Proibida Perfeição

O encontro

Melissa

Sábado

Estou contente simplesmente por estar comendo um muffin de mirtilo e bebericando um chá. Levanto a cabeça sorrindo e percebo que há um cara vindo na minha direção, rapidamente faço uma carranca e viro o rosto.
— Você percebeu que ele era uma delícia né? — diz Alison, minha melhor e única amiga — por que você sempre faz isso?
— Faço o que? — pergunto dobochada.
— Essa cara de má sempre que algum homem se  aproxima.
— Sei lá —mas com certeza eu sei.
Meu celular vibra em cima da mesa. É uma mensagem.
Preciso de você agora -Sr. Black.
— Mas que merda, não posso nem tomar um café da manhã descente — levanto apressadamente.
— O que houve? — pergunta Alison pondo-se de pé.
— Pode ficar, é só o meu chefe — junto os documentos em cima da mesa, me esquecendo de fechar minha pasta.
Saio correndo da cafeteria e dou de cara com a avenida mais movimentada de Nova York a Times Square. Paro um segundo para fechar minha pasta mas alguém esbarra em mim, assim os documentos vão ao chão. Porra. Olho para cima e me deparo com o rosto mais lindo que já vi. Ele tem olhos azuis, cabelos escuros, um belo corpo, quer saber ele é mesmo um pedaço de mau caminho. Se eu continuar assim vou descrever esse deus grego o dia inteiro. Claro que eu tenho que falar algo.
— Cara você não olha por onde anda?— pergunto.
Aquela boca perfeita responde.
— Claro que olho, mas a culpa foi sua já que decidiu ficar parada em uma avenida cheia de pedestres.
Decido que ele é mais bonito calado.
— Deixa pra lá — cuspo.
Abaixo-me para pegar as papeladas e ele se ajoelha ao meu lado.
— Deixa eu te ajudar.
— Não precisa — digo.
— Eu faço questão.
Quando terminamos o agradeci e comecei a caminhar novamente, mas ele continuou ao meu lado.
— Por que você esta me seguindo?
— Para onde você vai? — pergunta.
— Eu acho que te fiz uma pergunta — falo ironicamente.
— Talvez nosso destino seja próximo.
— Vou para a Titus Corporation — digo a contragosto.
— Viu só nosso destino é o mesmo. Qual o seu nome? — pergunta ele.
— Melissa e o seu?
— Ash.
Seguro riso, mas ele percebe.
— O que foi? — pergunta ele.
— Seu nome é Ash como o do personagem do pokémon, só achei cômico.
— Entendi, e você assiste pokémon?
— Ultimamente não, mas já assisti muito, é um dos meu animes favoritos — respondo me achando uma criancinha.
Ash sorri, mas não diz nada e como sou tímida e fiz papel de idiota resolvo ficar calada.
Caminhamos lado a lado até chegar na empresa. Aperto botão do elevador.
— Tchau — diz Ash.
— Você não vai subir — pergunto.
— Não, tenho que passar em um departamento aqui no térreo.
—Ah, entendi — talvez eu tenha parecido magoada (claro que não estou).
— Eu espero com você o elevador chegar.
— Não precisa — falo
— Para de fazer drama, minha mãe me criou como um perfeito cavalheiro. Eu espero com você ok?
—Ok — digo seca.
Sério? O que isso tem a ver com cavalheirismo.
Aproveito o momento para observa-lo melhor. Ele é mesmo uma delícia.