INTRODUÇÃO

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"Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós" (At 15.28). Quão claramente isso indica a

realidade do Espírito Santo e o relacionamento pessoal que com Ele desfrutavam os crentes

do primeiro século!

O cenário foi o Concilio de Jerusalém, o primeiro da Igreja Primitiva. Então, surge a

pergunta: Corno os judeus cristãos mantiveram comunhão com os que não eram

circuncidados, que comiam alimentos impuros, e cuja origem era a cultura grega, altamente

imoral naqueles dias? Apóstolos, presbíteros e os demais crentes reuniram-se para resolver a

questão. Alguns judeus cristãos insistiam que os gentios convertidos deviam circuncidar-se

e guardar a Lei de Moisés. Pedro lhes fez lembrar como Deus dera o Espírito Santo aos

gentios na casa de Cornélio antes de terem a mínima oportunidade de realizar boas obras, e

muito menos de cumprir a Lei! Paulo e Barnabé contaram a respeito dos milagres que Deus

realizara através deles entre os gentios.

Tiago, irmão de Jesus, finalmente deu uma sábia palavra que agradou a toda igreja.

Passaram, então, a escrever cartas sobre o que decidiram. Não disseram, no entanto:

"Pareceu bem a Tiago, presbítero principal da igreja em Jerusalém"; nem disseram:

"Pareceu bem a Pedro e aos apóstolos"; nem sequer: "Num consenso dos irmãos, indicado

por um voto majoritário". Em toda a sua discussão (investigação, consideração, debate -

Atos 15.7), estavam conscientes da presença de uma Pessoa divina entre eles, orientando-os,

guiando-os para a verdade. Não se tratava, pois, de uma mera linguagem, quando disseram:

"Pareceu bem ao Espírito Santo e a nós".

Essa consciência da realidade do Espírito Santo permeia a Bíblia inteira desde

Gênesis a Apocalipse. Muitos escritores do Antigo Testamento se referem ao Espírito, e

somente três dos livros do Novo Testamento não se referem a Ele (e esses são todos muito

breves - Filemon, 2a e 3ª João).

É verdade que Jesus Cristo é a personagem-chave em todo o plano de Deus. O

próprio Espírito Santo focaliza a atenção em Cristo e procura glorificá-lo (Jo 15.26; 16.14).

Isso não significa, porém, que o Espírito Santo seja desconsiderado nalguma parte da Bíblia,

nem que seja tratado como uma influência vaga ou uma energia imperceptível. Ele é

reconhecido como uma pessoa real, com inteligência, sentimento e vontade.

Tanto explícita como implicitamente, a Bíblia trata o Espírito Santo como uma

Pessoa distinta. "E aquele que examina os corações sabe qual é a intenção do Espírito; e é

ele que segundo Deus intercede pelos santos" (Rm 8.27). "O Espírito penetra todas as

coisas" (1 Co 2.10). Desse modo, Ele age com inteligência e sabedoria. (Ver Efésios 1.17;

Isaías 11.2). Ele tem emoções e pode ser entristecido ou ofendido (magoado, desgostado:

O QUE A BÍBLIA DIZ SOBRE O ESPIRITO SANTO Onde histórias criam vida. Descubra agora