Arrumando as Malas

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-Eu não me inscrevi à vaga de babá, eu juro. -eu disse pela milésima vez desde que chegamos no apartamento.

-E você quer que eu acredite que ele te viu e disse: ei, menina estranha que eu nunca vi na vida, quer ser babá da única filha que eu tenho? -ela disse pondo as mãos na cintura, estávamos sentadas no sofá, Sara havia pedido pizza para comemorar meu emprego, mas ela se sentia meio traída por eu supostamente não ter contato sobre minha inscrição à vaga de babá.

-Mas foi exatamente isso que aconteceu! Eu cheguei para procurar você, estava chateada com o lance dos cinquenta tons de cinza. -fiz uma carranca quando ela soltou uma risadinha estridente, quando eu lhe contei pela primeira vez o que dia acontecido, ela riu da minha cara por horas. -ela estava sentadinha, eu puxei papo com ela e lhe ofereci uma jujuba, nós conversamos e ...

-Espera ai! -ela me parou erguendo as mãos no ar como se detivesse o trânsito. -Você conversou com a menina? -ela questionou incrédula.

-Sim! Qual o problema? -eu perguntei enquanto dava uma boa mordida na minha pizza, fazia tempo que não comprovamos aquela pois ela era muito cara, estava tão deliciosa...

-Me escuta aqui, garota! Eu jurava até pouco tempo que essa menina era muda. Sempre que a avó dela precisa conversar com o Sr. Ethan ela deixa a criança comigo. Ela não é do tipo que fala muito, na verdade ela não fala nada. -Minha amiga disse coçando o queixo como se fosse a própria Sherlock.

-Sério? A mim ela pareceu muito simpática, conversou comigo e até comeu uma jujuba, mas ela realmente parece uma criança muito triste. -eu meditei.

-O boato que corre... -Sara começou em voz baixa e solene como se as paredes do nosso apartamento fossem colegas de trabalho fofoqueiras. -É que Ethan nunca se recuperou da morte da esposa. Eu não trabalhava lá ainda, mas Erika me contou que foi um pouco depois do nascimento da menina, dizem que o Sr. Lewis ficou devastado por meses e mal conseguia sair da cama e que isso reflete no comportamento da menina, o sr. Lewis é muito protetor e acaba prendendo a pobrezinha, ela mal fala, parece ter sido ensinada para temer tudo.

-Que triste. -eu disse me compadecendo verdadeiramente do caso.

Continuamos a assistir o noticiário sem mais conversar sobre meus futuros patrões, Sara finalmente aceitou o fato de que eu trabalharia para os Lewis, mas ainda não tinha digerido bem o fato de que eu ficaria na casa deles durante a semana.

-Você vai realmente me deixar aqui sozinha? -ela questionou horas depois quando estávamos lavando os pratos para nos deitarmos. Ela tinha os olhos virados para frente.

-Você acredita realmente que vai transformar esse lugar na zona que você quer? -eu disse jogando água nela, ela deu um gritinho e gargalhou. -Eu preciso de um lugar para morar nos finais de semana. Além disso é por pouco tempo, só até eu conseguir pagar minhas dívidas e conseguir um emprego em uma editora de maior porte.

Conversamos mais um pouco, ela me ajudou a lavar meu pijama que havia caído na privada. O que seria de nós sem a Sara? Minha vadia interior questionou e eu também não sabia a resposta.

Minha amiga foi para o seu quarto, eu também o fiz, deitei em minha cama, mas não conseguia dormir. Estava verdadeiramente preocupada com o dia de amanhã, iria conhecer a casa dos Lewis e ter a tarde com Zoey. No fundo eu sabia que o que me incomodava era a possibilidade de encontrar com Ethan, ele me intimidava... Não era apenas isso, ele me causava um sentimento estranho de desalento, como se eu nada pudesse fazer por ele e sua alma triste.

Adorável Babá [AMOSTRA GRATUITA]Onde histórias criam vida. Descubra agora