Provavelmente minha última carta surgiu um efeito significativo em você, Elena. Seu comportamento mudou para melhor, confesso. Quando você disse que estava doente, meu coração falhou por um momento, mas logo voltou quando percebi a metáfora usada por suas mãos ligadas a pena em sua mão. A pena pode ser seu rito de passagem para um brilhante futuro como alguém intelectual o bastante para atravessar portas apenas com um pouco de tinta e uma pena. Ou talvez até com uma caneta tinteiro, bem rara e cara por aqui na Inglaterra. Por falar em escrever, isso nunca foi minha intenção para ser sincero, mas, você iluminou minhas mãos se comunicando comigo, meu raio de sol dourado. Você deu um sentido a mim desde o dia em que me conheceu naquela casa da árvore no quintal, éramos crianças, mas no fundo sabíamos qual seria o destino quando demos um selinho envergonhado; suas bochechas enormes na época se encheram de vergonha, feito duas maçãs bem vermelhas. Relembrar do passado me faz repensar no que eu fiz, ou no que eu poderia ter feito se minhas decisões por algum momento fossem certas, não havia luz alguma para me guiar, até sua chegada, Elena. Como você disse, eu a faço se sentir linda, embora eu não tenha nada relacionado ao que é seu por direito, a beleza constante. Desculpe se estou sendo um pouco ruim com as palavras, não sou bom com coisas poéticas, ou algo relacionado com a escrita, por falar nisso, espero que minha caligrafia não seja tão impossível como meus olhos dizem.
A cachoeira pôde testemunhar todos os nossos romances, pelo menos a maioria eu posso ter certeza. A certeza como o gosto de seus lábios, um doce salgado incomparável com qualquer maravilha já feita pelo homem, ou até pela natureza. Quando minhas mãos pegaram em seu corpo, eu pirei. Meu coração batia forte a cada momento, a cada beijo dado por nossos lábios impossíveis de separar. Seu sorriso me encantou por um logo tempo, com os barulhos das cachoeiras eu pude perceber o quanto minha felicidade estava se manifestando em um só momento. Meus olhos nem se preocuparam com a joia enorme entre os seus dedos, a aliança dada por Stefan. Stefan não era nada naquele momento, evaporação seria uma ótima palavra para definir o que aconteceu com ele em minha mente, lembre-se, não costumo a brincar com palavras, evaporar no sentido literal. Literal me lembra de literatura, logo me lembra de livros, e logo a escrita. Então, se minha escrita pobre a incomoda de algum modo, por favor, jogue esta carta no lixo e não mande uma de resposta novamente. Não quero passar uma vergonha por não saber expressar meus sentimentos com palavras complexas, esse infelizmente sou eu, Elena. O seu príncipe encantado é na verdade um sapo disfarçado com um terno elegante e uma simples gravata. Posso não ser o suficiente para você, mas isso não me dá motivos para parar de lutar contra o mundo por alguém como você.
Quando andamos a cavalo, me senti livre como você. Os ventos estavam como meus aliados na luta da qual pude travar comigo mesmo horas atrás. Pois tive um encontro bem desagradável com Giuseppe, o monstro do qual chamo de pai ultimamente. Suas palavras foram claras e rígidas como sempre. Não sei o que fazer com essa situação, Elena. Se você realmente é minha luz, me ilumine, por favor, eu não aguento mais viver no escuro, viver da sombra daquele que me assombra dia após dia. O anel que está em meu bolso não será para você, mas sim para a vadia de cachos dourados. Ela não é minha noiva de verdade, nunca será nada para mim além de um brinquedo que posso manipular facilmente, suas emoções ficaram a tona quando prometi cancelar o casamento, ou seja, se meu pai soubesse disso, eu provavelmente não estaria mais escrevendo esta carta insignificante. Talvez para você possa haver um valor sentimental; sua carta perfumada com o cheiro das rosas me faz guarda-las com carinho na gaveta de minha mesa.
Não quero torturar sua mente com minhas preocupações, porque eu posso imaginar o quanto é difícil carregar o peso de suas costas, imagine o meu somado com o seu.
Merecer é algo positivo, menos para você, Elena, você não merece a vida que está vivendo, você merece ser livre como os pássaros. E para mim sim, eles fazem bastante inveja, querendo ou não, inveja de todo o ser que possui asas e pode voar com refinancia tende a ser minha rotina.
A propósito, posso ser um sapo muito charmoso quando quero, especialmente quando seus lábios tocam os meus. Posso também não ter virado um príncipe, mas posso ter me tornado algo semelhante.
OBS: Aquela era minha única cela, meus parabéns.
De: Damon Salvatore.
Para: Elena Gilbert.
25/07/1864
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Esplendor (Spin Off. What if?)
Fanfiction( Este é um conto extra da minha obra: Esplendor. Entretanto, a obra se passa com pontos diferentes da história, sendo contrária a Original e narrada por cartas.) - Repito, a Fanfic não é idêntica a Esplendor, é em um mundo a parte. Boa leitura. Em...