Fascinada

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Havia passado já quatro dias. De acordo com Yuri precisávamos ir para o norte até alcançar um rio, depois de atravessar seguiriamos pelo oeste até encontrarmos um muro enorme de pedras. De acordo com ele este lugar era uma cidade abandonada por causa das guerras, e agora usamos como esconderijo, conhecida agora como As Ruínas.

Após passar o tempo com ele pude relembrar de algumas coisas, como quem eu sou e oque eu sou.

Samantha, 16 anos, ainda não pude lembrar meu sobrenome, mas a coisa mais importante que eu lembrei foi o porquê de eu estar sendo caçada. Não, eu não havia matado ninguém nem roubei, eu apenas podia controlar a água. Mais especificamente eu podia fazê-la minha serva, eu havia nascido com essa habilidade, e por mais que pareça impossível era verdade. Tão verdade como que Yuri dominava o fogo.

É claro, isso explicava o fato de eu não suportar ele do meu lado, mas as vezes era divertido.

O que me irritava em Yuri era o fato de eles nunca falar de si, várias vezes tentei perguntar do seu passado, mas ele apenas me.ignorava. Brigávamos muito, muito mesmo, mas isso não quer dizer que ele é uma má pessoa, todas as noites quando íamos dormir ele insistia ficar de guarda e sempre ficava atento a qualquer movimento.

- Aqui em frente tem uma nascente, vamos encher o cantil.

Depois de andar um pouco encontramos a nascente, Yuri encheu seu cantil e o bebeu em seguida, ele tornou a fazer isso umas cinco vezes.

- Certo, você já bebeu o suficiente, vamos.

Reclamei e puxei seu braço. Quando nossas peles se tocaram era quase como se eu colocasse minha mão perto de mais do fogo.

Sem ter sucesso na tentativa de tirá-lo de lá, tive uma idéia.

- Opps.

No sexto gole a água de Yuri congelou deixando sua boca presa ao cantil me fazendo rolar de rir.

- Hahaha, você está muito engraçado!  Bem feito! Quem mandou ficar aí me ignorando?

Deboixei dele. Péssima idéia. Yuri fechou a cara e vi uma chama se acender em seus olhos dourados, com um baque surdo o catil caiu no  chão e a água que havia dentro evaporara. Usei a água da nascente para usar como escudo contra o fogo de Yuri que saiu sabe-se-lá-onde. Rapidamente minha água evaporou, eu não sabia ainda como controlar aquilo tudo então logo me escondi por entre as árvores.

Eu respirava com dificuldade, era difícil ficar perto do fogo por muito tempo, a água toda do meu corpo parecia se esvaiar.

- AAAHH...

Uma mão conhecida tampou minha boca impedindo o grito de espanto.

- Quieta, sou eu.

Sussurrou Yuri em meu ouvido. Ele estava próximo de mais. Meu corpo estava esquentando.

- Eu ouvir um barulho, acho que tem alguém nos seguindo.

Apurei meus ouvidos tentando ouvir alguma coisa. Crack. Meu corpo estremeceu, havia alguém ali. Yuri parecia tenso, um arbusto ali perto se mecheu, agarrei o canivete dentro da minha mochila e apertei-o contra meu peito, um esquilo saio do arbusto e eu soltei o ar que estava segurando.

- Era só um esquilo, não precisamos se preocu...

Fui impedida de terminar a frase pois alguém puxou meu cabelo de arrastou contra um tronco.

- Samantha!

Pude ouvir Yuri gritando, em seguida ele começou a lutar contra um grupo de mercenários que aparecia de todo os cantos. Tentei chutar e esmurrar em vão o cara que dava uma chave de braço em mim.

Vamos eu preciso de água, onde tem água por perto? Pensei desesperada. Surpreendemente eu achei uma bem próxima.

Num momento eu estava presa, no outro livre com o cara no chão e seu sangue saindo de seu corpo e se acumulando ao meu redor.

Uma raiva explodiu em meu peito e comecei a atacar com lanças-sangue nos homens que atacavam, a cada golpe eu me sentia livre, viva. Eu queria mais.

- Samantha pare!

Hm? Yuri? Olhei para esquerda e vi combatendo com o sangue que eu controlava. O que eu estou fazendo? Assustada perdir o controle do sangue, mas invez de voltar para os corpos que eu roubara, ele entrou em mim.

Agora aquele sangue era meu. Eu era a mestra dele, podia sentir ele em minhas veias me fortificando.

- Eu não sabia que você era capaz disso...

- Nem eu..

- Como voce fez aquilo?

- Eu..

Hesitei, Yuri não havia perguntado isso, não, aquela voz era de uma mulher. Na verdade uma criança.

Virei noventa graus e me deparei com uma menina de nove anos olhando maravilhada para mim, seus cabelos loiros preso em um alto rabo-de-cavalo mechia para cima e para baixo, acompanhando a exitação da criança. E ela não estava sozinha.

Divisão ZeroWhere stories live. Discover now