Capítulo 1

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Aquele momento foi realmente muito constrangedor. Me despedi dos médicos, caminhando até a sala que me indicaram. Bati levemente na porta e entrei vendo um médico, aparentemente com seus 40 anos.

-Bom dia, sou Ângela. -Sorri, me aproximando vagarosamente.
-Bom dia, sou o Doutor Franco. Você é a pequena universitária?
-Sou alta doutor, e sim, sou eu. -Murmurei manhosa, fazendo um bico automaticamente.
-Claro, mas não tão alta quanto eu. -Ele ri e desfaço meu bico, rindo junto.

09:00

Conheci bastante coisa sobre o hospital e me soltei mais com o Doutor Franco. Ele me instruiu para conhecer mais sobre o hospital e agora estou no 4° andar, olhando pequenas crianças brincarem na recepção deste andar.
Caminho até uma pequena garota que se encontra sozinha no banco e me sento ao seu lado.

-Olá. -Me atrevi para olhar a menor.
-Oi moça..
- Como se chama?
-Margaret.
-Uau. Que nome lindo. Por que está aqui sozinha?
-Papai me abandonou aqui, só porque não tinha como pagar meu tratamento. -A menor murmurou com sua voz de choro e me ajoelhei em sua frente, conseguindo finalmente olhar em seus olhos.

Eles tinha uma cor linda. Um verde vivo.

- O que você tem?
- Precisei operar após sofrer um acidente, mas papai me deixou aqui e não pagou.

Vi a menor tentar segurar seu choro e apenas abracei a mesma, enquanto acariciando seus cabelos curtos. Ouvindo seus soluços em seguida.

Margaret deveria estar com 5 anos pelo jeitinho que falava algumas palavras, era tão pequena e estava tão triste.

-Cadê sua mamãe? Posso te levar até ela. -Olho novamente em seus olhos, esperando por sua resposta.
-Mamãe tá lá no céu...

Ouvir aquilo simplesmente me feriu. Me levantei e segurei em uma de suas mãos.

-Venha comigo, falarei com seu doutor e logo você estará com um sorriso no rosto.

Ela apenas se limitou a concordar e me mostrou seu doutor. Era o médico com uma beleza incrível.
Peguei a garota em meu colo e caminhei até o mesmo com passos firmes.

-Doutor Leonardo? -Resmunguei, parando numa distância amigável.
-Senhorita Ângela, perdida? -Ele me olhou, logo desviando seus olhos para Margaret. -Maggie, estava chorando?
-Desculpe doutor, mas posso saber um pouco mais sobre essa princesa?
-Claro, vamos até meu escritório. Maggie, quer ir com o tio Bernardo?

-Sim! -Maggie sorriu e soltei a mesma, venda a pequena correr até um rapaz que se encontrava sentado no chão, com outras em volta. Acenei para ela e sorri envergonhada para o rapaz, vendo o mesmo me olhar.

Segui o Doutor Leonardo até sua sala e me sentei em sua frente, descansando minhas mãos no colo.

-Onde está o pai dela? -Não pude segurar e encarei o maior, nervosa por estar sozinha com o mesmo.
-Ele sumiu. Não pagou a conta do hospital e apenas sumiu, deixando Maggie. Mas por quê o interesse?
-Eu..eu não sei.. Quero ajudá-lá.

Toc toc

Me atrevo à olhar para a porta, vendo a mesma se abrir e o tal de Bernardo entrar.

-Leo, espero não estar atrapalhando.
-Não está, Bê. Senhorita Ângela, esse é meu irmão, Bernardo.

Me levanto da cadeira, comprimento ele com um simples sorriso.

-Prazer em conhecê-lo.
-Igualmente, Senhorita.

Olho o relógio que se encontrava na parede e suspiro, me virando para o doutor Leonardo.

-Desculpe incomodar, mas está na minha hora. Eu posso me atrever e pagar a conta de Margaret? Ela é uma criança linda e parece que se culpa por tudo isso.
-Não precisa, não cobrarei nada dela.
-O que vai acontecer com ela?
-Será levada para um orfanato. Infelizmente -Murmurou o Bernardo.
-Orfanato? Doutor Leonardo, eu..eu posso cuidar dela. Orfanato não irá ajudar.
-Senhorita Ângela, se acalme. Nós cuidaremos dela, orfanato é a última hipótese.

Abaixo minha cabeça, mordendo meu lábio inquieta.
-Posso vir visitá - lá mais tarde?
-Sim. Claro.
-Obrigada. Tenham um bom dia.

Aceno para os dois, saindo da sala e me apresso, suspirando ao estar fora do hospital após uns minutos. Pego meu celular e ligo para Caleb.

Ligação on

-Alô, Angel?
-Cá, posso ir aí? -Respiro fundo, evitando chorar.
-Sim. Pode! O que houve?
-Quando chegar, eu te conto. Beijos.
-Beijos pequena.

Ligação off

Chamei um táxi e indiquei o local, encostando minha cabeça no vidro, secando algumas lágrimas que desciam por minhas bochechas.

10:30

Chego na empresa e pago o motorista, saindo do carro.
Entro no elevador, secando as pequenas lágrimas teimosas e após um minuto, saio, indo direto até a sala do maior. Bato na porta e após ouvir o mesmo, entro na sala.
Caleb se aproxima e apenas me abraça, afagando meus cabelos.

Fico assim com ele até me acalmar, Caleb me leva até o sofá e nos sentamos. Deito minha cabeça em seu ombro, começando a contar sobre Margaret e sua situação.

Já aliviada por dizer tudo ao Caleb, fecho meus olhos e alcanço o sono, dormindo no colo dele confortavelmente.

Uma Louca PaixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora