25 - Papercut

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Tony on

Tamara começou a chorar junto com Beatriz. As duas se abraçaram e Rita se jogou nos braços de Steve chorando silenciosamente. Eu mal conseguia pensar, só o que eu queria era que minha filha estivesse viva ainda, pois assim haveria alguma chance de salva-la. Olho para os três inúteis a minha frente, que me olhavam receosos.
-Como vocês... Como puderam deixar isso acontecer?-grito sem conter o ódio.-Vocês são heróis ou o que? Bando de inúteis!
-A explosão nos distraiu, Stark. Isso foi bem planejado. Peter foi o primeiro a notar que estava acontecendo algo com Drika, mas não deu sequer tempo de chegar perto. Elas simplesmente desapareceram.-T'Challa falou e passei a mão em meus cabelos tentando controlar a raiva. Comecei a andar de um lado para o outro, mas logo parei na frente de Milena que estava sentada sendo abraçada por Alexandra e Bucky.
-Você devia estar com ela!-acusei.-Por que raios não estava?
-O meu irmão me enviou uma mensagem dizendo que precisava de mim.
-Drika também precisou de você e você não estava lá para ajuda-la!-ela segurou o choro e abaixou a cabeça.
-Não fale nesse tom com ela! Não foi culpa dela! Ao invés de achar alguém para culpar, vá arrumar um jeito de encontrar sua filha.-encarei Bucky e respirei fundo.
-Tudo bem, vocês três-falei para os três inúteis.-, também vão ajudar. Se preparem todos. Vou rastrear o celular dela, me esperem aqui.-falei para todos na sala e subi as escadas rápido, indo para oficina.
Tony off

