Antes de trancar o apartamento e ir embora, eu checo as minhas correspondências com o porteiro, e ele me entrega, entre dois envelopes, um cartão postal de *** .Sinto uma felicidade contida, quando vejo o nome de Lily, e ele sorri para mim, como se entendesse bem. E entende. Desde que eu e minha amiga nos mudamos para cá, ele acompanha nossas peripécias, nossas correrias e dramas de Lily com os caras da universidade.
-Não faça essa cara de triste, hã? Aposto que ela está se divertindo com as pesquisas - Diz o porteiro. Eu e Lily sempre o chamamos assim, pois o grau de cumplicidade que temos com ele, faz desnacessario o uso formal de nome. Igual a palavra "Tio", se é que me entende.
-Não -Eu o respondo - Já viu as fotos dela no Facebook? Baladas intermináveis. Aquela vaquinha não imagina a falta que faz ! - Damos risada e eu o dou um abraço de despedida. Sua barba raspa em meu rosto e levo as mãos a bochecha de forma a deixar claro o incômodo. Ele cerra os olhos de forma a me censurar e nós caímos na gargalhada.
- Até algum dia, amigo Porteiro - Falo quando já estou na calçada, perto do carro.
- Boa sorte, VELHA amiga... - Ele responde de forma sarcástica e ao mesmo tempo carinhosa - Alice! - Ele grita quando já estou colocando o cinto - Mande notícias...
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