Cap - 6: Repentance

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- Dalva! Você... Você viu? - Eu gagueja e tremia, se Dalva decidisse contar para meu pai eu me casaria amanhã mesmo se duvidar, fora que Austin seria preso, ou até mesmo expulso do país.
Haviam leis que proibiam que alguém sem compromisso tocasse em algum membro real.

- Dalva, eu... Ele, nós não...- Eu gaguejo, não sabia como explicar a ela o que aconteceu.

- Angeline, sei que sou apenas sua criada, mas, desde que sua mãe se foi eu cuidei de você como se fosse minha filha, não posso permitir que cometa tal ato, que além de errado é contra a lei! - Ela dizia séria, como repreensão, mas não gritando, ela nunca faria isso, conheço bem Dalva e sei que ela e uma das pessoas mais generosas e doces que já vi.
- Vamos para seu quarto, já se passa das 17:00 horas e seu pai chegará daqui a pouco, lá conversaremos direito sobre isso. - Ela diz e eu apenas concordo cabisbaixa.

Ao chegarmos ao quarto, ela aponta para minha cama e eu me sento. Dalva se senta na poltrona que há perto de minha cama.

- Angeline... - Ela diz e eu a olho.
- Explique-me o que vi a pouco por favor. - Ela dizia calma.
Eu respiro fundo.

- Dalva tudo começou na noite que eu soube que ia me casar....

Contei tudo em detalhes para ela que em nenhum momento interrompeu-me . Contei que estava chorando quando ele me viu, a rosa que ele me deu, a pequena conversa que tivemos, sobre eu ir ao jardim hoje, o passeio na floresta, e principalmente, a minha mentira.

Dalva primeiro me deu uma bronca pelo fato de ter saído sozinha e sem permissão com Austin, e depois me deu outra por que eu menti, ela até compreendeu o motivo, mas me disse que devo ser quem eu sou, assumir meu posto e minhas responsabilidades, que ser princesa é ser maravilhoso, mas que existem inúmeras responsabilidades e principalmente consequências. E essa era uma das consequências, poucas pessoas me tratariam como alguém normal, havia também o fato de eu não sair quase nunca, e sempre que sair tem que ser, cercada de guardas e com permissão de meu pai.
Felizmente ela decidiu que não iria contar nada do que viu e nem quem eu sou a Austin, porém disse que eu mesma tinha de contar.

Depois de mais ou menos uma hora de conversa Dalva me disse para tomar banho e trocar de roupa, ela foi ver se meu pai já chegou. Após meu banho quando já estou vestida e terminando de pentear meus cabelos Dalva passa no quarto apenas para avisar que meu pai já chegou e que me espera para jantar.

Desci e ao entrar no salão vejo meu pai, já sentado em seu lugar, aproximo-me.

- Boa noite papai. - Digo e me sento.

- Boa noite Angel. - Ele diz e dá um leve sorriso. Ele tinha uma expressão cansada em seu rosto, parece que teve um dia cheio. Ele anda sempre assim atualmente, de umas semanas pra cá, ele vem trabalhando bastante e está quase sempre com essa expressão caída em seu rosto, isso não deve ser só pelo meu casamento, deve ter algo mais acontecendo. Interrompendo meus devaneios papai fala:

- Não está com apetite? - Só agora noto que ainda nem toquei na comida, que era uma salada de ervas finas com frango ao molho branco.

- Não muito, mas vou comer para me saciar até amanhã. - Respondo, ele faz uma expressão divertida em seu rosto cansado e eu sorrio. Apesar de estar cansado ou estressado com assuntos do reino papai nunca se deixa abater e está sempre com seu bom humor. Queria ter puxado esse lado dele, mas infelizmente não consigo ser assim.

- Papai. - Eu o chamo.

- Sim? - Ele diz e me olha.

- Está acontecendo algo mais do que esse começo de crise no reino? O senhor tem andado preocupado e vem trabalhando muito nessas últimas semanas. - Eu pergunto e ele desvia seu olhar de mim.