Drika on

Maigy me trouxe para um galpão abandonado no meio do nada. Não faço a menor idéia de onde estamos, nem sei se ainda estamos em Nova Iorque.
Ela simplesmente chegou aqui, me amarrou e desapareceu. Mas deixou umas dez pessoas mal encaradas de guarda lá fora.
Me balanço na cadeira, tentando derruba-la no chão. Tentativa falha. Tento outra vez, e outra, então consigo. Caio de lado e meu celular que estava dentro de meu sutiã cai perto de meu rosto. Quase grito de alegria, por não ter esquecido ele em casa, mas me contenho e me contorço um pouco, conseguindo soltar os pés. Empurro a cadeira pra baixo, para livrar meus braços que estavam para trás dela. Me encolho e consigo passar as mãos para a frente do corpo. É uma glória que Natasha já tenha me ensinado isso. Vou agradece - lá quando sair daqui. Pego meu celular e tiro a capinha, pegando a lâmina lá dentro. Começo a cortar as cordas. Até que há vantagens em ser uma maluca psicótica que carrega uma lâmina dentro da capinha do celular. Termino de cortar as cordas e arrumo o celular, me levantando. Disco o primeiro número que vem a cabeça e me escondo em um canto do galpão. Logo Tamara atende com a voz trêmula.
*Dri,por favor. Me diz que é você.
*Sou eu mana. Maigy me pegou, mas ainda estou bem.-ouço um burburinho perto dela.-A burra não pegou meu celular. Eu não tenho como fugir daqui. Vi alguns dos capangas dela usando poderes antes de ela me prender. Não tenho como ir muito longe. Tenho certeza que papai está me rastreando, peça pra ele tomar cuidado por favor.
*Mana, por favor você está mesmo bem?-ela soluçou.-Anthony está lá em cima dando um jeito de te rastrear.
*Eu estou bem... mas se por acaso acontecer algo comigo... saiba que eu te amo. Diga as minhas amigas que eu as amo. Diga ao meu pai também... e fale para Loki que eu...-não consigo terminar, pois uma mão bate na minha e meu celular voa longe se espatifando na parede.
-Que linda, se despedindo dos entes queridos. Você fez bem sabe, pois você não sairá viva daqui querida.-Maigy fala e me puxa pelos cabelos, me fazendo ficar de pé.-George, amarre ela a aquela pilastra.-me joga aos pés de um homem.
O tal George me puxa pelo braço e me leva até a pilastra, me amarrando em seguida. Nem tentei me debater. Sabia que não conseguiria fugir mesmo, então poupei minha força.
-Agora teremos uma conversinha querida. De mulher para mulher.-a vadia passa a unha em meu rosto, sorrindo perversamente. A encaro com nojo.-George pode nos deixar sozinhas, querido?-o homem acenou com um sorriso bobo e algo estranho no olhar. Imaginei que ela o estivesse manipulando. Ele saiu.
-Está manipulando a mente dele? É tão insegura que prende um homem assim?-debochei e ela nem se abalou.
-O idiota é apaixonado por mim, mas é todo certinho. -revirou os olhos.-Não faria o que eu preciso sem um pouquinho de manipulação. Bom, vejo que já sabe que fui eu te fiz machucar sua doce irmãzinha não é? Hum é. Vejo a raiva em seu olhar.
-Vadia!-grito.
-Ai querida, aprenda a chingar. Já ouvi coisas piores.-ela fez um bico me fitando.-Escute, quero te fazer uma proposta.
-Não quero nada de você.-falei irritada.-Só que você morra.
-Isso não posso te dar, querida. - debochou.-Sabe, eu vejo um pouco de mim em você. Nós duas nos apaixonamos por um verme desprezível. Não me olhe assim, você sabe que o Lokito não presta e que pode te trair a qualquer momento. Se é que já não está traindo.-me lançou um olhar sugestivo.
-Eu confio nele.
-Não, você não confia. Você pode enganar qualquer um, menos a mim. É sério, eu te entendo.-ele colocou a mão em meu ombro e me mexi para tira-la. Ela tirou revirando os olhos.-Estou falando sério, muito sério. Posso te tornar poderosa, muito poderosa. Eu vejo potencial em você. Podíamos ser imbatíveis juntas.-falou um tanto empolgada e a encarei incrédula.
-Está propondo que eu me alie a você?-perguntei abismada.-Você por acaso tem algum problema mental?
-Qual é o problema? Poderíamos ter tudo o que quiséssemos. Seríamos como deusas.-falou com os olhos brilhando.
-Por que eu? Eu achei que você me queria para atingir Loki. Que fosse me matar.-disse com a cabeça girando de confusão.
-Eu não quero te matar. Tenho planos maravilhosos para você.-ela suspirou e fez um bico novamente.-Sabia que existe mais profecias sobre você?
-O que?-perguntei chocada.
-Eu não sei bem, mas você ganhará poderes das mãos de sua tia, que no caso sou eu, e então em um momento de fúria após ser traída por alguém, você se juntará a mim e dominaremos um reino, Midgard obviamente.
-Do que você está falando ? Você é maluca? Você não é minha tia.
-Ah sou sim. Sua querida mãezinha não contava tudo a vocês. Ela foi embora de Asgard muito jovem, eu era uma criança ainda. Alguns anos depois soubemos que ela conheceu o pai da sua irmã, então se apaixonou e engravidou dele, mas logo ele deu um pé nela. Mamãe achou que ela fosse voltar, mas ela continuou em Midgard e alguns anos depois conheceu o seu pai e engravidou novamente. Foi aí que mamãe me falou da profecia. Pois é, essa profecia existe faz um bom tempo. Bem antes da sua com Lokito... é eu sei da profecia do Lokito também.
