Introdução
Nenhum outro documento do Novo Testamento e mesmo de toda a Bíblia contém tantas revelações sobre o que seja a justificação pela graça, mediante a fé, do que a carta do apóstolo Paulo aos Romanos.
Certamente, foi se referindo a ela, entre outras Escrituras do apóstolo Paulo, que Pedro disse haver nelas pontos difíceis de serem entendidos, que eram distorcidos pelos indoutos e inconstantes, para a própria perdição deles.
São pontos difíceis de entender não por motivo de terem sido redigidos em linguagem de difícil compreensão, mas por haver neles verdades espirituais que dependem de iluminação e instrução do mesmo Espírito Santo que as inspirou, para serem devidamente interpretadas.
Muitos que têm ousado nadar nestas águas profundas têm se afogado, como sucedeu no passado àqueles indoutos e inconstantes aos quais se referiu o apóstolo Pedro no final de sua segunda epístola.
Mas, pela graça de Deus, temos alcançado, juntamente com outros mestres da Palavra, a interpretação autêntica relativa à graça justificadora e santificadora que foi ensinada diretamente por nosso Senhor Jesus Cristo ao apóstolo, quando Paulo recebeu dEle o Evangelho, conforme afirma na epístola aos Gálatas:
"Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo." (Gál 1.12).
Assim, nosso Senhor Jesus Cristo revelou o evangelho a Paulo, e este escreveu a revelação especialmente na epístola aos Romanos, que nos esforçaremos agora para apresentar de forma clara, concisa e direta, conforme sejamos ajudados pelo Espírito Santo.
O mistério oculto até a manifestação de Cristo
Nas epístolas aos Efésios e Colossenses, Paulo se refere ao mistério que esteve oculto em Deus, dos séculos e das gerações e que que foi manifestado com a inauguração da dispensação da graça ou do evangelho em e por nosso Senhor Jesus Cristo (Ef 3.8-12; Col 1.24-27).
A revelação deste mistério que estivera oculto em Deus se manifestaria especialmente nos gentios, os quais não eram abrangidos pela Antiga Aliança, firmada exclusivamente com a nação de Israel (Col 1.27). Assim, aqueles que não tinham antes esperança da glória de Deus, poderiam participar desta glória juntamente com o remanescente judeu.
Isto porque aprouve a Deus que toda a plenitude residisse em Cristo, de forma a reunir em um só rebanho ovelhas de todas as nações da Terra. E o meio de realização deste propósito divino é o evangelho que foi revelado por Cristo aos apóstolos para ser pregado e ensinado, para a conversão e santificação dos pecadores.
A agência escolhida por Deus para esta divulgação do evangelho é a Igreja, não propriamente a instituição assim chamada, mas o corpo formado por todos aqueles que foram efetivamente lavados e justificados por meio do Sangue de Jesus Cristo (Ef 3.10).
Se como integrantes da Igreja fomos comissionados para tão alta, sagrada e importante missão, então é nosso dever nos inteirarmos devidamente de qual seja de fato a mensagem do evangelho revelado aos apóstolos, e do qual dão testemunho as Escrituras, e a própria Lei e os Profetas.
Como dissemos anteriormente, esta explicação relativa ao que seja o evangelho foi escrita por Paulo, especialmente na carta aos Romanos, sobre a qual discorreremos deste ponto em diante.
Não há justos de si mesmos aos olhos de Deus
(Romanos 1)
No primeiro capítulo de Romanos o apóstolo destaca especialmente a condição de todas as pessoas diante de Deus. Ele quis enfatizar que a justiça do próprio homem é imperfeita e incompleta para poder satisfazer a exigência da santidade e justiça de Deus, que demanda absoluta perfeição moral e espiritual, sem qualquer pecado cometido ao longo do curso de toda a nossa existência, condição esta que, patentemente, ninguém possuiu ou possui neste mundo, senão apenas o próprio Senhor Jesus, e por isso pôde se apresentar como oferta de sacrifício em nosso lugar, para que morrendo a nossa morte, pudéssemos ter vida eterna juntamente com Ele diante de Deus, que é Deus de vivos e não de mortos.
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O Maior Mistério Já Revelado - Evangelho - Romanos - Justificação
SpiritualDesvende nas páginas deste livro a revelação do mistério que nos trouxe muitas e preciosas riquezas, que de tantas não poderiam ser citadas numa breve sinopse. São riquezas adquiridas por um altíssimo preço, mas que nos são concedidas gratuitamente...