Diagnóstico do autismo

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Um jovem casal chega à clínica com um garotinho de apenas 3 anos. Ele brinca, pula, se diverte e não para de rir um


segundo. Uma risada gostosa, alegre e inconfundível de alguém que está feliz em sua plenitude. Mas seus pais têm um


olhar tenso, nítido de alguém que está muito preocupado. Iniciamos nossa conversa e ao mesmo tempo observamos,


minuciosamente, cada comportamento da criança ali presente.


Para que o diagnóstico seja realizado com êxito, é fundamental que o profissional tenha bastante experiência no assunto


e que entenda profundamente sobre comportamentos infantis de forma geral. Além desses instrumentos, ele precisa estar


muito atento à história de vida do paciente, que deve começar antes mesmo de a criança nascer. Para isso, deve-se,


primeiramente, pesquisar como foi essa gestação. A mãe logo descobriu que estava grávida? Fez pré-natal adequado? Os


ultrassons estavam normais? Como foi o desenvolvimento do feto? Como foi a saúde materna durante toda a gestação? É


importante que a família também relate ao médico se houve o uso de qualquer medicamento ou outra substância durante


esse período.


A formação de uma criança no ventre da mãe depende de inúmeros fatores, que vão desde a fecundação bem-sucedida, a


implantação do zigoto (ou óvulo fertilizado) na parede do útero, o desenvolvimento do feto, até que este apresente as


características de um bebê completo e pronto para nascer. Pequenas alterações nessas fases podem levar a


conseqüências futuras no desenvolvimento da criança como o autismo, más-formações e problemas genéticos.


Chegado o grande e esperado dia do parto, é importante que o médico investigue como foi o nascimento dessa criança: se


teve algum sofrimento ao nascer, se o cordão umbilical estava enrolado no pescoço, se tudo transcorreu conforme o


esperado, se precisou ser entubada ou reanimada, se logo chorou, se logo mamou, se conseguiu sugar e se não teve


nenhuma complicação neonatal, como crises convulsivas, hipoglicemia (falta de açúcar no sangue) ou icterícia (quando a


criança fica amarelinha). Além disso, o peso, a estatura e o perímetro cefálico (tamanho da cabeça) também são


importantes.


Passada a fase do nascimento, investiga-se o primeiro ano de vida, ou seja, como era esse bebê em casa: se dormia


bem; por quanto tempo foi amamentado; quando sentou, engatinhou e andou; quando vieram as primeiras palavras. A


partir do segundo ano, o foco é direcionado para os comportamentos, as habilidades motoras e a interação social da


criança. Entre 3 e 4 anos de idade, é necessário saber como foi seu ingresso na escola, como a criança brincava e lidava


com os demais colegas e o seu mundo da imaginação. A partir dos 5 ou 6 anos pesquisam-se seu aprendizado e a fase da


alfabetização. E, assim, o médico/investigador avalia cada fase da vida, com riqueza de detalhes, a fim de captar todas


as nuanças relatadas pelos pais e/ou cuidadores e conhecer realmente o paciente como um todo. É importante também

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