Divisão Zero

Esquecida

Frio. Muito frio. Estranho, eu sempre gostei do frio, certo? Eu preciso fugir. Mas porquê? Está tão frio... E não consigo enxergar nada nessa escuridão... Não! Eu preciso.. De que mesmo? Por quê não fico aqui? Sim, pra quê tentar? Posso sentir minha vida se esvaiar.

Um toque, apenas um toque e fui incendiada, havia fogo em minha perna e se espalhou pelo meu corpo, mas pude lembrar de algo. Eu preciso lutar.

- Droga, cadê eles? Eles tavam aqui!

- Ele vai matar a gente

Pude distinguir duas vozes masculinas, pareciam irritadas. Quem tinha escapado? Eu. Eu tinha escapado! Mas de que? Não consigo me lembrar...

As vozes foram ficando mais distantes só aí fui perceber a mão em volan do meu tornozelos, ugh, como eu odiava meus tornozelos! Eles eram tão grossos!

A mão começou a me arrastar (pelo o que pude perceber) a grama. Soltei um gemido de dor, como meu corpo doía!

A pessoa que me puxava parou abrutamente e reclamou baixinho. Eu abrir os olhos, demorou uns segundos para as manchas pretas saírem da minha visão, mas quando saiu pude perceber que eu estava em uma floresta, e um garoto em torno dos 17 anos estava com a mão ao redor de meu tornozelo, ele parecia ter sofrido maus bocados. Cabelos bagunçados, roupas rasgadas, sangue seco e olhos ferozes. Um lindo par de olhos ferozes, dourados que parecia em chamas.

Corra idiota, corra!

Meu corpo gritava comigo. Isso não é bom! Claro que não era, mas eu queria olhar mais estes olhos. Ele parecia petrificado, olhando fixamente para mim. É eu devia fugir.

Com a outra perna chutei seu lindo rosto, minhas mãos (que apenas senti agora que estavam atadas!) Agarraram seu pescoço e choquei minha testa com a testa do desconhecido. Entorpecido com esse rápidos movimentos, ele me soltou e eu corri.

Corri para longe dele, o lugar diferente de onde as vozes foram. Me surpreendi com minha rapidez a adrenalina corria no meu sangue e eu amava isso.

Eu não me lembrava de nada. Enquanto corria percebi que não sabia quem eu era, mas eu precisava sobreviver. Eu podia não lembrar do meu nome, mas lembrava de um, que eu não iria esquecer tão fácil assim. Jake. Ah, Jake...

- Samantha!

Quem diabos era Samantha? Eu já ouvira esse nome antes.. O garoto havia me alcançado e pulou em minha costas, ficamos rolando pela grama e brigando, só paramos quando atingimos um tronco de árvore e eu o imobilizara.

- Quem é você? Quem é esta Samantha?

O garoto parou de se contorcer e estreitou os olhos.

- É você.

Ah é claro! Como eu era burra!

- Você não lembra quem eu sou?

Hesitei.

-Aquela pancada te acertou feio em? Sou eu Samantha, Yuri.

- Y-Yuri?

Gaguejei, minha voz estava rouca, não devia tomar água um bom tempo.

- É, nós estávamos indo atrás de Jake quando aqueles Rastreadores chegaram.

Jake.. Soltei um arqueijo então tudo ficou preto. De novo.