- Não Angeline, só essa etapa difícil que estamos passando, e as papeladas para a unificação dos reinos. - Ele responde e eu fico intrigada, ele não costuma desviar o olhar quando vai responder algo, e ele me chamou de " Angeline", ele só me chama assim quando está tenso ou quando estamos na presença de outras autoridades o que não era o caso. Mas por quê papai teria ficado tenso apenas por uma pergunta que eu o fiz? Sinto que ele está a me esconder algo e eu pretendo descobrir de que se trata.

Terminamos o jantar em silêncio.

- Papai, boa noite, já vou me recolher. - Digo, ele assente e me dá um meio sorriso.

- Boa noite Angel. - Ele diz.

Ao chegar em meu quarto, tomo banho, troco de roupa e me deito em minha cama para dormir. Antes de conseguir penso em tudo que está acontecendo em minha vida, penso em como vou dizer a verdade a Austin. E no que será que está preocupando tanto meu pai, em meio a esses pensamentos, pego no sono.

Acordo de manhã com a habitual luz que passa pela cortina já que Dalva a abriu.

- Bom dia dorminhoca! - Dalva diz. E eu sorrio.

- Bom dia srta Lindalva! - Digo e olho pra ela com uma expressão divertida, ela fecha a cara, mas depois começa a rir.

- Ok Angel, vá tomar banho e vista-se, hoje você tem aula de piano logo após O café da manhã, e não me chame de Lindalva. - Diz sorrindo e sai apressada, pelo jeito ela tem bastante o que fazer hoje.

Quando termino de me vestir, vou ao salão das refeições e vejo meu pai se servindo.

- Bom dia Angel. - Ele diz e sorri.

- Bom dia papai. - Retribuo. E me sirvo, estou faminta, já que ontem eu mal toquei no jantar.

Comemos e conversamos um pouco sobre a doação pra caridade que está menor esse ano. Logo meu pai foi trabalhar e eu segui a caminho da aula de piano.
Tive duas horas de aula e o professor foi embora. Resolvo ficar mais tempo no salão que eu usava para ter aulas, começo a martelar umas notas no piano e quando me dou conta já estou tocando e cantando.

P.O.V William (on)

Estava "pegando" uma das criadas quando o meu pai chega e interrompe.

- William, pare já com essa pouca vergonha. - Ele disse, mas que droga, não se pode mais pegar ninguém em paz.

- Sai! - Digo para a criada, e ela sai rapidamente.
- O que você quer? - Perguntei curto e grosso.

- Quero que pare de se aproveitar das criadas e quero dizer que daqui a uma hora iremos para Harmitres.

- À, qual é, olha cara, primeiro, eu não me aproveito das empregadas, é apenas uma troca, eu dou prazer a elas e elas a mim. - Digo e sorrio malicioso.
- E que diabos vamos fazer naquela droga de reino? - Odeio sair de Arian.

- Não fale assim William, vai ter que parar de se relacionar com outras mulheres você está noivo, e vamos para você conhecer melhor sua futura esposa. - Era só o que me faltava mesmo, o velho chato querendo me dizer algo, haha, quanta tolice.

- Olha velho, você não tem o direito de falar comigo, quem vê até pensa que quando eu era criança você não colocava chifre na minha mãe. Quase toda noite eu te pegava com uma mulher diferente. Eu faço o que bem entendo com a porra da minha vida. E só me presto a esse papel de príncipe por causa da promessa que tenho com "ela". - Eu digo e ele faz cara de magoado, pensa que me comove.

- Daqui a uma hora iremos a Harmitres esteja pronto. - Ele apenas diz e sai, com aquela cara de amargura barata dele.

Depois de um tempo troco de roupa, uso uma calça jeans preta blusa social branca com um blaser por cima.
Vou para a entrada desse palácio e ascendo um cigarro.

É até que vai ser bom eu "conhecer melhor a tal princesinha" ela é a mulher mais linda que já vi, e é gostosa também. Haha talvez possamos nos divertir bastante eu digo e o carro para em minha frente para eu entrar.

Depois de horas de viagem finalmente chegamos a essa droga de reino.

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