O próximo capítulo trata das opções para a vida futura e profissional da pessoa que tem autismo.
Durante muitos anos e até algumas décadas atrás, pais e profissionais de saúde dedicaram muito de suas energias
buscando uma maneira de as pessoas com autismo serem independentes. Em nossa sociedade uma das únicas maneiras
de alcançarmos nossa independência plena é através do trabalho e da aquisição de renda.
É muito comum observarmos uma série de adolescentes e jovens adultos correndo atrás do seu primeiro emprego.
Percebemos que eles não têm um currículo, ainda não tiveram treinamento, e suas habilidades são, em essência, apenas
aquilo que aprenderam com a vida. Quando conseguem a primeira vaga em uma empresa, passam por um período de
treinamento ou estágio. Adquirem os instrumentos básicos para operar suas funções e começam a evoluir. Em pouco
tempo costumam conquistar sua primeira promoção e se orgulham do salário conquistado com o suor do rosto. Por que
para as pessoas com autismo esta não pode ser a mesma regra?
Até alguns anos atrás, as pessoas com autismo eram excluídas do mercado de trabalho por suas dificuldades. Hoje em
dia observamos que pode ocorrer exatamente o contrário e elas serem até requeridas por suas habilidades.
O autismo, como já citado anteriormente, apresenta um grande espectro em relação à forma e à intensidade de sintomas.
Pessoas com autismo podem apresentar comprometimentos leves, moderados ou graves nas áreas de socialização,
comunicação e comportamento, com interesses restritos.
Quando nos referimos a alguém com comprometimento grave, devemos pensar em profissões com atividades rotineiras
para serem executadas no mercado de trabalho. Para pessoas com comprometimento moderado, devemos investir em
treinamentos para atividades práticas. Essas pessoas poderão ter grande sucesso em tarefas repetitivas e, muitas vezes,
com riqueza de detalhes, por exemplo, como montar placas eletrônicas de computador e auto-peças, participar de
controles de qualidade ou do sistema financeiro. Já para as pessoas com alto funcionamento ou com traços de autismo,
temos um leque variado de possibilidades dependentes de suas habilidades. Se voltarmos na história, perceberemos que
algumas características do autismo podem nos dar qualidades importantes para o desenvolvimento de algumas
profissões.
O funcionário ideal, requisitado por qualquer chefe e valorizado pelas empresas é aquele indivíduo honesto, pontual,
comprometido com o trabalho, e que gosta do que faz. Se buscarmos novamente as características do autismo, as
pessoas com esta condição seriam o estereótipo do "bom funcionário". Elas tendem a ser honestas ao extremo,
verdadeiras, ingênuas e incapazes de mentir ou enganar, o que nos levaria a pensar na confiabilidade que podemos ter
nessas pessoas que, praticamente, ditariam as normas éticas da empresa ou de um setor público.
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Mundo Singular
RandomSobre a obra: A presente obra é disponibilizada pela equipe Le Livros e seus diversos parceiros, com o objetivo de oferecer conteúdo para uso parcial em pesquisas e estudos acadêmicos, bem como o simples teste da qualidade da obra, com o fim exclusi...