-Você está mentindo.-urrei.
-Acha mesmo? Ligue os pontos, você não conhece parente algum, só tinha sua mãe. Você é obviamente mais habilidosa em coisas que pessoas normais não conseguiriam fazer sem anos de treino. Eu vi que sua mente estava totalmente aberta, naquela noite na torre e agora está completamente fechada, muito rápido. Aposto que Loki te ensinou e tenho certeza que ele já notou que você não é uma midgardiana normal. Hum... Você sabe qual o nome real de sua mãe? Singrid. Bonitinho né?
-Mentira, mentira, mentira!-gritei e ela inclinou a cabeça, fingindo tristeza.
-Estou falando a verdade. Acredite se quiser.
-Você nem sequer é parecida com minha mãe.-desdenho com uma última esperança.
-Ah, eu puxei a mamãe, e Singrid ao papai. Eu tinha muita inveja dela, sempre quis ser ruiva. Você está procurando uma desculpa para não acreditar, estou vendo. Mas uma hora sua ficha irá cair. Ah e antes que você tente usar a doença que ela morreu como esperança, saiba que asgardianos também tem isso. Apenas lidamos de um jeito diferente, então quase não morre gente por aquilo que vocês chamam de câncer.
-Como sabe sobre tudo isso? Você não estava presa há um bom tempo?
-Estava, mas eu tenho meus meios de descobrir as coisas.-deu de ombros.-Está começando a acreditar? -perguntou sorrindo.-Ah está, finalmente!
-Por que acha que sou eu a garota da profecia? Tamara também é sua sobrinha.
-Ah não. A profecia fala claramente que é a sobrinha mais nova.-ela me olha avaliadora.-Sabe, você é a cara da sua mãe quando nova. É impressionante.
-Não acredito que minha mãe tinha uma irmã diaba, como você.
-Diaba ou não sou sua tia e futura aliada. Você terá que aceitar.
-Eu me mato antes de me aliar a você. Me mato!-grito e ela revira os olhos.
-Vamos ver então. Bom, pelo que ouvi da sua conversinha melosa com sua irmã, seu pai está te rastreando e provavelmente vai chegar logo.-ela levanta um pouco o vestido e se abaixa pegando uma seringa, com um liquido estranho,dentro da bota. Ela começa a se aproximar de mim e arregalo os olhos.
-O que...
-Não se preocupe, só vou terminar meu trabalho e vou embora. Não dificulte as coisas.-tentei me afastar, mas não era muito fácil quando se está amarrada, então ela segurou meu braço forte e logo injetou aquele líquido estranho em minha veia.-Bom, logo o papaizinho chegará. Então preciso ir agora. Foi um prazer conversar com você sobrinha. Em breve faço contato com você. Não vejo a hora de arrasarmos tudo juntas.-me mandou um beijo no ar e foi em direção a porta, mas logo parou.-Não consegui dizer antes, mas amei seu vestido.
-Que bom, farei questão de jogar fogo nele.-falei ácida e ela sorriu desaparecendo.-Vadia, maluca, cobra, bruxa maldita.-resmunguei e me sentei no chão, ouvindo as pessoas se dispersando lá fora em carros.
Fiquei um bom tempo fitando o teto e as paredes, pensando em tudo que ela falou. Será que é verdade? Existe mesmo essa profecia? Eu seria capaz de ir contra todos meus ideais por causa de uma traição? Mas que diabos! Claro que não, eu não faria isso. Nunca!
Vejo a porta se escancarar, era o Capitão. Ele olha para mim e então observa ao redor confuso.
-Não tem ninguém, eles me largaram aqui.-falei e ele mexeu na escuta.
-Tudo limpo, ela está sozinha.-falou e veio até mim, começando a me desamarrar.-Está bem?
-Sim, só um pouco zonza. Maigy injetou algo em mim.-ele me soltou e eu massagiei meus pulsos doloridos. Ele me ajudou a levantar.
-Vamos descobrir o que é quando chegarmos. Espero que não seja nada de mais.-Steve falou preocupado.
Meu pai entrou de armadura naquele momento, mas saiu de dentro dela no meio do caminho e correu pra me abraçar. O abracei com força, me sentindo protegida.
-Graças a Deus você está bem. Fiquei tão preocupado. Meu Deus! Não consigo nem imaginar o que aconteceria comigo se te perdesse, filha.-comecei a chorar e ele me apertou mais.-Hey calma. Já está tudo bem, eu estou aqui. O papai está aqui. Você está segura agora.-sorri em meio às lágrimas.
-Eu te amo pai.
-Eu também te amo foguinho.-ele fala afagando meu cabelo.
Não eu definitivamente não ficaria ao lado de Maigy, e contra esse velho maluco que eu amo, ou ficaria? Não,não, não! Não ficaria!







Paranoia's all I got left/ Paranóia é tudo o que me resta
I don't know what stressed me first/ Eu não sei o que me estressou primeiro
Or how the pressure was fed/ Ou como a pressão foi alimentada
But I know just what it feels like/ Mas eu sei exatamente como é
To have a voice in the back of my head/ Ter uma voz no fundo da minha cabeça- Papercut-Linkin Park.

Live Like Legends - Season 1Onde histórias criam vida. Descubra agora