Eu caminhava, chutando algumas folhas secas rejeitadas no chão. Com as mãos no bolso da minha calça, cabeça baixa e um pouco pensativa. A rua vazia, com duas ou três pessoas andando pela calçada.Empurrei o portão de ferro velho e enferrujado da minha casa, entrei e minha mãe estava assistindo ao seu seriado preferido na TV.
Não quis incomoda - lá. Subi as escadas sem que percebesse a minha presença, e andei por um breve corredor que me levaria ao meu quarto.
Olhei com desgosto toda aquela bagunça, e já pensando em como eu iria arrumar. Entretanto, Comecei a tarefa.
Depois de sete minutos, estava tudo em seu devido lugar. Eu não demorei tanto desta vez. Deitei na cama e soltei um suspiro ofegante.
Tomei um ligeiro banho, e desci as escadas, olhei para o sofá e minha mãe não estava mais lá. Segui em direção a cozinha, encontrei a minha mãe vasculhando a cesta de cartas.
Fiquei observando - a. Na expectativa de que ela fosse notar logo a minha presença.
- Que susto! - disse, espantada.
Eu sorri.
- você chegou agora? - perguntou.
- Não! Quando você estava assistindo seu seriado, só não quis te atrapalhar e subi de mansinho. - falei.
- Está com fome? - interrogou.
- não. - eu disse.
- você não come nada, desse jeito vai só emagrecer e pode até adoecer, eu não quero isso para você. - explicou.
- eu não estou com fome.
- Só um pouco. - disse, estendendo sua mão que carregava um copo de leite. - por favor.
Aceitei.
- Boa garota. - susurrou.
Então, ela se retirou. Minha mãe tinha razão, eu comia raramente, não tenho fome.
Lavei o copo que estava sujo de leite, e fiquei pensando no que fazer. Recebi uma ligação de Jônatas, meu melhor amigo. Ele estava me convidando para sair com ele hoje à noite. Eu aceitei sem mas delongas.
Avisei logo à minha mãe, eu contava absolutamente tudo para ela. E a mesma sempre implicava comigo e fazia palhaçadas: dizia que entre eu e o Jônatas existia mais que uma amizade. Mas pra mim, não passava de uma amizade, o Jônatas é uma pessoa incrível, e minha mãe gosta muito dele. Por isso ela não me proibia de nada, eu sou livre para fazer oque quero. Mas não faço nada que seja errado! E nao faço nada sem a permissão da minha mãe.
Você deve está pensando; ai que garota certinha. Não é bem isso meu bem! É que eu prefiro seguir os conselhos da minha mãe, ela nunca erra em nada.
Entretanto, prefiro obedece - lá.
* * *
As horas se passaram, e eu ja estava esperando por Jônatas. Até o som da campahia preencher o pequeno espaço da casa.
Eu estava vestida; com uma blusa preta, e por cima um casaco vinho. Na parte debaixo, uma meia - calça e uma saia, as duas peças eram totalmente pretas. E pra fazer par, uma bota sem salto, que por sinal também era preta.
Não sou muito ligada a moda. Mas pelo menos, eu tento.
- Você quer entrar? - falei, assim que cumprimentei Jônatas.
- sua mãe está aí? - perguntou.
Assenti.
Ele deu alguns passos até minha mãe, e abraçou - a. E ela, sorrindo como sempre.
- onde vocês vão? - interrogou minha mãe, um tanto desconfiada.
- Vou levar a Kate para assistir o maior e mais radical festival de fogos do ano. - disse, Jônatas.
Minha mãe fez uma cara de quem não gostou muito da idéia.
- fogos, é? Isso é perigoso, Kate... - resmungou minha mãe.
- Não é perigoso. Eu nunca fui mas prometo a você que não vou ficar muito perto dos fogos. - falei.
- então, anda logo, vocês vão se atrasar... - disse, com um sorriso estampado em seu rosto.
Olhei para Jônatas, e corremos. Encostei o portão velho de ferro, e entrei no seu carro o mais rápido possível. Ele funcionou o motor, e deu partida!
- Será que estamos muito atrasados? - perguntei, ansiosa.
- um pouco. Mas fica calma! O espetáculo vai ser bem grande, com certeza vai dar tempo de chegar lá e ver tudo. - falou.
- eu espero...
Em mim só existia ansiedade, eu nunca tinha ido a um festival de fogos. Deve ser muito legal!
Chegamos. O lugar estava bem movimentado, gente gritando para todos os lados e algumas até aproveitaram para pegar geral.
- Não sai de perto de mim!... - susurrou Jônatas, apertando minha mão.
- é só não soltar a minha mão. - susurrei no seu ouvido.
Entramos em um estádio que estava absolutamente lotado, já poderíamos notar algumas pessoas que estavam em efeito de álcool.
O segurança do local, pediu os nossos ingressos. Jônatas deu e entramos. sentamos na quinta fileira e de lá, a vista era ótima.
- vai já começar... - falou Jônatas, através da música abafada que soava no lugar.
A música parou e uma luz muito forte se espalhou no céu, anunciando o início do grande festival.
Muitas pessoas gritavam, e eu estava louca, com todos aqueles fogos coloridos no céu.
Jônatas me abraçou muito forte, e um sentimento de alegria me invadiu. Meu coração estava acelerado.
Aquela noite estava sendo perfeita, a melhor diversão da minha vida. Eu só teria que agradecer a Jônatas por tudo isso depois.
Depois de meia hora inteira de fogos, o dono do festival agradeceu a presença de todos e fez um grande discurso sobre a vida dele, e como ele conseguiu chegar até aqui.
Foi emocionante e eu gostei muito. E pela cara de Jônatas, ele amou. Algumas pessoas ja estavam se retirando do local, fizemos o mesmo e abandonamos o lugar.
- Foi tão legal. - falei, animada.
Jônatas sorriu.
Me ajeitei no banco do carro, e olhei nos seus olhos.
- obrigada!... - agradeci. - foi a melhor noite da minha vida. A mais importante pra mim.
- foi tão importante pra você, quanto pra mim. - falou, acariciando meu queixo.
Eu soltei um sorriso.
- agora, é melhor eu te levar pra casa. Senão sua mãe vai ficar furiosa comigo! - falou, funcionando o motor.
- É... vamos!
* * *
- está entregue. - falou Jônatas.
- essa é a pior parte... a despedida! - eu disse, chateada.
Ele sorriu.
- é serio! Eu não estou brincando. Eu queria tudo de novo! - reclamei.
- para de drama. - falou.
Soltei um suspiro de raiva, e sai do carro. Jônatas veio atrás...
Ele me abraçou e me deu um beijo na bochecha, como despedida.
Eu sorri, e logo entrei em casa.
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Meu Melhor Amigo - Livro 1
RomanceQuando menos esperamos, coisas inexplicáveis acontecem. Por isso que estou sempre preparada para qualquer coisa, em qualquer lugar. Com todas essas loucuras, decepções, entre outras coisas que acontecem em nosso dia - a dia, devemos seguir em frente...