Conteúdo - Parte 3

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A união indissolúvel do crente com Cristo

(Romanos 8)

A temática central deste capítulo está relacionada ao vínculo indestrutível que há entre Cristo e o crente, porque este é parte de Sua vida, alguém que é membro de um corpo que está ligado à Cabeça; um ramo na Videira verdadeira; uma pedra viva do edifício espiritual do qual Jesus é o Fundamento e Pedra de Esquina; uma esposa unida ao seu Esposo.

A razão desta união é que em Cristo o crente não é mais um ser exclusivamente natural, um ser carnal, senão alguém que recebeu a vida sobrenatural do céu, alguém que é agora espiritual, capaz de responder ao propósito de Deus de ser adorado em espírito e em verdade, porque Deus é espírito perfeito e santo.

O início deste oitavo capítulo apresenta a continuação do argumento de Paulo no final do capítulo sétimo, anterior a este.

Ele havia dito no fechamento daquele capítulo o seguinte:

"Rom 7:14 Porque bem sabemos que a lei é espiritual; eu, todavia, sou carnal, vendido à escravidão do pecado.

Rom 7:15 Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto.

Rom 7:16 Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa.

Rom 7:17 Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim.

Rom 7:18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.

Rom 7:19 Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.

Rom 7:20 Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim.

Rom 7:21 Então, ao querer fazer o bem, encontro a lei de que o mal reside em mim.

Rom 7:22 Porque, no tocante ao homem interior, tenho prazer na lei de Deus;

Rom 7:23 mas vejo, nos meus membros, outra lei que, guerreando contra a lei da minha mente, me faz prisioneiro da lei do pecado que está nos meus membros.

Rom 7:24 Desventurado homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?

Rom 7:25 Graças a Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor. De maneira que eu, de mim mesmo, com a mente, sou escravo da lei de Deus, mas, segundo a carne, da lei do pecado."

Então ele prosseguiu dizendo logo a seguir no início do oitavo capítulo:

"1 Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.

2 Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte."

Esta condição da libertação encontrada pelo crente em Jesus, em relação à condenação, ao pecado e à morte, é afirmada pelo apóstolo como uma verdade absoluta e final na vida de todos aqueles que foram justificados pela fé e que, por conseguinte, foram regenerados pelo Espírito Santo, ou seja, tornados novas criaturas.

Não é particularmente Paulo que vê o crente nesta condição, mas o próprio Deus que revelou a ele esta condição firme e segura na qual todo cristão autêntico se encontra em sua união vital com Jesus Cristo.

Muitos indagam, entretanto, por que teria então o apóstolo citado a condição de desventura citada por ele na parte final do sétimo capítulo?

Não podemos esquecer que a condição ali apontada por ele não se refere a qualquer tipo de instabilidade no edifício espiritual que está sendo erigido com os cristãos como sendo pedras vivas sobre o alicerce que é Jesus Cristo. Até mesmo o conflito interior da luta contra o pecado não pode mais separar o crente do Senhor que o resgatou e o tornou participante da Sua própria vida.

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