Escolhas

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Durante uma noite, Leda, a alegre barda, e Aron, seu pai espadachim, sempre em silencio, estavam a viajar… Por diversos caminhos trilhavam, pessoas encontraram, vidas salvaram e opressores derrubaram, mas apesar de tudo, naquela noite, Leda percebeu o triste olhar de seu pai, que se dirigia à lua cheia, que brilhava como nunca durante a noite…

Ao ser questionado de sua tristeza, Aron demonstra um sorriso, que lhe é muito raro, mas valioso, respondendo com um simples apontar de dedo para a lua, falando o que sentia ao ver a ela no céu, a iluminar o seu caminho…

“Vivi cada um dos meus dias como se fosse o ultimo, amei cada amor meu como se fosse único, prestei lealdade e respeito aos meus amigos, sem esperar nada em troca, e ensinei a minha filha para que o mundo a receba como uma barda, assim como a lua. Sempre presente, sempre importante, mas nunca esquecida ou lembrada…”

“Mas, pai, me ensinou a ser uma barda, não uma espadachim, como você, passando assim para o futuro a sua arte de combate e fama de espadachim…”

“A única fama que me basta é de ter sido pai de uma mulher, que faz sorrir e cativa facilmente, mesmo com dor ou tristeza guardados dentro de si a façam pensar em desistir, mas nunca chegando a isto. Ensinar a minha filha ser uma heroína de batalhas não é certo.”

Por um momento, Leda pensa nas palavras do seu pai, confusa… Porque não pode seguir a vida nas batalhas, sendo famosa e clamada por cada reino, como seu pai? Esperando compreender isto, fala isto ao seu pai, perguntando novamente…  E que lhe responde dizendo:

“Aquele que ensina a criar e a sorrir pode ser até esquecido, mas nunca odiado ou temido. Vive alegrando que é triste, se sente recompensado com um singelo sorriso, um elogio sincero ou mesmo algumas moedas, nunca o suficiente… É verdade, mas sempre dado de coração.

Um herói de batalhas dorme com sua espada ao lado, seus amigos são as armas, sua família, apenas a batalha. Sua recompensa é apenas o fruto da pilhagem, que outrora fora o resultado sofrido do trabalho dos outros, que já deixaram este mundo, rogando pragas e maldições ao nome do “herói” que os derrotara.

Uma fama de destruição que pendure por eras inteiras não é tão valiosa como o de bardo, pois como herói ou vilão, sua fama nunca é aproveitada de verdade enquanto é vivo.

Barda, a imortalidade é aquilo que você ensina a todos a sua volta, não pelo que é lembrada conquistando ou destruindo. Se ensinar uma pessoa a sorrir, será o suficiente para uma vida inteira.”

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