Depois de um tempo, quando a poeira abaixa e as coisas se acalmam, sobra o vazio. O nada. A desilução da vida perante os sonhos, as pessoas, os ideais e as lutas travadas a toa. Nos saturamos, estamos estarrecidos de lutar e lutar para continuar na estaca zero. Você grita e o som reflete nas paredes mórbidas do velho quarto que te viu crescer e hoje te vê jogado na cama, perdido. Desce uma lágrima, duas, três e quando chega na décima, todas se juntam para correrem livre e delicadamente pelo rosto. Não são lágrimas de lamentações ou saudades ou qualquer outro sentimento que fizesse sentido. São lágrimas que simbolizam o medo que acarreta esse desespero doentio, avassalador, em querer simplesmente chegar a algum lugar que nos dê a paz, conforto e a segurança que sonhamos lá na infância. Quando a vida ainda parecia ter algum tipo de salvação. Algumas coisas, mesmo que pequenas, possuem o poder de devastar qualquer pessoa. E sempre demos algum jeito de nos recompormos, nos refazermos até cair novamente. Nessa brincadeira, arriscamos tudo. Perdemos pessoas, compaixão e empatia por algumas coisas. Nunca ninguém disse que a vida seria fácil, não é mesmo?

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