Colors

Things

WESTON
Have you no idea that you're in deep?
I've dreamt about you nearly every night this week
How many secrets can you keep?

A raiva inflável no meu peito só cresce enquanto eu e Sayvin subimos a escada de mármore da casa dos meus pais. Minha cabeça parece que vai estourar a qualquer momento, e a primeira coisa que faço ao entrar no meu antigo quarto, é lançar o abajur contra a parede. Em questão de segundos já quebrei mais dois porta-retratos e a estátua do Yoda.

Sayvin está sentada na cama enquanto eu desconto a raiva em objetos inanimados e totalmente inocentes da confusão que minha vida se tornou.
- Merda, Sayvin. - Eu digo a ela enquanto deslizo pela parede até sentar no chão em sua frente. - Diz alguma coisa. - Eu praticamente imploro.
- Eu não sei o que você espera que eu diga...
- Quando você vai entender que eu tento te ajudar? - Ela não responde, e eu insisto. - Sayvin?
- Eu nunca pedi pela sua ajuda, West... - Ela diz e leva os olhos até suas mãos onde os dedos brincam freneticamente. As palavras me surpreendem, e me pergunto se algum dia ela vai valorizar qualquer coisa que eu faça pra ou por ela.
- O que você quer? - Levanto a voz e agora ela parece surpresa.
- Como assim o que eu quero?- Nós dois ficamos em pé e apenas centímetros um do outro.
- Eu nunca sei o que fazer com você, Sayvin. Uma hora está tudo bem, e em segundos você se torna a porra de alguém que eu não conheço. Eu não consigo lidar com você. - Eu digo aos berros e ela permanece sem demostrar uma reação sequer. - Eu estou cansado. Isso está acabando comigo.
- Você não precisa lidar comigo. - É tudo o que ela diz.
- Sayvin, me diz o que aconteceu dessa vez, eu vou resolver. - Eu digo com as mãos firmes em seu rosto e com os meus olhos fixos nos dela. Quanto mais fundo eu olho, mais desesperançoso eu fico, parece que aos poucos ela fica mais distante. Ela vai se perder, e no final, eu vou perdê-la sem nunca nem ter a tido de verdade.

Sinto seus lábios roçarem nos meus e suas mãos puxarem os meus cabelos, causando-me arrepios. Ela se esfrega em mim de modo tentador enquanto sua língua atiça a minha. Eu sei o que Sayvin está fazendo. Ela está tentando se livrar das minhas perguntas. Eu a afasto, por mais relutante que meu corpo se mostre.
- West...
- Sayvin.
- Por favor. Eu preciso de você agora. - Se eu não der o que ela quer, tenho certeza de que mais tarde ela não terá problemas em achar alguém que a satisfaça. E com a tamanha frustração em que vou me afundar, nós dois iremos terminar a noite na cama de estranhos, como acontece frequentemente.

O que Sayvin não parece entender, é que eu estou do lado dela. Só que ela não me quer para mais do que uma distração das nossas vidas catastófricas. Eu seria grato em ser a pessoa por quem ela procura para se afastar do mal, mas não desse jeito. Não sendo uma companhia apenas para as noites em que enchemos a cara até não conseguir-mos nos equilibrar ou fudemos até não podermos mais, e mesmo assim no outro dia o que nos resta são dores de cabeça, porque as lembranças das noites passadas vão ser trituradas na máquina de lavar junto aos lençóis.

Afasto seus cabelos pretos dos seus ombros cobertos pela jaqueta de couro. Posiciono minha mão direita na sua cintura enquanto a esquerda segura firme nos fios da sua nuca. Nossas bocas se aproximam e sei que ela nunca vai me respeitar se eu continuar, mas não posso lidar com os pensamentos dela com outra pessoa. 
Nossas línguas novamente navegam uma na outra, disputando por controle. Ela cede e segura em meu corpo enquanto sinto meu corpo entrando em combustão. Tiro sua jaqueta e arrasto meus dedos pela pele macia de Sayvin. A sinto trêmula sobre o meu toque e, em segundos, entregue a mim. Descolo os nossos lábios permitindo que ela tire minha camiseta. Estamos já sem fôlego, mas longe de parar. Sayv passa as mãos pequenas pelo meu corpo e logo em seguida desce os lábios para o meu pescoço fazendo um caminho até meu abdômen. Quando ela vai se aproximando do início da minha calça, a puxo pelo cabelo e coloco as mãos em suas coxas, a segurando em meus braços.