Pausa para o café

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- Vamos ? - disse Osten ao ver Lorence se aproximando
- Pra onde?
- Para o café, você não queria comer?
- Ah... Nossa... Já tinha me esquecido...
- Agora que lembrou vamos... Tem uma cafeteria maravilhosa aqui perto...
- Podemos chamar Mary?
- Não sei se dona Clementina vai deixa-la sair em pleno horário de trabalho...
- Que trabalho? Não tem nem hospedes aqui... Quem diria trabalho...
- Tá... Não sei se ela quer ir... Ela não gosta de café...
- Vale a pena tentar...
- Ela deve estar descansando vamos deixa-la dormir - disse Osten já desesperado para inventar uma desculpa para ficar sozinho com Lorence
- Por que parece que você está arrumando desculpas para não levá-la?
- Nada... Vai logo! Chama a Mary!
- Deu para ficar bravo agora? - disse Lorence seguindo em direção para o quarto de Mary.

Osten encostou na parede, começou a pensar... Bom , já dava para perceber que o garoto estava apaixonado, mas Lorence o considerava simplesmente como um bom amigo, ele era mais que isso.

Depois de menos de cinco minutos, Lorence chegou acompanhada por Mary, as duas haviam trocado de roupa, estavam lindas! Lorence com uma blusa branca, uma saia vermelha e um sobre-tudo beje, o mesmo que ela usou quando chegou na cidade. Mary usava um vestido vermelho e um casaco branco. Osten beijou a bochecha de Mary, pegou a mão de Lorence beijou-a e a guiou até a porta do hotel.

As ruas da cidade estavam lindas, alguns pontos estavam cheios de neves, crianças fazendo bonecos de neve, um frio bem rigoroso, aquele cenário de Lincends era tão lindo que não faltavam sorrisos nos rostos das pessoas, chegaram na cafeteria Magestic, onde tinha musica ao vivo, estava tudo maravilhoso.

Osten foi o primeiro a perceber que Lorence não estava bem. 

- O que aconteceu para deixar sua carinha tão preocupada? 

- Nada Osten, só estou com frio, não trouxe roupas para um inverno tão rigoroso...

- Que tal amanhã nós duas irmos comprar roupas novas para você? - disse Mary

- Lorence... eu sei que não é só isso... Pode nos contar o que a Zenaide te disse... - disse Osten já impaciente

- O QUE? OSTEN VOCÊ LEVOU ELA NA VIDENTE ZENAIDE? - disse Mary

- Por que a fúria Mary? O que tem demais em eu ir na dona Zenaide? - Lorence perguntou

- Nada.... é que acho muito perigoso essas coisas...

- Relaxa Mary, quando podemos ir comprar roupas? - Lorence disse

- Pode ser amanhã! Aí a gente vai....

- Tabóm meninas, acho que vocês já conversaram o bastante... vamos pedir um café ? - disse  Osten cortando a fala de Mary

- Aí seu grosso! - disse Mary - eu vou pedir um café expresso e um pão de queijo! E você Lorence?

- Não sei... nunca comi nada deste cardápio...

- O que? Você nunca comeu um pão de queijo? - disse Osten abismado - Garçom - chamou ele - traga três pães de queijo, um café expresso e dois capuccino.

- Como assim? - disse Mary

- A partir de hoje, Lorence só comerá do bom e do melhor - virou para Lorence e continuou - eu prometo, você irá se surpreender!

Lorence adorou o pão de queijo, simplesmente amou. Ela acabou sendo forçada a explicar o que Zenaide havia falado. Seus novos amigos a apoiaram e prometeram que iriam ajuda-la a encontrar e salvar Camille. 

Chegaram ao hotel, antes de Mary voltar ao trabalho combinou que as dez horas do outro dia, as duas sairiam do hotel rumo ao centro da cidade. Ela foi trabalhar, deixando Osten e Lorence a sós no saguão do hotel.

Assim que Mary sumiu de vista dos dois, Osten pegou a mão de Lorence e disse:

- Precisamos conversar... 

- Precisamos? Sério? O que aconteceu?

- Nada aconteceu... mas pode acontecer, se você quiser, é claro...

- Osten... Não estou entendendo... 

- Lorence, vamos ao seu quarto... para ficarmos, sei lá, mas avontade!

- Osten... você está me assustando!

- Não precisa se preocupar! - disse Osten puxando Lorence para escada, em direção ao quarto dela

- Osten, chega! Me fala logo porque você me trouxe aqui!

- Calma... Só queria te falar o que estou sentindo - Lorence prestava muita atenção nas palavras de Osten - Lorence... Não sei como te dizer... Bom... Eu te amo!

- Calma Osten, eu também te amo... Você será pra sempre meu melhor amigo! - Lorence falou e deu um beijo na bochecha de Osten.

- Lorence... você não está entendendo... eu te amo...

- Osten, eu também te amo, você sa... - Lorence não conseguiu terminar a frase, ela havia desmaiado, nos braços de Osten.

Algumas horas depois, Lorence acordou, mas não se mexeu para ninguém perceber, ela só abriu os olhos e prestou atenção no que acontecia. Ela estava deitada com a cabeça no colo de Osten, um médico conversava com ele:

- Então doutor o que ela tem?

- Nada, foi só uma reação alérgica ao pão de queijo

- Quer dizer que minha garota não pode mais comer a melhor coisa do mundo?

- Infelizmente não!

- Tudo bem doutor...

- Então já vou, até mais! - disse o médico ao sair e fechar a porta, sem dar tempo para Osten se despedir

- Então minha garota? - ele disse voltando o olhar para Lorence - desculpas te fazer passar por isso, sei que você não está me ouvindo, mas gostaria de terminar a nossa conversa... Bom, Lorence... Eu Te amo... Mas não é o amor que você sente... É um amor de casal sabe? de marido e mulher... Pena que você nunca saberá disso, mas, Lorence eu te amo! - ao dizer isso, deu um beijo na testa de Lorence, deixou a cabeça dela no travesseiro e saiu do quarto

 

Menina Dos Olhos Brilhantes Onde histórias criam vida. Descubra agora