Chance

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Alycia Pov's

Cinco meses... Cinco meses sem ela ao menos enviar uma mensagem, não que eu esteja tão preocupada, mas isso era estranho, desde a última conversa ela agiu de forma estranha perguntando se era aquilo mesmo que eu queria, era estranho como ela havia mudado tão rápido de ideia. Na nossa vida sempre tem uma pessoa filha da puta que estraga com tudo, e você não consegue se livrar daqueles sentimento mesmo com a pessoa fodendo com a sua vida, eu tive a sorte de encontrar duas pessoas assim, Eliza e Jamie, Jamie foi um daqueles garotos ridículos do ensino médio que parece sempre está a procura de um coração para partir, e não deu outra, ele ferrou comigo, bem na minha frente com outra garota. Fiquei péssima por isso, demorou para me recuperar, foram dois anos difíceis de seguir, pensei que nunca me recuperaria, que aquela dor de um coração partido e um chifre no meio da testa nunca passaria, mas descobri que isso sempre passa, mesmo demorando, e que o amor não é "tudo isso", talvez seja "tudo isso" só quando você encontre a pessoa certa, que no meu caso pensei que havia encontrado quando conheci o Marcus, essa é só outra história decepcionante mas não tão decepcionante quanto a primeira. Com Eliza era diferente, não tínhamos um tipo relacionamento concreto que é assim que casais costumam chamar, mas nós sabíamos que alí havia algo e sempre alimentamos isso, mesmo eu com medo, era um amor diferente do que eu já tinha sentido ou não sentia isso a tanto tempo que pensei que era único, mas com ela era diferente de alguma forma, sempre havia algo que me atraía, prendia e levava a ela e para ser sincera ainda tem, eu não sei que força é essa mas eu estou cansada disso. Eliza é única, e foi a primeira mulher que eu fiquei, e para falar a verdade foi ela que foi responsável pelo meu termino com o Marcus. As coisas mudaram um pouco nesses meses, a poeira abaixou, a minha forma de pensar sobre algumas coisas também mudaram, estava tudo tão quieto e estranho. Mas estava bem.

- Voltamos a gravar em cinco minutos! - A voz grave do diretor me pegou de surpresa fazendo me dar um pequeno pulo da cadeira e derramar um pouco de chá em minha calça.

- Eu vi isso, pensa que ninguém viu... Mas eu vi. - Disse Lorenzo se posicionando ao meu lado e dando uma pequena risada.

- Você não viu nada, não sei do que está falando, não aconteceu nada aqui - Falei em tom de brincadeira, passando a mão sobre a mancha de chá que ficou na minha calça Jesns azul clara.

- Não é o que essa mancha diz sobre. - Dei um tapa de leve em seu braço e corri de encontro a Karla a figurinista que estava passando apressadamente a metros de mim.

- Karla! Karla! - atraí a atenção dela e logo olhou para a mancha de chá de camomila que estava em minha calça. - Aconteceu um pequeno acidente Karlita... - Ela me olhou sem paciência e negou com a cabeça, eu tinha a pequena impressão de que ela não gostava de mim, por isso eu sempre preferia a Carmen, uma simpática e bela latina que sempre tinha um sorriso no rosto.

- É a terceira vez que acontece alguma coisa com suas calças esse mês, já estou achando que você vai ter que usar calças de plástico. - Disse ela andando em direção ao camarim e eu só a acompanhei sem abrir a boca.

Karla era o exemplo perfeito de pessoa que ninguém gosta de trabalhar pelo péssimo humor, parecia ser uma mulher amargurada, mas que sempre fazia um ótimo trabalho com os figurinos. Esperei por alguns minutos ela procurar algo que combinasse com a minha blusa de lã vermelha até encontrar uma calça jeans preta com buracos nos joelhos.

- Legal... - disse observando a calça em suas mãos. Eu gostava das roupas que a Alicia Clark usava, era um dos melhores figurinos, representava um outro lado meu, mas nada se comparava a Lexa. Vesti apressadamente a calça já que estava atrasada e dei mais uma olhada no espelho para conferir se tudo estava no lugar e corri até onde estavam gravando.

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