Esplendor (Spin Off. What if?)

II

Vou ser o mais franco, eloquente e refinado possível, Elena. Faz algumas semanas que não escrevo algo, ou cartas para você. Até porque não há necessidade de escrever algo se já estamos na mesma casa, no mesmo cômodo, várias vezes ao dia, sem exceção. Você deve estar se perguntando o porquê de alguém como eu estar escrevendo uma carta em plena madrugada para uma jovem dama como você. A resposta é simples: O orgulhoso e egoísta Damon Salvatore está tentando se desculpar por estar sendo tão rude o tempo todo, pois a pressão em cima de minhas costas é tão maior quanto os caprichos de Stefan. Minhas pernas já estão começando a ficar trêmulas de tanto peso colocado em minhas costas; talvez nem um par de asas enormes fosse tão pesado quanto os sentimentos, e as responsabilidades que carrego comigo. No exato momento em que minha carta chegar a suas mãos, talvez sua expressão seja de completo desagrado. Nossas brigas tem um motivo, Elena, e ele com certeza não pretende separar o amor contido em meu coração. Isso eu posso garantir com todas as minhas certezas, pelo menos as que ainda restam. Pode soar engraçada minha briga brutal com meu pai Giuseppe, mas garanto que nada pode ter sido mais assustador.

Eu travei intrigas a cada segundo, somente para que meus olhos continuassem fora do alcance de Caroline, a dona da minha aliança por culpa de nossas famílias, que não parecem entender que não somos simples peças de xadrez, mas sim humanos donos de corações, e pelo visto, bem massacrados por eles. Acho que massacrar pode soar muito forte, então, eu direi: destruir. Pois é isso o feito, eles quebram e despedaçam tudo habitante de nossos sentimentos, não ligam para nada além do próprio dinheiro e fortuna conseguida através de uma aliança, que da qual será colocada em seus dedos, Elena, você só precisa saber qual dos seus cavaleiros de armadura irá escolher, ou no caso, o que o seu dinheiro irá decidir. Não encare isto como uma reclamação, mas sim um desabafo de minha alma perturbada por minha saudade de seus cabelos castanhos cheios de intensidade e cachos perfeitamente feitos por seus pentes.

Não posso deixar de citar o quanto foi corajosa defendendo-se das ofensas de Caroline, você foi simplesmente brilhante, como sempre. Você não tinha o direito de agredi-la com tapas e arranhões, mas, o importante foi ver o quanto seu espírito de luta e liderança pôde evoluir do fraco ao saudável. Quando li sua primeira carta após chegar a nossa mansão, eu percebi o quanto eu posso ser importante para uma mulher tão bonita quanto Elena Gilbert. A emoção em vê-la pela terceira vez foi tão surpreendente, quanto para mim quanto para você. Sua espécie de rixa com Stefan no primeiro dia que veio aqui me deu certo alívio por estar na frente, na liderança. E sim, você leu certo, seu coração realmente é o prêmio de uma corrida de carruagens, pois conquista-lo foi uma das partes mais difíceis de minha vida, e eu não poderia arriscar simplesmente perde-lo sem mais nem menos.

Eu apenas pretendo deixar claro o bastante minha intenção com essa carta. É mostrar aos seus doces olhos o quão eu estou disposto a lutar pela sua mão, independente do que seu coração possa pedir. Stefan pode estar na liderança, fazendo suas cordas vocais transmitirem gargalhadas, seus olhos brilharem, ou até mesmo seu coração bater mais forte. Mas lembre-se de quem o fez bater pela primeira vez, quem ensinou seus lábios acariciarem os meus com amor e carinho. Eu a amo, Elena, por favor, não desista de nós nem por um único segundo, nunca pense na hipótese de me abandonar, porque eu darei meu sangue para tê-la em meus braços novamente.

Posso não ter a facilidade de transparecer sentimentos por meio de cartas como você, mas espero ter sido franco, e claro sobre meus sentimentos por você, meu amor. Eu amo você incondicionalmente.

De: Damon Salvatore

Para: Elena Gilbert

14/05/1864