Qual o meu problema?

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    Respiro fundo e começo a tossir. O que aconteceu? Estou cercada por algumas enfermeiras da escola, algumas professoras e vejo o diretor correndo pelo corredor em minha direção juntamente com minha mãe, que está com sua roupa de trabalho e segurando a sua bolsa a pressionando com um dos braços

    O que aconteceu depois que a porta se fechou? Por que ela se fechou? O que tinha a sala?Tudo estava embaralhado na minha cabeça, todos faziam muitas perguntas, mas eu não sabia o que responder, mas quando minha mãe chegou e me abraçou eu me senti aliviada, senti o seu coração disparado e a abracei mais forte. Senti uma lágrima de seu rosto cair em meu  ombro. Será que ela sabia o que tinha acontecido comigo?

Dr.Brian: Deem à elas espaço!- todos assim se afastaram, ele se agachou ao meu lado e perguntou baixinho para mim- Está bem?

    Assenti com a cabeça e ele me ajudou a levantar. Fomos a sua sala e ele me ofereceu água gelada, bebi um gole. Ele explicou a mim e a minha mãe o que aconteceu. Aparentemente alguém invadiu a sala de laboratório e derrubou umas das experiências com fogo do 1° ano, o que causou um pequeno incêndio, que no caso proporcionou muita fumaça, e a junção disso coma minha asma, me fez ter dificuldade para respirar e por aí vai..

   A única coisa que eu não entendi é por que eu fui parar naquela sala, como eu entrei e por que consegui sair, e afinal, teria sigo Gabriela quem pediu por ajuda? Ninguém tocou nessa parte da história, devem ter achado que eu fui ver o que estava acontecendo e a porta se fechou, mas eu não me importava com isso, pelo menos, naquela hora não.

    Fui para casa, derrepente virei o centro das atenções, minha mãe se preocupava com cada passo meu, e assim, estabeleceu horários para mim usar minhas bombinhas de asma, achei que isso nunca mais iria ser preciso.

    Depois de pouco tempo meu pai chegou, parou o carro na rua mesmo, entrou correndo e me abraçou, passamos todos a tarde juntos assistido filmes, praticamente ninguém falou nada, queriam me agradar, sei que nada disso estaria acontecendo se não fosse esse incidente, mas são assim que as coisas funcionam, as pessoas só percebem o quanto são feliz quando algo ruim os surpreende, na maioria das vezes, nos dizemos azarados, infelizes ou insignificantes, mas quando isso muda, percebemos quanto tempo perdemos reclamando quando podiamos estar aproveitando o que temos.

    Quando já eram seis horas, saí de casa, fui até a praça, levei junto comigo o meu diário, quando ia começar a escrever uma mulher se sentou ao meu lado segurando um cachorro pela coleira, haviam muitos cachorros hoje, eu até queria ter um, mas como morava em um apartamento, não podiamos ter um, e depois que nos mudamos continuou assim.    Me concentrei novamente e comecei a escrever sobre o dia de hoje, gastei apenas uma folha, apesar  de toda a confusão de hoje, afinal, se eu não me lembrava sobre o que eu iria escrever?

    Voltei para casa e após o jantar, lavei a louça apesar da oposição da minha mãe quanto a isso e fui para o meu quarto. Liguei a televisão e fui assistir Monte Carlo. Minha mãe entrou no quarto.

Mãe: posso entrar querida?

Eu: claro

    Me sentei na cama e minha mãe também ao meu lado, ela pegou a minha mão e a colocou entre as dela.

Mãe: O diretor nos explicou o que aconteceu, mas ele não estava lá, então, eu queria ouvir isso de você, claro, se não for pedir muito

eu: não, imagina, mas a verdade é que eu não me lembro de muita coisa a mais, o único detalhe que aparentemente ele não sabia é que quando estava passando pelo corredor antes de ir parar no laboratório eu estava com a Gabriela

Mãe: Espera, Gabriela? Aquela com quem você tinha acabado de ter uma discussão?

Eu: sim- abaixei a minha cabeça- ela queria que eu fosse como ela, mas eu disse que não, e aí, luzes vermelhas apareceram e vimos o alarme soar, paramos em frente à sala e então de alguma forma fiquei presa

Mãe: ah, sim. Tudo bem, só isso que eu queria saber

    Ela me beijou na testa e desceu as escadas. Comecei a escutá-la conversando com o meu pai, ouvi apenas murmuros e meu nome, desci alguns degraus a ponto que não pudessem me ver

Mãe: Eu sabia que ela simplesmente não havia entrado para apagar o fogo, era uma história sem pé nem cabeça

Pai: Mas será que essa menina foi mesmo capaz de trancar Larissa na sala?

Mãe: eu queria que não mas me parece evidente

Pai: sei que não podemos nos precipitar mas precisamos tomar uma atitude

Mãe: sim, amanhã mesmo irei conversar com o diretor e se possível com a tal garota e sua mãe

Pai: os pais não ligam para esse tipo de coisa

Mãe: mas você sempre quer se precipitar!- minha mãe aumenta o seu tom de voz

Surge uma dúvida na minha cabeça, do que ela está falando?

Pai: não temos muito tempo para decidir isso

Mãe: Eu tenho! ela é minha filha, sempre tenho tempo pra ela!

Pai: Não foi isso que eu quis dizer...

Mãe: Não! Foi sim! Você só toma as decisões pensando em você!

    O que? Eu não acredito que meus pais sejam capaz disso, de culpar um ao outro, sei que eles brigam às vezes, mas acho que nunca chegou a esse ponto, mas pelo jeito eu não venho sabendo de muitas coisas que veem acontecendo nessa casa. Mas o que será? Tem algo que eu não sei obviamente. Nada faz sentido. Do que eu não sei?

    Ouço minha mãe chorando

Mãe: Ela não pode saber do nosso acordo! 

Pai: Querida, pode ser melhor para ela saber agora...

Mãe: Não! Não venha me chamar de querida agora! E eu não vou deixar, você sabe o quanto ela ficaria arrasada!

Pai: Não podemos esconder isso dela!

Mãe: Não vamos esconder, na hora certa ela vai saber, mas temos que ir com calma!

Pai: Não posso esperar muito! Já disse!

Mãe: Por que não consegue pensar no lado da sua família!

    Subo as escadas de pressa e entro no meu quarto, minha mãe vem correndo logo atrás de mim, ela está chorando muito. Ouço a porta batendo forte, meu pai liga o carro e pisa fundo no pedal. Uma lágrima me surpreende em meu rosto. Me sento na cama. Mais uma vez me sinto completamente sem chão...















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⏰ Última atualização: Nov 19, 2017 ⏰

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a menina que acreditava no futuroOnde histórias criam vida. Descubra agora