III - Fissura Sombria

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Antes de Sofia poder se abrigar, o primeiro espinho passou por cima do mar de semideuses que se abaixou e recuou, os arqueiros foram para linha de frente, alguns se esconderam atrás do Pinheiro e o dragão acordou.

O dragão desceu da árvore e sibilou com sua língua bifurcada para os monstros e investiu contra os mesmos, Quíron comandava todos os arqueiros e guerreiros que faziam a linha de frente no meio da multidão Sofia estava perdida queria encontrar sua mãe e tirá-la dali e pedir explicações, então olhou em volta, fora da barreira Mary lutava contra Joseph, seu arco estava no chão e de repentes voltou a estar pendurado em suas costas, ela usava duas adagas prateadas e Joseph usava uma espada negra de duas lâminas, eles travavam um confronto feroz, ambos eram ótimos em batalha, mas a postura de Mary era impecável, ela fez Joseph recuar e então atacou seu rosto, ele pôs a mão no rosto e o rio de sangue escorreu por elas, ele largou a arma e tentou esconder sua vergonha, mas Mary o imobilizou e levou-o para dentro do Acampamento o sangue parou de escorrer e Sofia viu a cicatriz como um raio em seu rosto, friamente Mary o conduziu pelo pandemônio que havia se instalado na fronteira do Acampamento.

Sofia viu Ían lutando em desvantagem contra um ciclope er uma Manticora, o garoto usava um chicote negro com farpas e pedras azuis, ele esticava e retraía o chicote e quando ele acertava um dos monstros uma descarga elétrica passava pelo chicote, mas os monstros obrigavam o garoto a recuar então Sofia pegou uma arma no chão próximo a um arqueiro machucado, uma espada de ouro, sem saber o que estava fazendo ela foi em direção aos monstros e se instalou ao lado de Ían em posição de ataque.

- Sai daqui, vai se machucar. - Disse Ían.

- Não, você está em desvantagem aqui.

- Não sabe o que está fazendo.

Ían atacou o braço do ciclope que levantou a clava e ia esmagar Sofia, a clava caiu em cima do pobre pé do ciclope e Sofia pulou e atravessou a lâmina no peito do ciclope e o chutou para longe quando ele explodiu deixando uma fina camada de poeira dourada no chão.

A Manticora atacou Ían que olhava boquiaberto para Sofia, as garras rasgaram a pele do garoto, ele pôs a mão no braço largando o chicote no chão e então a Manticora se voltou para Sofia, ela desesperadamente correu para pegar espada, mas um dos espinhos passou próximo a perna dela acertando o chão, o ferimento latejava e doía e imediatamente ela caiu no chão.

A visão da garota embaçou e ela viu Ían vindo correndo e se atracando com a manticora, ela caiu e rolou colina abaixo com ele e então alguns minutos depois ele voltou e a arrastou para dentro do Acampamento, sem mais preocupações ela fechou os olhos e se deixou levar pelo cansaço e pelo veneno da Manticora que já corria pelo seu sangue e desmaiou.

Quando Sofia acordou e abriu os olhos, olhou ao redor e viu que estava na enfermaria, sentou-se e viu o curativo em sua perna, uma fina cortina de seda separava a maca dela das outras, mas através das cortinas ela viu Ían deitado duas macas há distância, ela levantou e andou mancando até ele mas foi interceptada.

- Ou, ou, ou moça você não pode sair andando por aí assim.

Um menino loiro, olhos verdes, boca rosada, cabelos curtos, usava um jaleco branco e crocs verdes água com um estetoscópio no pescoço, ele conduziu Sofia de volta a maca e a sentou.

- Sou Michael Corleone, filho de Apolo curandeiro chefe e você está sob minha supervisão.

- Tá, mas só me diz se Ían está bem.

-Sim está, porém exausto.

Sofia assentiu e ficou sentada encarando o garoto, então percebeu quão familiar ele era.

- Ei eu conheço você, sei que conheço.

- Achei que nunca ia perceber, estudamos juntos na quarta série, no colégio McKindle.

- Ah desculpa, não me lembro muita coisa sobre minha infância. Minha vida mesmo começou há poucas horas quando descobri que sou uma semideusa. - Ela riu.

- Entendo, - Michael olhou para o lado. - seu amigo acordou. Mas antes vou medir sua pressão e fazer uns exames.

Ele colocou um aparelho de medir pressão no braço de Sofia e ela fez um expressão de dor quando o aparelho. começou a apertar seu braço. O aparelho se desligou e Sofia podia sentir o sangue correndo em sua veias pulsantes.

- Hum , pelo visto está tudo ok. Só espere um pouco mocinha e já vai poder ver seu amigo. - Ele se virou e saiu.

Alguns segundos depois sua mãe adentrou a enfermaria, ela usava uma camisa azul e uma calça jeans ambas um pouco justas demais, mas realçavam seus olhos e seu cabelo ruivo comprido ela viu Sofia sentada e pôs as mãos não bolsos de trás e caminhou lentamente contando os passos até chegar em Sofia.

- Olá Sofia como você está ? - Mary perguntou.

- Ah mãe, estou bem e você ? Joseph está aqui no Acampamento ?

- Sim, mas está preso, queremos detalhe sobre o que está acontecendo de verdade e eu vou descobrir isso.

- Mas...

- Eu te vi ontem lutando ao lado do seu amigo, sua mãe estaria orgulhosa de você.

- E você não está?

- Sim, mas ... - ela se sentou ao lado de Sofia. - eu não sou sua mãe.

COMO É QUE É MINHA MÃE ? VOCÊ É MINHA MÃE... - Ela perguntou - NÃO É ?

Mary abaixou a cabeça.

- Não Sofia, não sou. Sou apenas amiga da sua mãe, depois que ela saiu para uma missão e não voltou, eu vim ao acampamento e a levei daqui para cuidar de você como minha filha, pois era isso que sua mãe queria. Mas agora que você já sabe da verdade, deverá seguir seu caminho sozinha.

- Você, você mentiu pra mim durante todos esses anos...

- Não só mentiu como apagou todas as suas lembranças, por isso que você não se espantou quando descobriu a verdade.

Olhei para trás e Joseph estava de pé na porta da enfermaria com sua espada de duas lâminas em mãos.

- Ah Mary, como você foi má com a pobre garotinha, enganá-la por todos esses anos só por seus interesses.

Mary se levantou e ficou de frente para Joseph, ela atacou, com as duas adagas em mãos, mas ele rapidamente defendeu e se posicionou atrás dela pressionando a lâmina de sua espada contra o pescoço de Mary.

- Você vai vir comigo e me mostrar onde está o Amuleto.

Quíron chegou na porta trotando com o arco apontado para Joseph.

- Ah Quíron é uma pena que não tenha treinado seus preciosos campistas o bastante para me enfrentar, você sabia que eu viria, mas contudo não deu seu melhor, na verdade obrigado pela recepção calorosa e pelo presente também.

- Joseph solte-a agora.

- Não, vou pegar emprestado, ela vai me levar até o Amuleto e aí você vai pagar pelo que fez. Adeus Quíron.

- Mãe ! Não !

Uma fissura sombria se abriu atrás dele e ele foi sugado para dentro junto com Mary.

Solstício De Verão - A Primeiro EstaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora