Capítulo 3

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Em meus sonhos você está de pé ao meu lado
Dois corações, finalmente colidindo
Então eu acordo

- IN REAL LIFE, DEMI LOVATO

☆☆☆

— AI, QUE DOR DE CABEÇA!

Acordei com Anne gritando no meu ouvido. Quem ela pensa que é para me acordar em plena 9:30 da madrugada.

Sim, madrugada.

Adivinha como estávamos após a noite anterior? Totalmente exautas.

Até me passou pela cabeça voltar à dormir, mas a droga do meu lado senhorita curiosidade foi mais forte do que qualquer outra coisa. Eu de certa forma "precisava" muito saber o que elas haviam aprontado enquanto não estavam em meu campo de visão.

Amiga tiazona? Imagina...

— Já era meio que de se esperar, né? Você agiu como uma completa desgovernada ontem na festa Olívia se pronunciou, pegando sua bolsa em cima do criado mudo — Precisa de um Dorflex?

— Como assim? Agindo como uma desgovernada?

— Vishh... Alguém aqui está com sérios problemas de amnésia! Sara brincou.

— É serio! Eu não me lemb...

Pelamor! Não vamos bancar as santas! Todo mundo que compareceu àquela festa presenciou o seu showzinho Olívia a interrompeu.

— Ah, tanto faz! O importante é que eu estou sabendo como curtir a minha vida — deu de ombros — Agora mudando de assunto: Vocês viram a Sabrina ontem?? Gente, aqueles olhares foram tão calientes...

Metodologia de vida: Quer se livrar rapidamente das atenções? Jogue-as para a sua querida amiga que não fez nada.

Shippo muito... Casal perfeito! — Oli fazia sinal de coração com suas duas mãos.

— Do que vocês estão falando mesmo? — perguntei, interrompendo a festinha delas.

— Sobre você e aquele garoto ontem na festa do seu amigo...

— Falando nisso: que amigo, viu? Um verdadeiro boy crush! Porque você não o apresentou antes? — indagou a maior.

— Ei, vão com calma! Nem eu estou entendendo o rumo que essa conversa tomou... Que boy crush? Que amigo?

— Acho que finalmente entendi... Olívia estava falando do Joe, meu amigo e anfitrião da festa! — tentei explicar para Anne, que pareceu finalmente compreender.

— Hmmm... Parece que alguém aqui está se apaixonando...

— Oli apaixonada? Quem diria, hein?

— Só achei achei ele bonito! Posso? — a maior tentava desesperadamente defender-se.

— Acho que sim... Mas se eu fosse você não teria muitas esperanças! — fiz uma breve pausa — Sinto muito em lhe falar, mas Joe Jonas é um verdadeiro galinha.

— Nossa... Com uma amiga dessa, quem precisa de inimiga? — reclamou a ruiva, um pouco revoltada com o meu último comentário.

— Querem mesmo saber? Eu não me importo! Por que não esquecemos desse assunto e focamos na dona Sabrina? Que me parece estar querendo fugir do assunto... — todas as atenções voltaram-se para mim novamente.

Muito obrigada, Olívia!

— Verdade, já estava quase me esquecendo! O que foi mesmo aquilo, Sabrina?

Here we go again...

— Algum santo ser pode me explicar isso de uma vez? —  Anne parecia estar literalmente boiando à nossa volta.

— A senhorita preferiu se manter tão ocupada, que no final perdeu tudo o que houve de bom.

— A Sabrina ficou caidinha por um boy magia, eles estavam literalmente se devorando pelo olhar.

— Só de pensar, esse quarto já parece ficar tão caliente... — Anne continuou, enquanto abanava-se com as próprias mãos.

— Incorporou a porto-riquenha hoje, foi?

— Isso para mim está mais para o famoso fogo na saia...

E pensar que em vez de continuar a escutar tudo isso, eu poderia ainda estar dormindo... Decepção!

— Concordo total com você, Anne. Vocês precisavam ter visto... Amiga? Ele te comeu com os olhos!

— Uow! Quer dizer então que esse tal de boy magia misterioso estava babando pela Sabrina? — indagou Anne, nem um pouco boquiaberta.

— Só de pensar naqueles olhos castanhos, dá até um arrepio só de imaginar. E olha que nem era para mim que ele estava olhando — ela suspirava apaixonada.

Pensando bem, como elas conseguem ser tão dramáticas? Acho que terei de cortar a Netflix delas por certo tempo.

— Como conseguem ter uma imaginação tão fértil? Não aconteceu nada entre nós dois.

Levantei-me afim de começar a arrumar o quarto, mas evidentemente mais ninguém estava afim de ajeitar a bagunça. Eu que não faria aquilo tudo sozinha. Então me sentei novamente.

— Vocês não tiveram nada mesmo? — questionou Sara.

— Nem o conheço. Só o achei bonito, e como Oli disse: isso não significa nada de mais! — respondi.

— Logo agora decidiu começar a concordar comigo, foi? Por que será mesmo?

— Aham, vamos fingir que você nos convenceu mesmo. Só fingir!

Hora perfeita para mudarmos de assunto.

— O que acham de tomarmos logo o café? Daqui a pouco vocês tem de ir para casa — sugeri, conferindo o horário no visor do meu celular — Já são 10:50. Vamos logo!

— Nossa! O que acha de nos expulsar logo, então? — elas riram.

— Melhor forma de fugir do assunto, Sabrina. Parabéns!

— Quem garante que ela conseguiu? Lembrem-se que muá ainda mora aqui — Olívia abraçava sua almofada de coruja.

— Estou mesmo ferrada... — murmurei, mas alto o suficiente ao ponto delas ouvirem.

— Também te amo, trouxa! — revirava os olhos, enquanto a mesma me abraçava.

Descemos, afim de finalmente tomarmos nosso café da manhã.

Feito isso, Sara e Anne despediram-se, deixando eu e minha querida irmãzinha à sós.

— Sabrina, querida! Eu ainda quero saber um pouco mais sobre o amigo maravilhoso do Joe...

Olivia, querida! Sabe aquele ditado "Querer não é poder"?

— Podemos mudar logo o disco? — ela negou — Ah, eu só achei o... — dei uma breve pausa — Está vendo? Nem sequer sei o nome dele. Acha que aconteceu algo mesmo? Obviamente que não!

— Okay, está bem! Mas, mudando de assunto — finalmente —, quais são os seus planos para hoje?

— Bom, eu havia marcado com o Joe de ir fazer-lo uma visita... Mas se não quiser, posso desmarcar e pensamos em algo.

— Opa, como assim?! Adiantada a senhorita, não?? Mal o conheci e você já está querendo me levar para a casa dele e dar uma de cupido?

— Nada disso! Eu vou para ver o meu amigo. E imaginei que você talvez pudesse querer conhece-lo melhor, mas se você não quiser...

— Mas é claro que eu quero! Não como você deve estar pensando... Vou apenas para ajudar minha irmãzinha a atravessar a rua e chegar até lá em plena segurança.

— Aham... E eu sou um pequeno unicórnio cor-de-rosa! — brinquei.

Ela me deu um tapinha no ombro, saindo em seguida do quarto. Vamos nos arrumar.

Uma Garota Semi PerfeitaOnde histórias criam vida. Descubra agora