One.

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Senti meu braço ser puxado bruscamente por aquele garoto, tentando me fazer entrar dentro daquele carro. Eu queria chorar, gritar, mas eu só tentava sair de lá. Me segurava em qualquer coisa que pudesse me proteger, e não passava nenhuma alma naquela rua. 7:00 da manhã e ninguém na rua é algo estranho, porém ignorável.
Tentava chutar o garoto qual não consegui ver o seu rosto, a partir do momento que ele segurou minha cintura e me puxou mais bruscamente que entendi que não adiantava tentar fugir daquilo. Gritei. Gritei alto. O máximo que podia. Fechei meus olhos pedindo por favor e tentando acertar a pessoa com meus braços.

— Seja boazinha e serei bonzinho com você. — Aquela voz disse, era possível sentir o hálito de bebidas dele.

— Verônica!  — Ouvi alguém no final da Rua gritar, em seguida correr ao meu encontro, arqueei a sombrancelha tentando entender a situação, mas logo entrei no jogo.

— Justin, quanto tempo! — Eu disse, senti o homem soltar meus braços, quais estavam marcados de roxo pelos apertões fortes.

  O rapaz que nunca havia visto em minha vida me abraçou, em seguida me deixou lá por certa de uns 40 segundos. Até o homem e seu carro se afastarem.
Quando ele teve certeza que o homem teria se afastado completamente. Ele me afastou e deu uma rápida checada em meu corpo.

— Ele te machucou, precisa cuidar desses roxos.  — A voz rouca do moreno disse, em seguida sorri pra ele.

— Obrigada. Obrigada mesmo. Meu Deus! Obrigada. — Abracei novamente o garoto, eu estava em choque. Não sentia vontade de nada, apenas um grande embrulho no meu estômago. Um alívio tomou conta do meu corpo.

— Você precisa cuidar do seu braço...  — O menino com sua touca de uma cor que nunca havia visto respondeu, em seguida segurou minha mão me guiando pelo caminho oposto que eu fazia.

— Pra onde está me levando?

— Minha mãe é enfermeira, ela pode cuidar disso. E minha irmã, bom, ela pode te distrair. — Decidi não responder mais, se ele fosse outro serial killer, entenderia que minha vida não tem mais jeito.

A rua começou a se movimentar aos poucos, e não demorou muito para que entrasse na rua de casas que ele morava. Sua casa era um tanto florida, parecia casas de desenhos animados. Ele deu espaço pra eu entrar, fiz aquilo timidamente.

— Mamãe, Gemma, por favor. Rápido. — Ele me deixou sentada no sofá enquanto foi falar algo com as mulheres que desceram. Vi a mais velha, que suponho, mãe dele apontar pra alguns lugares. A mais nova que tinha seus cabelos loiros foi até a cozinha colocando água em uma panela, o garoto de touca foi até uma porta, provavelmente o banheiro.
Aquela mulher se aproximou e se sentou ao meu lado, pegou o meu braço que estava com o maior hematoma e observou. Suspirou.

— Gemma, anda logo com essa água. Cadê seu irmão? — Assim que ela disse, vi a imagem do garoto correndo com uma caixa e umas pequenas toalhas na mão.

Ele se sentou ao meu lado. Cerca de 5 minutos depois a loira, que acabara de descobrir se chamar Gemma, veio com uma panela com água quente. Colocou em cima da mesinha e sentou-se no tapete da sala.

— Minha querida, eu vou colocar esse paninho quente pra circulação voltar ao normal. Não vai ser tudo de uma vez, mas vai ajudar, ok? — Ela disse enquanto mergulhava uma das toalhas na água.

  Ela deixou o pano na minha pele por cerca de 20 segundos, em seguida retirou. O garoto secou meu braço. Ela foi fazendo aquilo por uns 40 minutos. Não estava mais tão roxo, mas ainda parecia que dei uma visitinha na casa de um maníaco.

— Qual é o seu nome? — a loira sentada no chão perguntou, enquanto sua mãe passava pomada em mim.

— Camila. — Respondi.

Anne era o nome da senhora, o outro era Harry.
Não demorou muito para que eu começasse a chorar, talvez efeito da ficha ter caído. Abracei Harry agradecendo a ele por aquilo, em seguida tentei parar de chorar, mas não era possível. Sentia o desespero em meus soluços. Eu não conseguia, não seria possível parar de chorar tão cedo.

Foi a vez de abraçar Anne, ela mexeu em meus cabelos falando doces palavras para que eu me acalmasse. Seu cafuné me fez querer dormir, e foi exatamente isso que aconteceu. Eu não queria dormir lá, mas eles me passaram tanta confiança, acabei pegando no sono.

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Olha quem está aqui. Eu mesma, e dessa vez sem tanta demora... Bom, acho né.

Beijinhos,

Que Bieber e seus seguidores abençoe a todos.

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⏰ Última atualização: Sep 28, 2017 ⏰

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