One

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Sete anos atrás:

Eu estou muito apaixonada por ele, por isso, estou aqui neste vestido de noiva branco e muito bonito, esmagando minha cintura e me deixando sem ar, eu usava um salto agulha bem alto que machucava meus pés, meu cabelo estava com um belo penteado era tão bonito que me dava dor de cabeça, e a maquiagem impecável claro, que demorou umas três horas para ficar perfeita desse jeito. Mas, valeu a pena! Meu noivo nem sonha que descubri que estava grávida ontem, tomara que esse vestido não machuque o meu filho(a). E agora, o padre está falando várias coisas que eu não tenho dado muita atenção, todos me olhavam minha tia chorava e Ellen sorria como nunca.

--Então, senhorita Lauren. Você aceita Gustavo Stone como seu legítimo esposo para ama-lo e respeita-lo na saúde, na doença, nas dificuldades e acertos até que a morte os separem? -disse sorrindo.

--Aceito! -digo sorridente, apesar de tudo, eu sempre sonhei com o meu maravilhoso casamento.

--Então senhor Stone, você aceita Lucky Lauren como sua legítima esposa para ama-la e respeita-la na saúde, na doença, nas dificuldades e acertos até que a morte os separem? - disse e Gustavo ficou nervoso. O observei por um pequeno tempo nervosa, talvez eu devia esperar pois, ele não conseguia dizer uma palavra, estava muito nervoso.

--Não... -disse baixo e o olhei confusa.

--Como é, gus? -perguntei não acreditando em nada.

--É isso que você ouviu Lu! Eu não posso me casar com você. -disse e lágrimas queriam deslizar por minhas bochechas porém, não permiti que acontecesse.

--Por que tudo isso agora? -perguntei com a voz falhando e a "platéia" estava surpresa, mas ninguém tão surpreso como eu.

--Desculpe, Lucky eu não amo você! -disse pegando minha mão e olhando diretamente para meus olhos. --Eu estou apaixonado por Ellen! -disse e a mesma sorria vitoriosa, ele chegou perto dela que no caso estava sentada ao lado da minha tia. --Ellen de Magalhães Lauren, você aceita se casar comigo? -disse ajoelhado e ela sorriu.

--Aceito! -senti um embrulho no estômago, é como se eu tivesse levado um belo soco na barriga.

--Pois é, prima! -sorriu. --Eu sempre ganho. -disse se aproximando de mim e então eles sairam de mãos dadas. Lágrimas inevitavelmente caíram mais e mais pelo meu rosto.

Sempre sonhei que um dia veria um grande casamento em qual um dos dois(noivo ou noiva) dissesse não. Mas, não é tão legal assim principalmente quando você é a noiva que foi abandonada naquele altar e todos estão rindo e dizendo que: "você foi trocada pela a própria prima" e outros se calavam e tivesse pena de você." Mas, eu não queria a pena de ninguém, pois, eles irão pagar pelo o que fizeram. Chorei de ódio, fui abandonada e pior abandonada no altar grávida, aos dezoito anos, tudo que eu pensava era: "Meu Deus, o que eu vou fazer agora?"

--Vai ficar tudo bem, filha! -disse minha tia passando a mão por minha cabeça, desfazendo todo o meu penteado, enquanto o padre me olhou preocupado. --Vamos Lu! -disse e nos levantamos.

--Convidados podem se servir lá no salão e pegar seus presentes de volta. Obrigado por todos virem e espero que tenham se divertido! -digo e saí abraçada a minha tia.

(...)

Chegamos em casa e parece que aqui posso chorar até todo o líquido do meu corpo acabar. Me sento no sofá e tiro o salto que machucava meus pés, minha tia afrouxou o meu vestido, enfim eu poderia respirar normalmente, mas as lembranças viriam e minha tia chorava junto comigo e acariciava meus cabelos de forma carinhosa e consoladora.

--Eu sinto muito! Ele não te merece, sua mãe disse quando você começou a namorar ele, não chore homem nenhum merece as suas lágrimas. Agora, você tem que pensar apenas em seu bebê, já pensou no nome? Esquece ele! -disse e choro.

--Minha vida está acabada. Eu sempre prometi a mim mesma que nunca erraria as mesmas coisas que minha mãe errou, mas eu errei ainda mais, muito mais que ela. Essas coisas será que só acontecem comigo? -digo.

--Claro que não, filha! -disse e me levantei olhando seu rosto vermelho.

--E sobre eu esquecer o Gustavo, é impossível esquecer seu melhor amigo, que você brincava de carrinho e andava de skate com ele desde sua infância então você resolveu se casar com ele após, dois anos de namoro, porque você o conhece bastante então para que esperar, não é mesmo? -digo me lembrando e chorando. --Mas, você se enganou porque o quanto mais você acha que conhece uma pessoa, mais você não a conhece! -termino o meu texto dramático e pensativo.

--Filha, eu sinto muito. -disse e beijou minha testa. --Alguns meses nos mudaremos para o Rio de Janeiro. -me entregou um chaveiro.

--O que é isso? -digo e ela sorriu.

--Era seu presente de casamento, eu e sua mãe juntamos alguns trocados e compramos uma casa para você perto da faculdade que você queria fazer. -disse e abracei.

--Tia, obrigado! As duas eu ajudarei assim que o meu filho(a) parar de mamar. Mas, e a Ellen vai conosco? -digo e ela sorriu.

--Primeiro: que não precisa nos ajudar em nada, tenho 35 e sua mãe 39 anos não estamos morta. Segundo: Seu filho(a) vai precisar de você mais que tudo depois da amamentação e terceiro: A Ellen não vai com a gente, ela fez algo terrível com você e sinto que preciso deixa-la aqui para que Deus a faça sofrer por seus maus atos. -disse magoada.

--Tia, você é a melhor. -digo e ela sorriu.

--Rio de Janeiro que nos aguarde! -disse e rimos.

--Lucky, eu te amo! -disse e me abraçou. --Você nunca mereceu isso! -continuou. --Mas, considere isso como um livramento de Deus. Agora pode ser difícil enxergar isso, mas daqui a alguns anos, você vai olhar para trás com a pequena Mia no colo e dira: "Deus, muito obrigado por tudo que aconteceu. Muito obrigado por ter me feito enxergar." -disse.

--Mas tia! -digo. --Mas, por que agora, por que ele me abandonou no meio do meu casamento. Se é livramento por que dói tanto? -perguntei.

--Um pai que verdadeiramente ama seu filho, se necessário o corrigirá na vara, porque esse pai o ama e deseja vê-lo feliz e bem. Deus é como esse pai, se coisas ruins acontecem, filha é por que ele está te corrigindo, pois as vezes você é teimosa e malcriada, não escuta ninguém e então, precisa levar algumas "varadas" para que seu destino se cumpra. -disse e a beijei na testa.

--Pequena Mia? -perguntei. --Ainda nem sabemos o sexo. -digo.

--É uma menina, uma linda menina, sonhei com ela em seus braços. -minha mãe chegou se entrometendo e eu sorri.

Garota SortudaOnde histórias criam vida. Descubra agora