Capítulo 11

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Estou na floresta, na floresta de antigamente, cheia de vida, de cor, de animais, de sons...
É tão lindo de ver. Ao longe ouço risadas, chego mais perto, mas não vejo ninguém. Continuo ouvindo o som de risadas, tão familiar e tranquilizador. Até que vejo duas pessoas. Um mulher muito linda, cabelos longos castanhos, olhos de um profundo azul, sorriso encantador como sua risada. Ela parece tanto comigo. Então ela olha para mim, mas seu sorriso desaparece. O homem continua parado ao seu lado, ele encosta a mão em seu ombro e então tudo começa a mudar. A mulher se coloca na frente de uma árvore e a árvore à engole. Os animais somem, tudo fica escuro, silêncioso e gelado. Então aquela voz vem.

- Você não me ouviu da primeira vez, mas é bom que me ouça agora. Aquilo que aconteceu a ela vai acontecer a você também. Nem você nem ninguém pode tirar o que é meu. E se você tentar vai perder o pouco que ainda tem, inclusive a vida.

Então vejo meu pai, ele está sentado na mesa da cozinha, com minha carta na mão. De repente a visão muda e vejo meu pai no chão, ferido, sangrando... Tento chegar até ele, mas não consigo. Só escuto ele dizer:
- Por que, por que fez isso comigo.
E ele morre.

Abro os olhos, assustada, chorando, com Luca tentando me acordar.

Estou tão fria, e tão, mas tão triste, tão assustada que abraço Luca na mesma hora. Pra ver se é real, se ele é real, se não estou mais naquele sonho louco e abominável e pra me consolar por que ainda não consegui parar de soluçar.

- Ele entrou nos seus sonhos de novo não é?
Sinto muito Lorena, o que foi que você viu?

- Vi? Quer dizer que isso é real? Meu Deus isso não pode ser real!

- Não, nem tudo é real. Bem algumas coisas são, mas outras não. É isso que ele faz, ele muda a realidade, distorce da forma como ele quer que vejamos.

Tento me acalmar.

- Então como vou saber que meu pai não está morto? (As lágrimas ainda descem pelo meu rosto)

- Foi isso que ele te mostrou? Aquele filho da... Espere.

Luca segura o colar com uma mão e coloca a mão dele sobre os meus olhos.

- Feche seu olhos.

Consigo ver meu pai. Ele está sentado no degrau da frente da casa. Está com uma cara péssima como eu imaginei que estaria, sofrendo com a minha partida. Mas pelos menos está vivo.

- Tenho que voltar pra casa Luca, não posso mais ficar aqui. Ele vai matar meu pai se continuar com isso.

- Lorena ele não pode fazer mal algum ao seu pai. Ele não pode nem mesmo sair deste mundo. Ele usou todas as forças dele para transformar esse lugar no que ele é hoje. Acredite em mim, ele não tem como sair daqui sem morrer no processo, isso iria acabar com a força que ainda resta nele.

- Mas se ele está tão fraco então por que não podes ser destruído? Você meno pode acabar com ele.

- Não é bem assim.

(Ele diz limpando as lágrimas que ficaram no meu rosto com o dorso da mão).

- Ele se ligou a este lugar. Se ele for morto tudo aqui morre. O lugar onde eu nasci, onde eu cresci iria deixar de existir.

- Mas então como você quer que eu mate ele? Se tudo aqui morreria também.

- Tudo no seu tempo, na hora certa você vai saber. Agora temos que sair daqui, já ficamos muito tempo neste lugar. Preciso te levar até um lugar.

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⏰ Última atualização: Apr 14, 2020 ⏰

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