Capítulo Seis

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Kiss Me Slowly (part 1)

Enquanto Justin se dirigia para a sala, ainda sem ação, Isabelle corria até a biblioteca, um dos poucos lugares em que se sentia segura. Sem que ninguém a percebesse se sentou em um canto entre as prateleiras no final da sala e agarrou suas pernas. Tentava recuperar o fôlego, mas sempre que o gosto dos lábios dele brincavam nos dela, ela entrava em desespero. Não um desespero ruim, ela entrava em desespero por não saber o que aquele sentimento e os pelos da nuca arrepiados significavam. Ele era seu primeiro beijo, repentino, assustador e maravilhoso primeiro beijo. A menina estava tão perdida em seus pensamentos que não percebeu o tempo passar, o sinal tocou e ela se levantou andando atentamente pelos corredores, ela não queria encontra-lo, principalmente depois de ter fugido. Voltou a sala onde deveria ter assistido e pegou seu material, não havia mais ninguém ali nem mesmo o professor. Ela não cogitava mais a opção de ficar na escola e correr o risco de encontra-lo, quem sabe o que ele faria ou o que ele diria. Por um momento os pensamentos puros e ingênuos da garota se enrolaram e ela pode ouvir –em sua cabeça –ele dizendo que a amava e queria que ela fosse sua namorada. Enquanto atravessava o corredor indo em direção a sala do diretor ela imaginava os dois andando de mãos dadas pelos corredores, as garotas se roendo de inveja e as pessoas a tratando como Isabelle e não puritana. Infelizmente e quase eu propositalmente seus sonhos momentâneos foram destruídos, quando poucos passos da sala do diretor ela o avistou. De costas agarrado em uma garota, ela não conseguia ver se era um simples abraço ou se beijavam, mas aquilo já bastava.

-Como você pode ser tão ingênua Isabelle ! –ele proferiu tão magoada quanto brava. Ela queria jogar os materiais no chão e chorar, mas ela não faria aquilo, não por ele.

-O que disse? –a secretária do diretor surgiu em sua frente a assustando.

-Não foi nada, será que posso pegar uma dispensa pro resto do dia, não me sinto bem –ela disse olhando pra trás e enxergando Justin passar elo vidro transparente na porta. Ainda abraçado na garota.

-Claro –a senhora sorriu pra ela e entregou a folha da dispensa.

-Obrigada! –ela sorriu e saiu dali tomando o rumo de casa. Um coração partido e sonhos quebrados.

Passou pela porta de casa recebendo um sorriso desconfiado de sua mãe.

-O que faz aqui á essa hora? –ela pulou do sofá encarando a menina.

-Não me senti muito bem e resolvi vir para casa. –tentou seguir para a escada, mas a ela a impediu.

-Cólica meu amor? –ela perguntou, mas não deu tempo pra menina responder –Vou fazer um belo chá minha mocinha –ela sorriu e se dirigiu a cozinha.

Isabelle subiu as escadas preparando seu estomago para o chá a base de orégano que sua mãe insistia em fazer e ela odiava quase tanto quanto os discursos estúpidos de seu pai. Deixou sua mochila na poltrona do quarto e se deitou agarrando um de seus travesseiros de fronha rosa. Minutos depois sua mãe entrou deixando uma bandeja com o chá em cima de sua mesa de cabeceira.

-Espero que melhore até o jantar teremos visita. –disse, mas a menina não se importou muito com aquilo. Sua cabeça estava cheia de paranoias –Por que ele tinha que me beijar se logo depois iria se agarrar com uma das lideres de torcida, por que eu tinha que ser tão ingênua e sentir meu coração acelerar a cada vez que ele fala meu nome. Por que eu tinha que permitir que ele entrasse na minha vida e fosse tomando de conta com tanta facilidade. Por que eu tenho a impressão de isso não vai acabar bem, especialmente pra mim, por que, por que, por que?

Ela havia dito que não choraria por ali, mas aquela sensação de tristeza e de ter sido enganada falou mais alto. Ela agarrou o travesseiro o mais forte que pode e chorou. Chorou até parar de soluçar, até sua boca ficar seca, até não conseguir mais chorar.

