Antes que você se pergunte quem é que está falando com você.
- "Chamam-me de Micka, abreviação para Mickaela, lindo nome não é ? Sabia que iria gostar... Sou uma garota um pouco baixa, magra, mais ou menos 1,78 de altura, um pouco alta para uma garota não acha ? Não me importo para o que você acha."
Seus pés pisavam rapidamente no chão molhado, uma mistura de dejetos, lama e ácido que se misturavam com a água da chuva ácida que caía no solo que já deixava a muito tempo de ser fértil, toda a comida que era antes plantada, hoje em dia são congelados que tentam emular o que antes era natural. Olhava para cima e tudo o que via era a fumaça e um céu que não era azul há tempos, pelas ruas da cidade baixa se era visto de tudo, robôs prostitutas que disputavam espaço com traficantes de armas, que disputavam espaço com mercantes de robôs usados. Passo por um bar aonde se era encontrado um homem já velho, se é que aquilo poderia ser chamado de homem, suas partes mecânicas ultrapassavam já a suas partes humanas... Sempre dizia que
-"Se não pode derrotar as máquinas, logo nos juntemos a elas".
Sua voz parecia engasgada, um pouco metálica, eram as máquinas, já havia tomado parte de seu corpo, pobre homem. Sigo até o balcão dando apenas uma risadinha para o homem do bar... Dentre algumas cantadas ruins e ofensas, cruzo o bar até o contratante que me esperava. Parecia ser uma figura importante e imponente, vestia um terno preto com algumas linhas de cor cinza, não parecia ser da cidade baixa, nunca tinha o visto ali... Me sento na mesa junto dele, quando ele tira seus óculos escuros, revelando dois feixes de luz azul, me lembrava muito um scanner... " Você, Mickaela, é a nossa única esperança... salve-nos "
"-Um holograma... Sério ? Acha que por uma mensagem assim todo o mundo pode ser salvo ? e o que quer que eu faça ? Não temos o que fazer... Sou uma simples humana, não posso e não vou te ajudar, sinto muito por te decepcionar. " Me levantei da cadeira em um único movimento... O homem continuava ali sentado na frente da cadeira que se encontrava vazia, desta vez tento atravessar o bar do velho Joel ( o velho que se encontrava no balcão do bar ) com um pouco de dificuldade... Alguns homens ali jogavam algumas cantadas ruins. Quando um deles segura meu braço de forma mais truculenta, tento me desvencilhar dele, sem sucesso, claro, ele me puxa com força para perto dele, deixando o meu rosto colado com o dele, quase fazendo a nossa respiração apenas uma... " Sei que você me quer, gracinha ". Pego uma garrafa e tento acertar em sua cabeça...
-Sabe aqueles momentos em que você faz alguma cagada e sabe que não pode concertá-la...É...eu acabei de fazer uma... vamos voltar para a história, é mais interessante. Ele me segurou forte em meu braço esquerdo com força, deixando a marca de seus dedos frios e gordos em meu braço.
Você é doente ?! Exclamei com toda a raiva que saída de meus pulmões, o homem por incrível que pareça continuou a segurar com mais força ainda meu braço, minha única reação, chutar a parte mais sensível de um homem... E infelizmente, ele não esboçou reação alguma, óh céus, um robô... como poderia imaginar.
- Você me pertence... Ele disse com sua voz totalmente modulada, lembram do Stephen Hawking ? físico famoso do século 21. De longe um homem se levanta, e em minha direção caminha com passos apressados. - Largue ela. Ele disse, não parecia ser um homem paciente,
- Ou o que ? retrucou o homem que ainda me segurava, o que vai fazer se levar esta gostosinha para minha ca... Antes que ele terminasse de falar, me desvencilhei dele e saí correndo pelo bar, até chegar mais uma vez nas ruas da cidade baixa... Quem era aquele outro homem ? ele irá me encontrar em breve... minha jaqueta, acabei a deixando no bar..
- Hmm... Te vejo por aí, micka...

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2116 : Filhos da Liberdade
AventuraUma história sobre um mundo completamente devastado e sem esperança de que algo mude...