Miranda
- Psicólogo? – Perguntei sentando-me no sofá.
- Foi o que a diretora indicou, disse que pode ser o melhor para ela e que talvez com uma pessoa desconhecida ela converse melhor.
- Tudo bem que foi um soco, isso foi ruim, muito ruim. Mas uma conversa e um castigo não resolvem?
- Eu não sei... Estou ficando sem jeito com a Lila... Caramba.
- Ela esta crescendo Henrique, e isso é normal. Ela não tem mais sete anos e você não é mais o pai ausente. Você é presente, mandão e ela acha que é adulta.
- Ela esta virando uma mini versão de você.
- Obrigada. - Sorri.
- Mas eu quase não sei lhe dar com você e na maioria das discussões eu te distraio com sexo e não posso fazer isso com a minha filha. Credo. - Disse caminhando pela sala e gargalhei.
- Tudo bem Henrique, então eu tentarei lhe dar com ela, se eu não conseguir levamos ao tal psicólogo, mas agora se acalma. Isso é novo pra gente, nunca educamos uma criança nessa fase e errar faz parte Henrique.
- E acertar também.
- E nós vamos acertar. – Afirmei.
- Pai, posso ir na casa da minha amiga? – Lila perguntou aparecendo na sala com o celular na mão.
- Absolutamente não. – Henrique respondeu.
- O quê?! Por quê?
- Porque eu disse que não.
- Mas pai...
- E pode passar o celular pra cá. – Pediu.
- Não! – Exclamou e Henrique olhou pra mim e assenti para incentiva-lo.
- Você esta de castigo mocinha, sem celular, sem amiguinhas e da escola pra casa por uma semana.
- Vocês vão acabar comigo, por isso eu sou assim! – Disse jogando o celular no sofá.
- E... Mocinha, na minha mão. – Henrique mandou esticando a mão e Lila bufou pegando o celular e colocando em sua mão. – Agora você pode ir para o seu quarto.
- Eu odeio vocês, odeio a minha vida! – Gritou subindo as escadas e Henrique suspirou.
- Eu acho que ela esta virando na verdade um mini você. – Murmurei e o mesmo me encarou.
- Agora? Sério? – Perguntou e sorri.
- Desculpa, só comentei. – Disse seguindo para a cozinha e deixando Henrique e seus dilemas na sala.
Em uma semana era o aniversário de onze anos de Lila, mas da forma que se comporta não sei se será possível comemorar isso em paz. Confesso que a chegada de Laura a desajustou sim, mas isso era dela, isso era ela se aproveitando da situação. Em matéria de birras Lila sempre tirou nota dez, mas isso não iria se repetir.
- Senhora, o que deseja para o jantar hoje? – Matilda perguntou.
- Talvez... Frango e batas assadas? Acho que isso seria uma boa, as meninas gostam de batata.
- Irei providenciar senhora. – Sorri para Matilda que começou a fuçar a geladeira.
Tinha muita coisa acontecendo essa semana, toda essa bagunça não apagava o fato de que eu administrava uma empresa e estava me desdobrando para ter êxito na tarefa de mãe e empresaria. Em duas semanas estaria viajando para França e agora já não sei se posso confiar que Henrique se sairá bem sozinho com as meninas.
- Mamãe. – Moly chamou e sorri abaixando-me para pegar a pequena e Ramon vinha logo atrás com sua mochila nas mãos.
- Como foi à escolinha amor? – Perguntei mordendo sua bochecha e a mesma sorriu.
- Boa. – Murmurou enrolando as mãozinhas em meu cabelo. – Peguei todo desenho.
- Pegou? – Sorri me levantando.
- Peguei, tinha monte e eu fiz. – Disse abrindo os braços.
- E que tal um banho agora? – Perguntei e a mesma torceu o nariz.
- Só se foi o pato.
- O quê? Quer tomar banho com o pato? – Perguntei e a mesma assentiu.
- Sim, pato.
- Tudo bem, eu deixo tomar banho com o pato, mas não pode demorar muito.
- Tá.
- Depois vamos jantar tia Matilda esta fazendo frango com batatas.
- Eba!
- Vamos fedida. – Sorri e a mesma balançou a mão em frente ao rosto balançando a cabeça em negação.
- Fedo. – Disse fazendo bico e gargalhei entrando com a mesma no banheiro.
...
Ajudei Matilda e Jessica a colocar a mesa enquanto Henrique brincava com Moly na sala. Como o tempo não estava muito agradável, optamos por ficar em casa. A lareira estava acessa se encarregando de manter o ambiente quentinho e aconchegante.
- Lila vem jantar. – Chamei.
- Não quero. – Gritou.
- Só vem querida, não vamos fazer cabo de guerra hoje não, por favor. – Pedi e minutos depois a mesma apareceu.
O jantar correu em silêncio e às vezes Moly falava algumas coisas soltas, mas no geral não houve conversas.
- Que tal um filme antes de deitar? – Propus.
- Eu vou deitar. – Lila afirmou.
- Vai nada. – Henrique murmurou jogando-a por cima do ombro e a mesma guinchou.
- Eu não quero assistir filme!
- Mas vai. – Disse caminhando com ela pela casa e Moly começou a gargalhar enquanto Lila tentava disfarçar seu sorriso. Eram completamente duas crianças, mas apesar de tudo e mesmo tentando tanto Henrique era sim um bom pai.
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Mais um meninas, desculpem se esta pequeno, mas vocês sabem que não faço capítulos com mais de mil palavras. Espero que gostem. Abraços :)
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Decontrol. ( Segunda temporada de Controller. )
ChickLitSequela de Controller, leiam antes a primeira temporada. Depois que uma escolha errada de palavras e uma posição absurda custaram seu relacionamento. Henrique se vê sozinho e obrigado a aprender com seus erros, concertar seus passado e se redimir c...