquanto é tudo, hasta vista.

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