Tenerife Sea || z.m

Capítulo 3

Depois dessa cena estranha vulgo troca de olhares enigmáticos com o moreno, eu sacudi minha cabeça pra tirar os pensamentos desnecessários dela e fui andando em direção a um homem, aparentemente mais de 40 anos, moreno, uma mancha no pescoço como Cameron havia me dito.

Só podia ser ele o homem que cuidava dos participantes, ele decidia quem estava dentro e quem estava fora.

Caminhei até ele e soltei

- Como eu faço pra participar desse racha?- ele me mediu de cima a baixo e disse -

-  Docinho não é assim tão fácil, os inexperientes que só querem um pouco de aventura podem ir brincar no parquinho atrás da boate. - quando ele disse aquilo eu juro que me veio uma vontade súbita de pegar minha arma e atirar no meio da sua testa porém sem ele nada de racha então contei até 10.

- A inexperiente aqui só quer mostrar para o seu bando de babacas o que é correr

- isso aqui não é uma simples corrida, é um racha vale tudo. Não acho que você queira jogar esse lindo rostinho no lixo.

- Você não está aqui pra achar, está aqui pra me colocar dentro disso antes que eu eu perca o pouco de paciência que me resta John.

- Gosto das malvadas, você está dentro.- revirei os olhos e abri um sorriso de canto e sai andando.

Já na pista eu caminhei até o meu carro enquanto todos os outros participantes me olhavam com caras debochadas. Quero que me olhem com essa cara depois da corrida babacas.

Chegando no meu carro levantei o capô pra checar a água e o óleo porque não seria nada legal um problema no meio da corrida. Enquanto eu checava o óleo senti alguém se aproximando virei meu rosto e me deparei com o mesmo moreno que havia trocado olhares comigo quando cheguei. Reparei que ele estava me medindo então eu resolvi fazer o mesmo, e até que ele não era de se jogar fora, não mesmo, ele até que era bem bonito, ta legal ele era um deus grego só não vou admitir isso agora porque sou orgulhosa demais.
Ele tinha olhos cor de mel que com certeza hipnotizavam e combinavam com seu cabelo arrumado em um topete. ele usava um jeans preto que ficava incrivelmente bem, uma blusa de uma banda qualquer e por cima uma jaqueta de couro que lhe assentou perfeitamente. E claro um tênis nike não muito limpo.

Só depois que eu tinha terminado de fazer a análise completa do garoto a minha frente me dei conta que estávamos nisso a algum tempo então eu apenas decidi continuar o que estava fazendo e ignorar sua presença.
Parece que ele também se deu conta e soltou um sorriso de canto enquanto dizia :

- Vai competir ? - sua voz era grave e com certeza fazia qualquer uma tremer a base, mas eu não.

- Algum problema ? - estava sem paciência, minha cota de babacas de hoje já se esgotou.

- Nenhum, só queria avisar que não devia participar, garotas não tem muita chance.

Eu me virei e comecei a olhar em seu olhos.

- Não lembro de ter chamado você aqui, muito menos pedido um aviso. - ele começou a sorrir de forma debochada e puta que pariu que sorriso é esse, se tivesse um concurso de melhor sorriso ele com certeza devia participar o prêmio já é dele.

- Calma estressadinha, só estava avisando pra não se encher de esperança, isso aqui já é meu. - foi a minha vez de começar a sorrir debochadamente.

- Quem não devia manter as esperança é você, afinal, não sabe com quem está falando.

- ele começou a se aproximar de mim ainda com aquele sorriso estupido no rosto, pegou no meu queixo deu uma risada e lançou:

- Quer apostar princesa? - princesa? Ele me chamou de princesa? Vou socar esse babaca.

- Mas é claro.

- Acha mesmo que consegue ganhar de mim ou de qualquer um desses caras daqui ?

- Eu me garanto. - dessa vez fui eu quem se aproximou ainda mais

- Quanto?

- 10.000 euros? - ainda não tínhamos quebrado o contato visual e parece que não íamos quebrar tão cedo

- 10.000 euros e você sai comigo.

- 10.000 euros e eu posso socar sua cara.

- Boa sorte. - disse ele se afastando e agora eu me dei conta que estávamos praticamente colados

- Boa sorte, você vai precisar. - me virei pra terminar de trocar a droga do óleo enquanto ele caminhava lentamente de volta para o seu carro.

De repente escuto sua voz novamente:

- Eu gosto das difíceis. - gritou ele

- Eu não gosto dos magrelos. - gritei de volta e pude escutar de longe sua gargalhada.

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