A Última Profecia

Prólogo

"Feliz aquele que lê as palavras desta profecia e felizes aqueles que ouvem e guardam o que nela está escrito, porque o tempo está próximo. 

(Apocalipse 1:3) "

"A escuridão é a única coisa que consigo enxergar. O vento frio rodeia o meu corpo, me causando arrepios. Meus pés aparentam estar grudados no chão e minha boca não possuí forças nem para pronunciar uma simples palavra.

Eu temo pelo que pode acontecer, é um medo inconsciente que vem me atormentar lentamente.

Posso ouvir os batimentos do meu coração acelerarem neste terrível silêncio que parece jamais ter fim.

Repentinamente, algo distante me chama atenção. É uma pequena luz vinda da imensidão daquele breu. Minhas pernas se deslocam, automaticamente, a procura de respostas e cada vez mais me aproximo do minúsculo brilho. No entanto, quando estou perto de tocá-la, a escuridão some subitamente e agora posso ver melhor cada detalhe desse lugar.

Os prédios estão destruídos, as ruas com acúmulo de lixos e destroços. Milhares de papéis e folhas voam junto com a corrente de ar congelante. O céu está carregado de nuvens negras.

Eu posso escutar o barulho das árvores oscilarem por causa do vento.

Tudo isso é apavorante, porém o que me causa desespero é olhar para um carro destruído. No reflexo de um dos vidros quebrado, eu vejo uma garota.

Não é apenas uma menina comum, sou eu com oito anos de idade!

Dou pequenos passos, me aproximando de algo surreal. Mas rapidamente me afasto ao ver o olhar de uma versão mais nova minha, ficar tão sombrio como uma noite de terror."

Meus olhos se abrem em súbito, me salvando de mais uns dos meus tenebrosos pesadelos. Porém, algo me fez despertar. Ouço o barulho estrondoso dos aviões sobrecarregarem meus ouvidos, me causando diversos calafrios.

Por alguns segundos, me mantenho escondida debaixo do edredom, no entanto algo desconhecido faz a coragem adentrar em minhas veias.

Encaro o frio com a neblina da noite e caminho até o jardim de minha casa. Meus olhos ardem ao verem imensas luzes rodearem por todos os lugares.

Algo medonho está se iniciando. A tamanha certeza que tenho sobre isso chega me assustar.

Posso escutar claramente os gritos horripilantes de algumas pessoas.

O medo é invencível naquela batalha interna que acontece comigo. Não queria pensar no pior, mas algo me diz que essa é só a primeira de algumas madrugadas aterrorizantes que o mundo viverá.