VIII

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Quarto número "8", me levantei do chão e olhei em volta. Ele era idêntico ao meu apartamento. Se eu não soubesse das armadilhas da Casa Sem Fim, eu teria jurado que estava em casa e que tudo foi um sonho ruim. Meus pensamentos eram sobre David, e me perguntei o que o quarto "8" foi para ele, o que a casa lhe mostrou?

Eu andava e estudava a área. Literalmente, tudo estava como eu deixei, até metade da comida chinesa ao lado da pia. Olhei para minha mesa decomputador, O MSN ainda estava aberto. Fui até lá e me sentei em frente dele, percorrendo minha conversa com Peter. Olhei lá, palavra por palavra. A casa sabia de tudo isso. Para ser honesto, eu fiz o possível para não pensar sobre isso, a resposta, sem duvida era melhor eu não saber. Eu tentei clicar fora da janela do MSN, mas não deixava. O computador travou. Tentei minimizar, Nada. Tentei Ctrl+Alt+Del, Nada. Tirei o computador da tomada, Nada. Eu olhei para a lista de pessoas na conversa e havia dois nomes; Maggie e Gerente. O ícone de Web Cam estava verde, mas tudo que mostrava era uma parede cinza. Em seguida uma mensagem do gerente apareceu como notificação.

- Espero que tudo esteja como você deixou :)

- Quem é você? - Respondi.

- Aproveite o show :) - E com isso a câmera ligou. A câmera focou em um jovem amarrado a uma mesa de cirurgia. Ele estava completamente nu e chorando baixinho para si mesmo. A imagem não era clara, mas eu pensei reconhecer o homem deitado ali. Ele tinha cabelo curto, marrom, era alto e uma pele pálida.

- Isto é o que acontece quando as pessoas tentam me enganar :)

Foi quando eu me dei conta de quem era. Amarrado à mesa cirúrgica era Peter Terry. E ele não estava sozinho.

Eu não quero descrever o que vi naquele momento. Os gritos, os sons que Peter faziam eram diferentes que tudo que já ouvi de um ser humano. Eu não conseguia desviar o olhar. Eu queria, mas acho que era o poder daquele quarto, eu não conseguia desviar o olhar. Peter soltou um último grito de gelar a alma, mas eu não ouvi através das caixas de som do computador, o som vinha do meu quarto.

Meu coração afundou quando me virei em direção ao corredor. Eu me levantei da cadeira e ainda podia ouvir os gritos que emanavam enquanto caminhava em direção a sua fonte. Cheguei à porta do meu quarto e os gritos agora foram substituídos pelo zumbido. Abri a porta devagar, eu vi dentro do meu quarto um notebook, a mesa cirúrgica com o que restava de Peter Terry espalhado pelos cantos. Mas ninguém mais estava lá. Mas um arrepio me percorreu de volta. Uma porta que não havia antes aqui com uma placa escrito "Administração". Andei mais perto da mesa, o cheiro era horrível e dei o melhor de mim para não vomitar. Eu sabia que estava chegando ao fim. Olhei ao redor da sala. Em algum lugar aqui era a entrada para o próximo quarto. Tinha que ser. E foi mais simples do que eu esperava. Na mesma porta com a placa de Administração, um "9" se formou com as entranhas e do Peter Terry.

Eu me senti mal por Peter, mas eu tinha ido ao inferno naquela noite. Andei direto, passei pela mesa, peguei um bisturi longo e não dei nem uma segunda olhada para o corpo. A última porta estava lá e eu caminhei até ela. Esta noite estava prestes a terminar e eu sairia daqui junto com David. A porta se abriu com facilidade e eu atravessei.

Eu vi o que estava esperando por mim.

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