Capítulo 1

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Os guardiões sentem o que está por vir. Sentem o poder que irradia para todos os lados. Sentem o perigo. Sentem o fino tecido da realidade começando a ser abalado. Está na hora de prepararem a si mesmos e os destinados. A profecia começou. A guerra começou e se ele não for detido, nosso mundo e todas as histórias já contadas como conhecemos, correrão sério perigo.

...

Hérgus paira em frente a um bar do subúrbio londrino e ao entrar depara-se com motoqueiros e mulheres com vestidos justos. Com uma bola de fogo brincando entre os dedos começa a dizer:

-Onde fica a biblioteca mais próxima?

Todos começam a correr tentando sair desesperadamente do lugar, alguns poucos conseguem, mas nada impede Hérgus de lançar chamas em todo o bar.

-Que pena! Não estão a fim de cooperar?

Hérgus deixa o bar em chamas e encarando um dos motoqueiros, lança outros quatro que conversavam com ele ao chão, apenas com um aceno. Levantando o homem com apenas uma das mãos diz:

-Onde fica a biblioteca mais próxima?

-Fica-a-a na-que-la di-re-ção. – Diz o homem gaguejando.

Hérgus o lança no meio das chamas, e parte em direção a biblioteca. No meio do caminho é interrompido por uma garota de capas vermelhas e cabelo ruivo.

-Você não passa daqui bruxo. – Diz a garota.

-E quem vai me impedir garota? Você?

-Acertou, bonitão.

A garota investe raios de tempestade sobre Hérgus que os desvia apenas com um aceno das mãos. Ela o encara com os olhos arregalados e o ataca com um tornado de fogo, porém ele também desvia com a mesma facilidade.

-É só isso? Acha que pode me deter com uma brincadeirinha de criança maga insolente? – Pergunta com ironia e certa irritação. – Vou te fazer pagar como seus amigos pagaram por tentarem me impedir. O seu fim se chama Hérgus ruiva!

Ao ouvir o nome, a feiticeira recua alguns passos atônita.

-Hérgus? Não pode ser.

-Qual o espanto? A já sei, não se dê o trabalho de responder, poupe suas forças. Percebeu que te darei o pior destino de todos, não é mesmo?

Com seu cajado ele levanta a garota no ar lançando lhe no chão novamente. Ergue o cajado ao céu invocando raios que ricocheteiam em toda a rua, derrubando postes, acionando alarmes de carros e destruindo janelas. Com um giro das mãos ele forma um pequeno furacão que se uni aos raios e vai em direção a garota. Ela de súbito levanta-se, e com rapidez se joga na direção contrária ao furacão, atingindo Hérgus com chamas no formato de um leão. Hérgus é atingido de raspão e metade de seu rosto se queima.

- Garota estupida, você vai se arrepender por isso.

Ele a ergue no ar, rasga o véu da realidade e lança a ruiva pelo portal.

-Veremos se você sobrevive as feras das Terras Áridas, maga. – Ele diz em uma espécie de xingamento.

Uma quadra depois Hérgus consegue achar seu destino. Escancara as portas da biblioteca com um aceno. Seu rosto ainda queima, mas nada impedirá seu plano. Ele irá até o fim, mesmo ferido. "Garith precisa pagar", lembrou-se.

-Quem é você? Vou precisar pedir que se retir...

Ele lança o segurança ao chão, deixando-o desacordado. Como um mantra, começa a esbravejar as palavras do encantamento que preparou por anos nas Terras Áridas. Enquanto grita, uma luz bruxuleante toma conta do lugar e seu cajado começa a brilhar intensamente até que chamas em forma de fênix saem de seu peito em todas as direções. Elas absorvem a essência dos livros e deixam um rastro de fogo por onde passam. Todas as histórias vão como ondas de fogo em direção a Hérgus, que estampa um sorriso no rosto.

-Finalmente consegui. Vou destruir um por um até conseguir minha vingança. Traidores malditos preparem-se! Vocês vão pagar!

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