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Seus olhos se mantinham firme na lareira, a lenha queimava fazendo alguns barulhos que o acalmava, seu olhar pairou em seus pés cobertos por uma bota de couro preta, aquilo custará uma fortuna, mas dinheiro não era problema na família Styles, seu pai dono de grandes negócios e com um emprego lucrativo, morava em um condomínio ao lado de casas humildes, sua casa chamava atenção na sociedade.

Seus pais lutavam para a que seu filho primogênito continuasse a ter uma vida, Harry não considerava a sua como uma, trancado em uma cadeira de rodas sem ter o direito de se locomover para outros cômodos sem a ajudá das tecnologias que mantinha sua cadeira elétrica.

Seu quarto havia virado sua zona de conforto e também de seu refúgio, apenas pessoas particulares que cuidava de sua alimentação e remédios eram permitidas entrar em seu quarto, o mesmo evitava sair de sua zona, ninguém conseguia tirar o garoto com uma beleza estonteante mas descuidada pelo mesmo.

Seus grandes olhos verdes que antes eram brilhantes e uma cor invejada, agora com grandes olheiras e um olhar olhar frio sem vontade de viver.
Para ele não havia mais maneiras para voltar a ter uma vida.

Seu olhar demonstrava tristeza e desânimo, seus pais tentará de tudo para que Harry tivesse uma vida como a de antes.


• 10 anos antes •

Quanto tempo você leva até chegar em Bournemouth? - Minha mãe perguntava ao mesmo tempo que preparava um lanche para meu pai.

Talvez uma hora e meia, depende do trânsito que irei pegar - suspiro ao imaginar como o movimento iria estar grande de Oxford até Bournemouth.

Você precisa ter cuidado, é uma longa viagem até Bournemouth, ainda mais você que acabou de pegar sua habilitação, não tem muita prática de dirigir sozinho - diz minha mãe que antes estava ocupada, agora mantinha seus olhos presos aos meus, ela estava com uma total preocupação, ela tinha motivos para isso.

Eu fui algumas vezes, eu sei me cuidar mãe, é só alguns negócios, não irei demorar no máximo quatro horas - digo tentando fazer com que se acalmasse.

Tudo bem, se quiser mudar de ideia, seu pai pode ir - ouço seus passou até mim, suas mãos circulam em minhas costas.

Eu vou - lanço um sorriso e círculo minhas mãos em sua nuca, deixo um beijo em sua testa antes de se retirar.


[•••]

Minhas mãos estavam firmes na direção, me escoro na janela freando alguma vezes conforme o trânsito ia parando, bufo ao ver o tamanho da fila para atravessar a rodovia.
Espero os carros passarem, acelero o automóvel quando vejo que o sinal havia aberto, ouço algumas buzinas, depois de estar sendo arremessado de costas contra o vidro.

[•••]

Abro meus olhos tentando raciocinar onde estava, eu continuava no carro havia sangue escorrendo em minha testa, mas oque me preocupava era a dificuldade de tentar mover algum membro de meu corpo, para sair daquele carro, meu corpo não estava preso entre as ferragens, mas eu não conseguia me mover.

Você está bem? Consegue se mover? - Escuto a voz de alguém e reconheço a roupa de um bombeiro e ao lado um paramédico tentando manter contato em meus olhos.

Não consigo mecher meu corpo - digo com a voz embargada por conta do desespero.

Tem algo impedimento, as ferragens? - dessa vez um dos paramédicos me pergunta.

Não, não consigo me mecher - digo, me esforçando para sair daquela posição, mas por mais que tentasse eu não conseguia.

Lesão lombar, nível avançado, precisamos tira-lo urgentemente - ouço falar para outra pessoa, mas não entendia oque significava, sinto uma forte dor de cabeça até não ouvir mais nada.


Just Love MeOnde histórias criam vida. Descubra agora