Tomou o bendito chá de sua mãe e se levantou trocando de roupa, pegou um de seus conjuntos de ir à igreja e vestiu. Encontrou sua mãe na cozinha a avisou que estava indo pra igreja –na verdade ela só queria sair um pouco pra pensar –sua mãe assentiu e ela saiu.

Caminhou tranquilamente pela rua passando por algumas esquinas que ela dificilmente via, depois de ter chorando tanto ela se sentia mais calma e talvez menos chateada.

A sua frente uma caminhonete gigante com o som ligado impedia sua passagem pela calçada. Ela deu a volta na mesma passando quase que gramado dos Beadles, onde ela viu Justin de longe. Eles trocaram olhares e quando ele pensou em ir na direção ela sumiu, como se soube-se o que planejava.

Bieber havia ficado feliz por vê-la ali, um pouco triste por ela ter fugido mais uma vez. Mas pelo menos agora ele sabia que ela não havia fugido do país também.

-E então como vai o seu rolo com a Pri? –Chaz perguntou o entregando um copo de refrigerante.

-Não vai, não tem mais rolo. –respondeu encarando Caitlin que brincava com o cachorro na porta da casa.

-Como assim? –Chris disse como quem protestava contra. –A Pri é uma das mais gostosas da escola.

-Isso não é novidade metade da escola já comeu ela –Chaz levantou a mão recebendo um toque do Chris.

-E só agora vocês me falam que a garota era uma vadia? –disse rindo com aqueles idiotas.

-Você tinha acabado de chegar, não importava se o prato já tinha passado na mesa de vários, ele ainda era o melhor.

-Vocês não prestam pra porra nenhuma. –a gargalhada cessou e eles encaram Justin –O que foi?

-Se desistiu da gostosa da Pri, deve ter sido por um grande motivo, qual é ele?

-Hãm... –Justin queria responder "Acho que eu gosto da Isabelle, aquela que vocês adoram chamar de puritana, mas não a conhecem realmente. Afinal vocês só ligam pra peito e bunda" depois disse ele percebeu que talvez ele mais que gostasse da garota. –Eu to com outra garota na cabeça. –Ele voltou a encarar a Caitlin na porta da casa.

-Minha irmã de novo não seu puto –Chris anunciou tentando socar o braço de Justin, mas ele desviou.

-Calma Dude! Não é ela. –disse o encarando.

-Acho bom! –ele desmanchou a cara de sério e voltou a rir com uma das piadas idiotas do Chaz.

Era pouco mais das cinco horas quando ele voltou pra casa e encontrou sua mãe no meio da sala com um mascara verde no rosto.

-Tentando fazer o cosplay do Hulk –ele fechou a porta a encarando –Por que se for, nem ta tão mal assim.

-Engraçadinho – ela tirou duas rodelas de pepinos dos olhos e se levantou –Vá se arrumar, fui convidada para um jantar das amigas da igreja.

-E por que eu tenho que arrumar? Não faço parte do seu grupo de tricô.

-Por que você é meu filho e é isso que bons filhos fazem.

-O que acontece se eu quiser ser um mau filho?

-Então eu terei que ser uma má mãe. –ela sorriu sarcasticamente e segui pro seu quarto.

O rapaz fez o mesmo, pegou algumas peças de roupa no armário, tomou um banho, se vestiu, penteou seus lindos cabelos dourados e ficou esperando sua mãe na sala, por quase uma hora.

Quando ela finalmente ficou pronta eles seguiram para a o local do jantar. O local era no mesmo quarteirão de sua casa, ruas abaixo. Uma rua conhecida, a famosa e boba rua dos alfinetes. Sua mãe apontou e ele estacionou na frente de uma casa pintada num tom verde claro e fachada clássica.

-Diz pra mim que essa não é a casa do Pastor Jackson! –ele encarou a porta da casa um pouco assustado. Nem um milhão de anos era da sua vontade ter um jantar com o pai de Isabelle. 

Free Fallin { Justin Bieber }Onde histórias criam vida. Descubra agora