T H E H U S B A N D

Capítulo 2

MARCELLO POV

Morgana, definitivamente, estava estranha no telefone. Ela geralmente não insiste tanto quando falo que estou extremamente cansado. Alguma coisa aconteceu.

Desligo o computador do meu escritório e afrouxo um pouco minha gravata. Pego o porta retrato que esta em cima da minha mesa e encaro a foto de minha esposa.

-Como você consegue ser tão persuasiva? –Acaricio o rosto dela e deixo o porta retrato na mesa.

Levanto-me e tiro meu jaleco, para depois me espreguiçar. Tranco as gavetas, coloco uns papeis em minha maleta e saio do escritório, trancando a porta logo em seguida.

La fora caia uma fina garoa e fazia um pouco de frio. Coloco minha boina preta e destravo o alarme do meu Hilux cinza. Assim que entro no carro, ligo o radio e vou mudando as estações, ate que uma me chama a atenção.

-Somente nessa semana foram registradas as mortes de 198 pessoas por VLC, sendo que 103 casos foram de bebês com poucos dias de vida e crianças entre 1 e 4 anos. A epidemia da doença tem se alastrado cada vez mais. O governo ainda procura uma cura para essa praga... –Desligo o radio

Desde o primeiro caso de VLC, uma doença que mata os sentidos de uma pessoa, fora morte atrás de morte. As pessoas acreditam que o governo está procurando uma cura. Besteira! Foram eles que provocaram isso.

Eles inventaram, ou melhor, uns cientistas contratados por eles elaboraram um vírus que mataria todas as pessoas de classe baixa, para darmos ao nosso município uma "imagem melhor". Começaram contaminando as comidas, ate chegar à epidemia que e hoje.

Ver que bebês, seres inocentes que acabaram de conhecer este mundo, morrem dia após dia graças à avareza desses homens me traz ódio. Por isso me comprometi a achar uma cura para esse mal, mesmo que para isso tenha que sacrificar momentos com minha adorada esposa Morgana.

Chego em casa e logo vejo minha amada na porta, me esperando. Abro a porta do carro e ela entra.

-Como foi o dia hoje querido? –Ela me pergunta me dando um selinho

-A mesma coisa de sempre: sem resultados positivos ainda. Me pergunto quando vou conseguir achar a cura do VLC.

-Sei que ira conseguir Marcello, você e o melhor cientista químico que Florença já viu!

Sorrio sem graça e pego em uma de suas mãos.

-Você e incrível sabia? Quase não fico com você, mas ainda sim continua me amando.

-Um amor proibido e pra sempre. Penso que poderíamos não estar aqui hoje, completando dois anos de casados.

Ouvir aquelas palavras me deixa emocionado. Ela me ama, e isso é o que me faz continuar a descobrir a cura da doença. Se um dia Morgana morrer por causa de uma mesquinhez do governo, morro junto com ela.

Chegamos ao nosso restaurante preferido, onde nos conhecemos. Estaciono o carro e pego meu guarda chuva, para então sair e abrir a porta para minha esposa.

-Obrigada, senhor Norlen.

Beijo a mão dela e entramos. Sentamos-nos perto da janela, tendo uma ótima vista para o lado de fora. A chuva tinha ficado forte, e isso fez o passado passar como um filme em minha mente. O dia em que conheci Morgana, na frente deste restaurante.

Eu tinha acabado de visitar minha falecida mãe. Estava voltando para casa no meu Palio Fire preto quando, sem querer, jogo um pouco de água em uma moça ruiva, minha futura esposa. Claro, na hora ela me xingara muito, mas se acalmou depois que ofereci carona a ela, como um pedido de desculpas. Depois disso não se vimos mais. Depois de algum tempo fui ao restaurante, para comer alguma coisa antes de trabalhar. Então a vi novamente, com um livro em mãos e um prato de panzanella a sua frente. Fui ate la e começamos a conversar sobre assuntos banais. Foi a partir desse dia que começamos uma boa amizade. Depois de meses sendo apenas amigos, quis avançar nossa relação, e a pedi em namoro, o que não durou muito, já que, semanas depois a pedi em casamento. Nunca gostei de perder tempo.

E hoje estamos completando dois anos de casados, dois anos em que me tornei o homem mais sortudo de toda a Itália.

Observo que Morgana esta quieta demais, porem com um sorriso nada discreto no rosto.

-Posso saber o que aconteceu pra você sorrir desse jeito Mô?

-Marcello, preciso lhe contar uma coisa... –Ela fala isso sorrindo, mas ainda sim me deixa nervoso.

-Aconteceu alguma coisa?

-Aconteceu algo maravilhoso, meu amor!

-Por favor, querida, conte de uma vez. Desse jeito irei ter um ataque.

-Meu amor... Eu estou grávida! –Ela diz começando a derramar lagrimas

Fico paralisado. Foram tantas tentativas falhas que nem tinha mais esperanças de ser pai. Quando percebo, já estou sorrindo feito louco.

-Grávida...? Nos vamos ter um... Eu sou ser... Pai?

Morgana começa a rir e me abraça

-Sim Marcello, você vai ser papai...