1 - A Importância da Experiência

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É importante enfatizar o lugar da experiência espiritual na vida cristã. Fora as experiências espirituais relacionadas à conversão -- tais como a devastadora convicção do pecado, a extasiante alegria devido ao perdão e à segurança, a dedicação fervorosa e o zelo, etc. -- existem muitos tipos de experiências vivenciadas após a conversão. Os crentes são, às vezes, deslumbrados por uma sensação de amor de Deus ou podem experimentar uma alegria inexprimível e cheia de glória. Paulo menciona ter sido levado ao paraíso (2 Co 12.4). Alguns crentes têm sonhos e outros têm visões.

No meu livro, The Believer's Experience (A Experiência do Crente), enfatizo a importância da experiência na conversão. Isto varia grandemente, desde o drama que provoca calafrios na espinha do carcereiro suicida, de Filipos, à doce e calma experiência de Lídia, cuja conversão é também registrada em Atos, capítulo 16. A convicção de pecado e a alegria são duas áreas principais da experiência nos sentimentos e emoções da conversão. Há ainda a plenitude do amor de Deus e a garantia direta de Romanos 8.16; e o selo, referido em Efésios 1.13 e 2 Coríntios 1.22. O desenvolvimento e o gozo da união e da comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo envolvem experiência. Este assunto ocupa 447 páginas de exposição por John Owen, que podem ser encontradas em sua obra, Works (v. 2), publicada por The Banner of Truth.

A provação é acompanhada de paciência e conforto nos tempos de sofrimento, tribulação e aflição. E que dizer sobre o abandono, que é uma experiência apavorante? As Escrituras descrevem o abandono e não podemos confiná-la ao Velho Testamento. Observe que evitamos a armadilha de tornar qualquer destas experiências a norma. A conversão e a vida cristã diária podem ser acompanhadas por grandes alegrias em uns, mas não em todos. Os elementos básicos da experiência são os mesmos em todos os crentes, mas a expressão deles é amplamente divergente; assim como os temperamentos e as personalidades diferem amplamente.

A experiência é uma parte essencial e integrante de nossa fé cristã e, se necessitamos incrementar a ênfase neste âmbito, é importante depender dos meios prescritos para fazê-lo. Por causa de um sede por estímulos, muitos são inclinados a procurar coisas sensacionais e, então, consideram a pregação, as reuniões de oração, a ceia do Senhor e os cultos como comuns, isto é, não empolgantes! Mas os meios de graça são a melhor previsão de Deus, e não há melhores. A pregação será sempre seu melhor meio de graça até o final dos temos (1 Co 1.21, Mt 28.18-20). A solução, então, se encontra não na procura de experiências, por si mesmas, mas em aperfeiçoar o ministério provido para elevar os aspectos experimentais de alegria, poder, segurança, e assim por diante.

Quando se fala do âmbito da experiência, o campo para dar testemunhos e contar histórias é infindável, mas isto pode, bem depressa, se tornar sem lucro e consumir tempo excessivo. Muitos que não podem provar seu argumento pela Escritura recorrerão a episódios pessoais e histórias. Se vamos refletir sobre experiência espiritual, é mais lucrativo recordar e lembrar tempos de reavivamento, embora seja possível ficar deprimido com tais lembranças. Por exemplo, há aqueles, na Irlanda do Norte, que podem lembrar um poderoso movimento do Espírito Santo, em 1920-1921, através do ministério da pregação de Willy Nicholson. Ele foi um diamante não lapidado, que pregava a respeito do fogo do inferno e, através dele, centenas foram convertidos. Homens rudes das áreas do cais afluíam às reuniões, e Deus se encontrava com eles. Após este tempo, Nicholson foi à América. Voltou em 1930 e se esperava que haveria uma repetição do que acontecera em 1920-1921, mas nada aconteceu. As palavras, as expressões e os métodos eram todos os mesmos, mas o poder havia desaparecido.

Há tempos de despertamento e poder extraordinários, mas sempre são períodos extras e fora do comum. Devemos regozijar-nos por ter havido tais tempos e orar por seu retorno. De fato, nunca cessamos de orar sincera e urgentemente pela conversão de nossos queridos. Se não vemos grandes tempos de poder, não devemos tentar criá-los artificialmente. Nosso único recurso é usar os meios da graça, que nos são preciosos e nunca devem ser considerados como mundanos. Nem devemos desprezar os tempos sem reavivamento. Mesmo em períodos sem reavivamento temos boas obras para executar, e em quantidade mais do que suficiente.

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⏰ Última atualização: May 14, 2016 ⏰

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