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JiYong recebeu o celular das mãos de Taeyang, revirando suas íris castanhas ao ouvir um "É seu pai". Um suspiro irritado vinha do homem do outro lado da linha, que já imaginava o que seu filho iria dizer. 

- O que você quer?
- Volte para casa agora, JiYong.
- Sinto muito, mas não sigo suas ordens. Tchau.
- Não desligue, espere! - JiYong aproximou o celular do ouvido novamente - Tem pessoas indo atrás de você.
- Quem?
- Eu não sei! Mas volte para casa agora!
- Obrigado pela preocupação, mas eu sei me cuidar, não tenho mais sete anos.

JiYong encerrou a chamada e jogou o aparelho para Taeyang, que ficou observando JiYong sair dali, ignorando seus chamados. JiYong virou outro copo de Whisky antes de ir para o lado de fora da festa, e chegando lá acendeu um cigarro, levando-o aos lábios. 

- Ei!

Ele se virou, encarando Skye por alguns segundos, mas apenas abaixou a cabeça e saiu em passos apressados ao notar dois homens armados saírem procurando por alguém ali do lado de fora.


⊰❉⊱⊰❉⊱

Mais uma semana de aula havia começado, JiYong vivia se questionando se deveria realmente ficar ali ou se simplesmente poderia ir morar em algum lugar longe de tudo e todos. Longe dos problemas de seu pai e toda a destruição que vinha junto a eles. 

Um chamado baixinho fez JiYong levar seus pensamentos para longe e levantar seu rosto. Skye o olhava receosa da ponta da arquibancada onde o garoto estava.

- Está falando comigo? 

- Sim, você me ajudou na festa ontem. - Ele balançou a cabeça, como se lembrasse daquilo vagamente - Deixou a chave do quarto comigo, e eu pensei que seria melhor devolver diretamente para você do que deixar lá. 

- Ok, tudo bem. 

- Obrigada mais uma vez por ontem. 

- Sem problemas, Skye. 

- A propósito, - A morena estava prestes a ir embora quando se virou para ele novamente - Qual o seu nome? 

- Pode me chamar de Kwon. 

Então ele deu um pequeno sorriso de lado, os fios negros do cabelo batendo em suas bochechas. Skye assentiu devagar, acenando com a mão para ele e as meninas que estavam sentadas ali perto soltaram um grunhido de raiva quando Kwon acenou de volta.

⊰❉⊱⊰❉

Estava um dia frio, nublado, JiYong seguiu andando para casa e se lembrou de como sua mãe apreciava dias assim, alguns conhecidos passaram por ele, perguntando quando seria a próxima festa mas JiYong não ouviu, sua mente pertencia a outro lugar.
Um sorriso doce e um olhar carinhoso, quase que com pena surgiu em seus pensamentos, a morena dos olhos azuis fazia-o lembrar de sua mãe. Enquanto caminhava, um carro freou bruscamente ali por perto, que o trouxe aos poucos lembranças não agradáveis sobre aquela noite. A noite em que havia perdido sua mãe.

"JiYong apertou seu cobertor ao redor do corpo pequeno e trêmulo. Do lado de fora, a chuva cobria os barulhos dos trovões e os relâmpagos iluminavam metade da rua. Seus olhos castanhos procuraram por sua mãe, que estava ali momentos antes de que ele dormisse.
Levantando-se com um pulo, o pequeno JiYong correu pelo corredor mal iluminado da casa, entrando no quarto de seus pais. Sua mãe estava sentada na poltrona próxima à janela, com seu livro favorito entre as mãos.

Mãe...

Ah, querido, o que está fazendo acordado? - A mulher deixou o livro sobre a mesinha ao lado da poltrona, abrindo os braços para o filho - São os trovões?

JiYong correu para ela, afirmando silenciosamente com a cabeça. A mulher abraçou-o, cantando baixinho a única música que fazia o garoto dormir, e aos poucos ele começou a pegar no sono novamente. Pelo menos até um barulho o assustar. Um carro freou bruscamente na rua, o que deixou a Sra. Kwon em alerta. Deixando JiYong sobre a cama, ela começou a avançar em direção a porta, sumindo por alguns minutos. Cansado de esperar, JiYong saltou da cama novamente e andou devagar em direção ao corredor da casa assim que ouviu um estrondoso barulho de algo se quebrando.

JiYong, corra! - Alertou a mulher, sendo empurrada contra o chão por um homem grande e forte - Corra, querido!

Segurem o menino, droga!

Tropeçando em seus pezinhos, a criança tentou correr até o telefone, mas uma mão o segurou pelo braço e ele sentiu uma pancada na cabeça, deixando-o lento e atordoado.

Não encostem no meu filho! - A mulher se debatia enquanto o homem que a segurava começou a arrancar suas roupas agressivamente - Eu sinto muito, Ji. - Choramingou - Feche os olhos, meu amor, faça isso pela mamãe, ok?

JiYong sentiu uma seringa sendo injetada em seu pescoço, e pontinhos dançavam na sua visão enquanto ele via uma chuva de sangue saindo do corpo de sua mãe quando uma faca atingia aqui e ali. Ele desmaiou em seguida."

Uma buzina alta trouxe o garoto de volta à realidade, que não havia percebido que já estava em sua casa, parado em frente ao local que sua mãe estava morta no outro dia.

- Finalmente. - A voz de seu pai atraiu sua atenção - Onde passou a noite? 

- Você nem ao menos voltou para casa... 

- O quê? 

- A mamãe, eu fiquei um dia inteiro ao lado do corpo dela, e você não voltou para casa. 

- JiYong, já conversamos sobre isso. - O Sr. Kwon soltou suspiro de insatisfação - No dia em que tudo aconteceu, eu estava resolvendo umas coisas e- 

- Que coisas, pai? Vendendo droga para traficantes e passando a noite com prostitutas? 

- Não é bem assim... 

- Você é um idiota. 

- Já que me culpa tanto, eu arranjei um jeito de você se vingar. - O pai do mesmo acenou com a mão para que ele o seguisse e hesitante, JiYong o fez - Mas não de mim, do verdadeiro responsável. 

Taeyang também estava a espera no escritório do Kwon mais velho e tinha um olhar aflito, de desaprovação. Mexendo em algumas coisas no seu notebook, logo uma imagem de um homem na casa dos 40 apareceu na grande televisão da sala, era um policial. 

- Ele é o homem que mandou que matassem sua mãe. - JiYong voltou sua atenção para o pai - Para se vingar, tenho um jeito bem simples. - A imagem da tela mudou, uma garota apareceu - Mate sua filha. 

Era Skye.

Era Skye

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Vic

❝Stockholm - Blood Bonds❞ G-Dragon {Antiga "Monster"/Reescrevendo}Onde histórias criam vida. Descubra agora