Capítulo 2

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Acordei no outro dia acabada, meus olhos estavam inchados de tanto chorar. Seis meses de namoro, e eu achando que era um amor verdadeiro, seria pra sempre. Bem ingênua, eu sei. Mas, é assim, nós temos que aprender que não são as pessoas que nos decepcionam e sim nós que esperamos muito delas.

Levantei, fiz minhas higienes e fui tomar café. Sentei na mesa para comer, e peguei meu celular para checar se tinha alguma mensagem. Tinha mensagens da Alice, quatro ligações e mensagens do Pedro.

Alice

"Amiga, não tem problema. O Marcelo me trouxe em casa. Dps quero falar com você! Fica bem, bjs."

Respondi assim que vi a mensagem da Alice.
Pedro também havia me ligado muitas vezes, mas não iria retornar, então resolvi apenas ler a sua mensagem.

Pedro

"Amor, deixa eu conversar com você! Foi tudo um mal entendido. Eu te amo, não deixa tudo acabar assim."

Não sei como ele não tinha vergonha na cara de me mandar essas mensagens.

Terminei de tomar o meu café, e fui para a sala assistir algo na televisão. Me deitei ali no sofá e vi o meu celular apitar, avisando que tinha chegado um mensagem. Era do Marcelo.

Marcelo

"Manu, topa almoçar comigo? Sim ou claro? Passo aí 12h20."

Ri ao ler a mensagem do Marcelo, respondi em seguida dizendo que aceitava e resolvi me arrumar, pois já era 11h50. Tomei um banho, vesti uma saia jeans, e uma blusa ciganinha branca e uma sandália rasterinha. Deixei meu cabelo solto e ouvi a campainha tocar, peguei uma bolsa e meu celular e fui abrir a porta.

— Oi Celo. — Sorri ao vê-lo. E dei um abraço no mesmo.

— Oi Manu, vamos? — Assenti e fechei a porta do apartamento. Entramos no elevador e em seguida fomos para seu carro em caminho ao restaurante.

Nós conversamos um pouco no carro, nada demais. Logo chegamos no restaurante, estava um pouco cheio. Sentamos em uma das mesas e o Marcelo fez o pedido. Nós sempre íamos ali, era costume nosso antes de namorar o Pedro. O Marcelo sempre foi um amigo muito atencioso, um irmão que não tive.

— Então.. Eu vi quando você saiu ontem da boate, eu sinto muito Manu. Eu não sabia de nada. — Ele falou e deu pra ver a verdade em suas palavras. — E se eu soubesse, eu tentaria te alertar, você sabe disso.

— Tudo bem, Celo. Eu confio em você, mas vamos mudar de assunto, não quero falar sobre isso.. — Sorri.

Nós mudamos de assunto, e ficamos conversando várias coisas aleatórias, como por exemplo a faculdade, se eu estava ansiosa, preparada. O Marcelo é mais velho que eu, já tem 20 anos, ou seja um irmão mais velho pra mim, me sentia segura perto dele. A comida chegou, e nós almoçamos.

Marcelo estava me levando para uma praça que ficava perto de onde estávamos. Estávamos indo em direção a um banco, quando encontramos o Pedro.

— Oi.. Manuela, deixa eu pelo menos conversar com você.. — Ele falou com o Marcelo, e depois olhou fixamente para mim.

— Nós não temos nada pra conversar Pedro.

— Eu sei que pedir desculpa não vai adiantar, nem muito menos apagar o que você viu. Mas, deixa pelo menos eu conversar com você.

— Você tem dez minutos. Celo, me espera aqui.

Eu e o Pedro fomos e sentamos em um dos bancos daquela praça. Ele me encarou por um tempo.

— Então Pedro.. O que você tem pra falar?

— Eu sei que foi um erro o que eu fiz Manu, mas você vai deixar nosso relacionamento acabar assim?

— Pedro, o que você fez não tem perdão, enquanto eu ficava em casa confiando em você, você estava na boate aos amassos com outras meninas. Não seria melhor ter terminado comigo? Porque deixou nosso namoro ir adiante sendo que não me amava? As pessoas que mais amamos são as que mais nos decepcionam, pois achamos que são perfeitas e esquecemos que são humanas. — Falei seca.

— E quem disse que eu não amo você, Manuela? Aquela menina não foi nada, não tinha nenhum sentimento. Era apenas um jeito de esquecer tudo aquilo que você me fazia passar. Eu sentia ciúmes de você e do Marcelo, eu não os olhava apenas como amigos.

— Pelo amor de Deus Pedro! O Marcelo é como um irmão pra mim. Vocês são amigos, eu e ele nunca tivemos nada! Então sua melhor forma de tentar esquecer isso foi me trair lá na boate? Não bastava conversar comigo, Pedro? Eu também não gosto da sua amizade com o Henrique, ele é um pegador, e poderia te influenciar a ficar com outras, mas nem por isso eu fui te trair com outro pra tentar esquecer isso!

— Manuela.. — Ele ia falar mais algo, porém eu o interrompi.

— Não Pedro, os dez minutos já acabaram, não temos mais nada pra falar. Tudo acaba aqui.

Eu tive que ser forte pra falar tudo aquilo. Eu amava o Pedro, não podia negar, ele me fazia bem, mesmo sendo um completo idiota, eu passei vários momentos bons com ele nesse seis meses. Terminar um namoro nunca é fácil, é como chegar no final de um livro que poderia ter uma continuação maravilhosa, mas não tem.

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