Chapter Four

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Abro a porta de casa cansada, pouso a minha mala descalçando-me logo de seguida por estar com os pés doridos. Caminho até à sala, o único local donde consigo detetar alguma luz com os meus olhos a esta hora, onde encontro a figura masculina do meu pai sentado no sofá.

"Pai!" Sorrio abraçando-o enquanto me sento no seu colo reconfortante.

"Minha querida menina!" Ri abraçando-me "Como foi o filme?" O meu progenitor sorri animado.

" Maravilhoso! Encontrei o meu professor de Filosofia, a Verah ficou amiga da namorada dele e deixou-me sem pipocas. Mas eu fui salva." rio alto encostando-me no seu peito exagerando muito a felicidade que aquele momento me tinha transmitido. Estes momentos com o meu pai deixam-me muito animada devido à sua raridade então tendo a ficar mais positiva.

" Há muito tempo que não vejo a Verah... tens que a convidar para jantar. Durante estas semanas vou estar cá." encaro os seus olhos confusa.

"Não vais trabalhar, pai? Está tudo bem com o Jornal?" falo rápido com preocupação presente no meu tom de voz.

"Apenas tirei um tempo para estar com a minha filha. Isso não tem acontecido muitas vezes..." o meu pai coça a sua nuca envergonhado.

Sorrio entusiasmada enquanto beijo a sua cara. Faz muito tempo que o meu pai não tira umas férias para estar em casa, agora que finalmente as tem vou aproveitá-las ao máximo. Subo para ir dormir com ele, posso chamar isto uma tradição sempre que ele está em casa, é uma forma de matarmos saudades um do outro. Visto o meu pijama e deito-me na cama do meu pai aninhada no peito dele enquanto falamos os dois animadamente.

Cada vez mais sinto os meus olhos a pesar, adormecendo no peito dele ao som de um "Amo-te, filha."


Acordo com o meu despertador e levanto-me vestindo o meu uniforme para ir para a escola. Ando com os fones no ouvido até entrar no edifício de ensino onde estou matriculada, para ter filosofia... antes ficava feliz por vir ter esta aula, agora nem entusiasmo tenho. Este sentimento poderia ter mudado depois da noite de ontem. Podemos dizer que Justin é mais suportável do que imaginei.

Sento-me no final da sala tirando o meu caderno. Abro na última página e vejo os meus colegas entrarem juntamente com o meu professor de filosofia. Justin Bieber pousa as suas coisas não perdendo tempo começando imediatamente a escrever algo no quadro.

"Sócrates"

Sorrio ao ler aquele nome enquanto observo os movimentos do meu professor enquanto se senta sua secretária.

"Sócrates... um nome conhecido certo? Alguém me consegue dizer quem ele é?" Catherine, uma colega minha, levanta a mão com o intuito de responder à questão.

"Sócrates é considerado um dos pioneiros da Filosofia Ocidental. Nasceu em Atenas, por volta de... 470 a.C! Tentou seguir os passos do pai, o escultor Sofrônico. Porém, devotou-se completamente ao caminho filosófico, sem dele esperar nenhum retorno financeiro." A minha companheira de turma levanta os olhos do livro quando acaba de ler o que está registado no mesmo sobre este grande homem.

"Muito bem, Catherine. O que é que ele defendia?"

"Sócrates partia do pressuposto: "Só sei que nada sei", que consiste justamente na sabedoria de reconhecer a própria ignorância, ponto de partida para a procura do saber." Falo sem levantar a cabeça ignorando o facto de ter de pedir vez para falar.

" Muito bem, Scarlet!" Justin levanta-se arregaçando a sua camisa " Quem não defende esta teoria e o porquê."

" Eu não a defendo, ao partir do pressuposto que não se sabe nada pode levar uma pessoa a desistir fazendo com que ela não lute para atingir a sabedoria." Fala Verah convicta do que diz.

"Bom argumento, Verah."aponta para a mesma entusiasmado por estarmos a desenvolver uma pequena discussão de opiniões na aula.

" Eu discordo, ao pensar que se é pouco sábio, além de ser uma atitude humilde, pode fazer a pessoa perceber que tem de mudar para se tornar melhor, Verah."sinto o olhar de Justin atento em mim " Quando sabes que fazes algo mal tentas sempre melhorá-lo, o mesmo acontece com o conhecimento."

"Obrigada Meninas... Quero agora que nestes papeis," começa a distribuir pequenos pedaços de folha a todos menos a mim e à minha melhor amiga " Escrevam o nome da pessoa correspondente ao comentário que mais apoiam. Relembrando que em Filosofia nada está errado."

Vejo todas as pessoas a escrever e prossegue-se a seguir a contagem dos votos, ganhando o meu comentário com algum avanço. Sorrio satisfeita.

"Obrigada a todos por esta aula... gostei imenso e espero que continuem assim." Soa o toque para sair e eu levanto me juntamente com Verah indo para o bar com o objetivo de saciar a minha fome

Ele está a subir na minha consideração.

Teacher {JB} Onde histórias criam vida. Descubra agora