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Ethel - Cap 1.

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Tudo o que minha audição captava era a Dr.Pettiw aconselhando minha mãe, a me colocar em uma clínica para jovens depressivos e problemáticos. E tudo o que eu mais queria gritar era para que minha mãe, não a ouvisse, era doloroso ser tratada como um problema sendo que a origem disso não era minha. Eu era feliz, alegre, sorridente. Palavras que jamais combinariam com meu nome, os diversos remédios que foram me dados, pareciam sulgar minha capacidade de ser feliz. Eram 2 psicológos por semana e 1 psiquiatra. Odiava a maneira que eles me tratavam.

Da última vez que me deixaram sozinha, passamos a noite com a Dr.Pettiw do lado da minha cama de hospital.A ideia de ir para uma clínica, era insuportavelmente ruim, mas a ideia de que minha mãe está perdendo a sua vida comigo, era pior ainda. Eu sou como os remédios, sulgando o que restava de bom na pobre mulher.

— Ethel pode vir aqui?- a voz calma de Dr.Pettiw me convocou dos meus desvaneios.

A cadeira macia desgrudou do meu corpo e segui para a salinha onde eu passava maior parte do tempo falando sobre o quanto eu estava desmoronando. Duas mulheres totalmente diferentes estavam sentadas uma de frente para a outra, de um lado uma mulher cansada de passar 24 horas com a filha-problema e de outro lado uma mulher de meia idade com objetivo de viver ajudando os outros.

— Estavamos falando sobre você, achamos uma solução para você melhorar. - explicou para mim. - Sua mãe concordou e queremos saber sua opinião.

— Sou toda ouvidos. - sentei ao lado da minha mãe e segurei sua mão, numa espécie de apoio moral.

— Eu arrumei um novo emprego, num clínica para reabilitação, sabemos que você precisa de um estímulo, uma coisa nova. - falou calmamente olhando em meus olhos. - Lá e um lugar lindo, não tem muito haver com hospital, lá você terá aulas escolares, terá diversão. Ethel lá não é o que você imagina de uma clínica, você irá amar.

Apertei forte a mão calejada de minha mãe e sorri em resposta. Que ótimo, estavam querendo realmente me internar em um lugar de malucos.

— Sua mãe irá te visitar toda semana, você também poderá passar os finais de semana em casa. - continuou a Dr.Pettiw - Só tem pessoas da sua idade lá, não são malucos, são pessoas com problemas e estão la para melhorar.

— Eu.. Eu quero muito melhorar, só não quero ser tratada.. você sabe.. - gaguejei e senti minha mãe hesitar por um instante.

— Filha, não ficará muito tempo lá, você precisar receber tratamento adequado e acompanhamento médico.

Respirei fundo, e cada vez o ar prendia e não descia. Meu ataque de pânico estava dando um breve olá. Quando acordei novamente, estava deitada no sofá macio na salinha ainda. Com as duas mulheres, me encarando.

— Eu estarei lá com você, Ethel. - Dr.Pettiw informou.- Ficará tudo bem com você.

Suspirei e segurei novamente a mão da minha mãe, sentia segurança neste gesto. Ela sempre teve tanto cuidado comigo, tanto amor e agora estou acabando com a vida dela. Devo isto a ela, mamãe precisa ser feliz de novo, desta vez sem mim.

Baby,Don't Run AwayOnde histórias criam vida. Descubra agora