Cap - 1: But what?

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O vento de final de primavera que batia em meu rosto enquanto eu olhava pela sacada fazia meus cabelos balançarem fazendo cócegas em minhas bochechas, a vista do por do sol no céu, e as cores do jardim poderiam facilmente se transformar em um belo quadro, uma pena eu não saber pintar.

O barulho de alguém batendo na porta me tira de meus pensamentos aleatórios, me viro e atravesso o extenso quarto para abrí-la.

-Angel?

- Boa tarde Dalva! - Eu digo com um sorriso para a senhora de cabelos já grisalhos em minha frente.

-Feliz aniversário minha menina. - Ela fala e abre os braços com aquele seu típico sorriso caloroso.

-Obrigado! -Eu digo, levanto e a abraço. Adoro o abraço da Dalva, é muito confortável e verdadeiro.

- Tudo bem, não me abrace tanto, vai se sujar de poeira. - Continuo a abraçando por mais um minuto ignorando sua colocação, e a solto.

-Bom, seu pai mandou você se aprontar, os reis de Arian já estão chegando para seu jantar de aniversário! - Ela diz animada.

- Okay, já estou indo.

Ela vai saindo, porém volta e diz:
-Ah! E à propósito, seu vestido já está no closet. - E sai.

Bom, meu nome é Angeline Vitória Romanov, eu sou a Princesa de Harmitres, meu pai obviamente, é o rei, e minha mãe faleceu quando eu tinha apenas 10 anos de idade.

Agora eu estou indo me aprontar para o meu jantar de aniversário,e tenho que estar perfeitamente apresentável, não que vá ser o jantar de algum baile ou festa, afinal eu só vivo trancafiada aqui mesmo e as únicas pessoas que costumo ver são os reis de Arian, e os funcionários mais próximos e confiáveis deste palácio me refiro a ministros, secretários, comandantes, criados e todos os tipos de pessoas que possam ajudar o meu pai a governar o país e esse palácio. Digamos que eles procuram "preservar" a minha imagem por questões de segurança. E Dalva é como minha "segunda mãe", ela era empregada de confiança de minha mãe, e quando ela faleceu, foi Dalva que praticamente me cuidou. Agora tenho que me arrumar.

Tomo um longo banho, lavo e seco os meus cabelos, me seco e vou ao closet, vejo meu vestido em um manequim, ele é lindo, rodado, bem estilo princesa, um tom de um azul royal, logo o visto, ele me cai perfeitamente pois é feito sob medida para o meu corpo, agora é só esperar Dalva para fazer meu penteado, ela é muito boa com cabelos. Uns dez minutos depois Dalva chega e faz cachos nas pontas do meu cabelo e prende a minha coroa no topo da minha cabeça. Me vejo no espelho.

- Dalva, tenho que admitir, você faz milagres. - Digo enquanto olho meu reflexo impressionada.

- Deixe de bobagem, eu apenas dou um toque, sua beleza é que dá o resultado princesa, você possui uma beleza encantadora e rara! - Ela e algumas outras pessoas já me disseram isso algumas vezes, eu não concordo plenamente, não que eu me ache feia ou algo assim, porém, me acho comum, nem feia e nem esse exagero todo que Dalva acha.Me lembro do que minha mãe me dizia quando eu tinha apenas 7 anos.

Flashback on.

- Mamãe, mamãe, olha essa flor que eu achei no jardim, é tão linda, me lembra a senhora. - Eu disse com um sorriso animado.

- Meu amorsinho, na verdade ela se parece muito mais com você, olhe para ela, é pequena, rosa como suas bochechinhas e delicada, porém é a flor mais linda e forte do jardim! - Ela diz com aquele seu lindo sorriso e eu coro.
- Porém, não adiantaria ela ser tão linda, se ela não tivesse sua serventia, ou se ela machucasse suas mãos com seus espinhos! - Ela me disse em conselho, porém eu não entendi.

- O que quer dizer mamãe? - Eu a pergunto.

- Quero dizer que você é tão linda como esta flor, porém, só beleza não adianta, você tem que sempre ser boa para as pessoas ao seu redor, trate todos a sua volta bem, afinal você um dia será a rainha de Harmitres. - Ela disse e eu sorri em compreensão, meu sonho é ser uma boa rainha para o povo.

Eu já ia lhe dizer que queria ser como ela, porém fui interrompida.

- Minha princesinha será a rainha mais linda, bondosa e forte que Harmitres já teve - Dessa vez quem disse foi meu pai, com seu lindo sorriso.
Eu sorrio também, e mamãe nos puxa para um abraço em família.

Flashback off.

Interrompendo minhas lembranças Dalva diz:

- Angel já está na hora de você descer, todos já te esperam na sala de jantar. - Ela diz e eu aceno com a cabeça em concordância e vou.

Ao entrar na sala de jantar vejo meu pai, o imperador acompanhado de sua esposa, os assistentes de meu pai e do imperador, e o rei do reino de Arian, porém bato meus olhos com os de alguém a quem nunca tinha visto na vida, essa pessoa me olha estranhamente, como se pudesse ver minha alma. Mesmo me sentindo incomodada com o olhar intimidador dessa pessoa, eu cumprimento à todos.
Que me parabenizam alegremente. E agora é a vez de eu cumprimentar o rei de Arian.

- Feliz aniversário princesa Angeline, a quanto tempo, vejo que está a cada dia mais linda. - Aceno com a cabeça em forma de agradecimento e ele continua.
- Bom eu estou muito feliz em comparecer ao seu jantar de 17 anos de idade. - Sorrio demonstrando simpatia com o que disse, e sem querer olho a pessoa que está ao lado, o rei nota meu semblante de dúvida e diz:

- Ah! Perdoe-me, eu acabei esquecendo de lhe apresentar meu filho, William Alexei Nicholau Humphrey o príncipe de Arian - O rei diz olhando para o filho, que me olha com um olhar que eu não consigo decifrar. Rapidamente eu observeio e vi que ele é lindo, porém estranho e misterioso.
- E William, essa é a Princesa de Harmitres Angeline Vitória Romanov. O rei diz.
William chega mais perto de mim, e pede minha mão com um aceno, eu dou-lhe e ele a beija olhando em meus olhos.
Felizmente, meu pai chega e chama a todos para sentar-nos a mesa para o jantar, o que eu achei ótimo, não saberia o que dizer a William, ele me deixa muito intrigada com seu jeito.

O jantar ocorreu bem, apesar de que a maioria dele foi meu pai e os reis de Arian conversando sobre seus reinos e suas histórias de guerras antigas. Aquele William finalmente parou de me encarar e estava focado no assunto dos reinos.
Eu estava terminando de comer a sobremesa, quando meu pai me chama atenção.

- Angel? - Rapidamente eu limpo minha boca com o lenço de mesa.

- Sim papai? - De repente todos sorriem e eu não entendo nada.

- William juntamente a todos nós lhe preparamos uma surpresa.

De repente vejo William vindo em minha direção, quando ele chega suficientemente perto, ajoelha-se e tira algo do bolso de seu terno.

- Princesa Angeline Vitória Romanov, aceita se casar comigo? - O QUÊ?

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