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138/ Sonhos

- N-não - Perrie acordou com um dos milhares de pesadelos do Zayn. Era sempre assim desde que Millie nasceu: ele tinha pesadelos todas as noites, acordava coberto de suor e o coração a mil, na verdade era um alívio acordar. Ele tinha medo de nunca acordar.

- Zee... - Perrie murmurou rouca com a voz cheia de sono enquanto se debruçava sob o marido, ela tocou seu ombro já sentindo o suor em sua camisa e balançou ele. - Amor, é só um sonho.

Para Zayn o que era um pesadelo no sonho, era na vida real para Perrie. Tinha dias que o marido mal dormia com medo de sonhar, ele começou a dormir a base de remédios quando passou três dias com um sono apenas de 8h.

- Amor, não é real. - Perrie balançou mais forte. - Zayn!

- NÃO! - ele acordou e sentou na cama bruscamente, olhou para a mulher e pôs a mão no rosto molhado em suor.

- Hey bae... - Perrie acariciou suas costas. - O que foi dessa vez? - olhou para o relógio ao lado da cama que marcavam 03am.

- A mesma coisa de sempre... - Zayn suspirou e demorou para responder - Estamos no hospital, e então eu vejo a Millie pálida sendo entubada, a energia cai, ou sei lá o que acontece que fica escuro, quando a luz volta, eu estou sozinho, sem você...

O coração de Perrie se aperta em pensar o quão ruim é sair disso, ela abraça Zayn e segura seu queixo.

- Você tem que parar com isso amor, eu estou aqui, a Millie está aqui, não vamos a lugar nenhum.

- Eu sei, eu só... Não consigo evitar, parecem lembranças de tão real.

- Ok. - Perrie murmurou ao ver a mão trêmula de Zayn. Tirou sua regata mostrando o sutiã cinza e ele olhou surpreso.

- O que é isso?

- O que uma mulher tem que fazer para distrair seu marido, uh?

- Nah, Pezz... Só fazem cinco meses que a Millie nasceu.

- Cinco meses que você tem esses pesadelos e cinco meses de cesárea, acho que estou bem, não estou? Quero dizer, olha a minha barriga! Droga, eu sou muito sexy, não me recuse. - ele riu e segurou na cintura de Perrie, os dois sorriram um para o outro, olhos castanhos vidrados nos olhos azuis e então pressionaram os lábios começando um beijo lento.

Era incrível o quão forte Perrie era, por um segundo, para Zayn ela tinha morrido naquele hospital - o que era motivo de seus pesadelos - e no outro instante ela estava na sua cama fazendo piadas com seu jeito extrovertido de sempre.

Zayn se afastou e tirou a camisa molhada de suor, segurou na coxa de Perrie e voltou a beijá-la, suas mãos exploravam suas coxas, mas isso foi tudo até escutarem um choro contínuo.

Eles pararam tudo e Perrie riu com seus lábios colados, pôs uma medeixa loira atrás da orelha e mordeu o lábio inferior do marido antes de se separar.

- É a sua vez, lembra? - Zayn concordou, deu um último selinho na esposa e levantou.

- Não sei como trocar fraldas, normalmente a Trisha faz isso por mim

- Zee! - Perrie deu uma risada alta - Apenas tente, ok? Você vai ter que aprender um dia

- Tá. - suspirou e levantou saindo do quarto da enorme casa em que ele e Perrie moravam juntos desde o primeiro noivado, andou pelo corredor até entrar na porta branca com a escrita "Millie" com letras coloridas estampada na porta.

Era como um reloginho, ela sempre acordava as 03am, às 06 e às 09, dormia de tarde, e o resto do dia se conseguisse. Em cinco meses se mostrou um bebê esperto, não era de chorar por tudo, pelo contrário, era calma, mas sabia ser nervosa quando queria, isso graças ao estresse na gravidez e o temperamento da mãe que puxou. Era literalmente uma mini Perrie morena.