(trecho aleatório)

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 Peguei a estrada com um frio na barriga que crescia conforme eu me aproximava da minha cidade de destino. À minha cidade de infância, da qual  o djavi era tão grande, quando encostei o carro no meio fio de uma casa abandonada, e me espreguicei ,que eu me sentia surpreendentemente velha, distante daquela garotinha que brincava com Luke como se não houvesse um amanhã.

 -Ora ora, quem é vivo sempre aparece...

 Dei um pulo e quando olhei pra trás me deparei com um típico caipira, igual aos personagens dos filmes que vovó nos 'obrigava' a assistir, e que íamos com relutância porém os  filmes que não estavam classificados como animação   era tão sem graça que nós acabávamos por rir sem parar na sessão do cinema.  Por um breve momento pensei que estava sendo assaltada, o que seria péssimo, levando em conta que desci do carro à aproximadamente um minuto. Olhei então nos olhos do estranho e achei neles um brilho familiar. Feixes dourados se destacavam do castanho e quando o sol refletiu neles eu soube. Luke.

 Pensei depois porque me sinto tão acanhada por isso, e por que  sempre que escrevo sobre minha infância sai em  quarta pessoa e algo revira dentro de mim com uma inquietação que não se justifica por apenas sentir saudade. Não sei se mágoa ou encantamento, sei que esse único amigo que eu tive total confiança criou em mim uma ridícula timidez de mim mesma. E tudo que eu sentia , quando percebi que ele sabia quem eu era, antes mesmo de ele dizer, era uma vergonha que de tão infinita, me permitiu que fosse disfarçada e com essa auto confiança  em mãos eu me ouvi  dizer o nome dele, ou perguntar, não é bem uma frase que tenha definição, na vedade.

-Luuke.?!

-Belo cabelo ein! Rapunzel renunciou as tranças... – Ele solta um gargalhada e olha pra trás, talvez pensando em como improvisar boas vindas. – Como você está? Como foi a faculdade? Fico feliz de ter voltado, sua avó sentia muito sua falta. Todos nós sentimos – Não deixei de reparar que ele disse a palavra 'todos' como se fossemos uma grande família, algo além de nós 3.

-Também senti sua falta – Damos um abraço desajeitado e me parece bizarro a ideia de que ele seja mais alto que eu agora. Talvez uns 2 palmos.


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⏰ Última atualização: Dec 02, 2015 ⏰

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