5°- Last First Kiss

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         Uma das razões de Louis amar trabalhar na cafeteria menos frequentada do campus, é a música.

             O dono, Dean, é tão apaixonado por rock clássico quanto ele, e é realmente motivador acordar seis horas da manhã sabendo que passará o dia todo ouvindo suas bandas favoritas.

       Além de que ele pode ficar boa parte do tempo desenhando ou fumando nos fundos, junto com Zayn.

           Eles sempre têm conversas longas e profundas, sentados na escadinha de concreto, olhando pro muro pichado – eles têm todos os créditos da arte, sim.

              Quando o sininho em cima da porta soa, Louis nem se mexe de seu lugar debruçado sobre o balcão, rabiscando em seu bloco de notas, porque ele está realmente curtindo o álbum do Pink Floyd que Dean tinha conseguido por duas libras num evento que ele tinha ido no fim de semana, então, eventualmente, ele acaba se assustando quando Harry, seu melhor amigo e um dos clientes regulares – e únicos –, puxa a aba de seu boné, tentando chamar atenção.

"Jesus Cristo, Curly." Louis grita com a mão sobre o peito, olhando o lápis que ele segurava até segundos atrás rolar pra baixo da máquina de cappuccino. "Você não pode chegar assim nos lugares, não quando você tem a cara do Mick Jagger jovem."

"Eu só queria pedir o meu café." Harry dá de ombros, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha e sorrindo gentilmente na direção de Louis, o que o faz morder a língua pra não dizer o quão lindo Harry parece agora – e sempre.

               Uma parte do cabelo dele está presa em dois coques no alto de sua cabeça, enquanto o resto está solto sobre seus ombros.

                Ele tem um óculos em seu rosto que se parece muito com aquele do Willy Wonka na Fantástica Fábrica de Chocolate – e Louis acha que é algo de ricos, porque parece ser mais caro do que a dignidade dele, mas fica realmente bom em Harry.

"O de sempre, então?" Louis pergunta, depois de decidir que é um bom dia, porque Harry está com uma sandália com salto baixo igual as que ele já viu em muitos filmes dos anos 90.

   Louis aprendeu a ler o humor de Harry por seus sapatos – basicamente a forma que ele se veste pra suas aulas.

       Se ele está num bom dia, ele usa salto, ele se maquia e fala sem parar, mas se ele está tendo um dia ruim, ele calça uma de suas botas – e ele tem muitas, a favorita de Louis é a dourada –, ou seu par de all star com cano alto.

               Nesses dias ele apenas sorri e pede seu café, sem balançar o cabelo longo, porque ele, na maioria das vezes, está preso em um coque ou escondido atrás de uma touca.

              Harry é, basicamente, rico pra caralho, ele cursa filosofia e é apaixonado por literatura, música e pela natureza – apaixonado do tipo andar descalço na grama pra absorver energias positivas e abraçar árvores pra demonstrar o quão grato ele é pelo ar e pela vida e por tudo.

             As pessoas costumam achar que ele saiu direto de Mean Girls ou Clueless, quando, na verdade, Harry está mais pra um desses filmes independentes que ele costuma assistir.

                Ele é um desses personagens cheios de ideais, que acabam se silenciando pela merda dos outros, mas se você parar pra ouvi-lo, no final, você estará de joelhos.

E foi exatamente o que aconteceu com Louis.

                Eles se conheceram dois anos atrás, quando Louis estava perdido na busca de seu dormitório – porque ficar chapado no dia da mudança não era uma ideia tão boa quanto parecia no começo – e Harry apareceu em sua frente com um sorriso grande e uma camisa rosa de bolinhas, se oferecendo pra mostrar o caminho.

PROJETO: Take Me HomeOnde histórias criam vida. Descubra agora